Inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891 por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, a Avenida foi um desejo da sociedade em expandir na cidade novas áreas residenciais que não estivessem localizadas imediatamente próximo das regiões da Praça da República, Higienópolis e Campos Elísios.
Locais estes, à época, altamente valorizados e totalmente ocupados.
No final do século XIX, na região da Paulista não haviam residências de maior porte, apenas habitações populares, alguns casebres e até mesmo cocheiras.
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Inauguração da Avenida Paulista em dezembro de 1891.
Aquarela sobre papel, de autoria de Jules Martim.
Acervo do Museu USP |
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Vista para a Consolação em 1900, com as primeiras mansões já erguidas |
Já no começo do século XX, São Paulo teve uma grande expansão imobiliária em terrenos de antigas fazendas e áreas devolutas, o que daria início a um período de grande crescimento. As novas ruas surgiam rotineiramente na paisagem urbana, com projetos desenvolvidos por engenheiros renomados. Nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central (onde hoje existe o Masp) as glebas eram naturalmente mais caras.
Em 1909, frente ao desenvolvimento da região, Avenida Paulista foi a primeira via pública do Brasil, asfaltada com material importado da Alemanha, uma novidade até na Europa e nos Estados Unidos.
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Outra vista do Paraíso, em 1927. Na época tentou-se mudar o nome
para Avenida Carlos de Campos, homenageando o ex-Governador do Estado que havia falecido,
mas a reação da sociedade fez com que a avenida voltasse a ter o nome com o qual foi criada |
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Vista a partir do largo do Paraiso em 1928, atual Pça Oswaldo Cruz |
Os lotes de terreno seguiram padrões urbanísticos inovadores para a época, com regras de implantação que, como conjunto, caracterizaram uma ruptura com os tecidos urbanos tradicionais da cidade. As novas moradias se nortearam pela arquitetura eclética, principalmente a norte-americana, onde os imóveis ficavam isolados no meio dos lotes nos quais se implantavam, tendo jardins em seu entorno, configurando um tecido urbano diferente do restante da cidade. No restante da cidade, nos anos 20, a arquitetura neoclássica francesa era muito predominante e via de regua alinhava a fachada das edificações com a testada do terreno. Isso fez com que a Paulista possuísse uma amplidão espacial inédita na cidade, chamando a atenção para grandes empresários da época, que desejavam morar com conforto e exclusividade.
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Foto aérea da região da Consolação de 1935. O prédio maior é o Colégio São Luís,
onde hoje se encontra o Edifício de mesmo nome. |
Infelizmente o perfil estritamente residencial permaneceu somente até meados da década de 1950, quando o desenvolvimento econômico da cidade levava os novos empreendimentos comerciais e de serviços para regiões afastadas do seu centro histórico. Durante as décadas de 60 e 70, seguindo as diretrizes das novas legislações de uso e ocupação do solo e com a valorização dos imóveis incentivada pela especulação imobiliária, começaram a surgir edifícios de escritórios com 30 andares em média. Foi durante esse período, que a Avenida passou por uma profunda mudança paisagística.
Os leitos destinados aos veículos foram alargados e criaram-se os atuais calçadões, caracterizados por um desenho branco e preto formado por mosaico português. Assim sucumbia-se definitivamente os amplos e maravilhosos jardins, em troca de espaço para carros e pedestres. O projeto de redesenho ficou a cargo do escritório da arquiteta-paisagista Rosa Grena Kliass, enquanto o projeto do novo mobiliário urbano da avenida foi assinado pelo escritório Ludovico & Martino.
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Mansão da família Nagib Salem, de 1920 |
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Residência da família Von Bülow, uma das mais belas. Construida em 1895 |
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Residência de Abrão Andraus, de 1896 |
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Residência de Numa de Oliveira, 1930 |
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Residência da família Weifszflog, de final do séc XIX |
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Vista da Paulista, esquina com Rua Bela Cintra |
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Residência de Josefa Gavião Peixoto, 1915 |
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Residência da família Tomaselli, de 1904 |
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Belvedere Trianon, onde hoje existe o Masp |
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Entrada do Belvedere Trianon, na Paulista, onde hoje existe o Masp |
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Residência de Amim Andraus |
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Residencia Horácio Sabino, de 1903 |
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Mansão Franco de Mello, mais conhecida como casa das rosas. |
Fotos dos antigos casarões. Fonte http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=284780
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