sexta-feira, 9 de março de 2012

Preço dos imóveis não vai cair, diz revista


A notícia não é boa para quem pretende comprar um imóvel: não há previsão de queda nos preços, cada dia maiores. Pelo menos é o que foi levantado pela revista Exame desta quinzena, que ouviu diversos especialistas.

O que deve acontecer daqui em diante é uma redução no ritmo de aumento. Entre 2010 e o primeiro semestre de 2011, o preço médio dos imóveis cresceu 2,6% ao mês, passando depois a subirem 1,8% ao mês.

Em São Paulo e Rio de Janeiro os preços mais que dobraram em três anos, de 2008 a 2011, acumulando alta de 123,8%.

Tá achando caro? Segundo a revista, em outros países emergentes, como Rússia e Índia, o preço médio do metro quadrado chega a ser 3,5 vezes maior do que aqui.

A reportagem de capa trata do mercado imobiliário no País, e os problemas enfrentados pelas grandes construtoras — várias delas com obras atrasadas. Os atrasos, segundo levantou a Exame, é porque as construtoras foram com muita sede ao pote. Fizeram parcerias erradas e lançaram mais empreendimentos do que a mão de obra disponível.

O volume de lançamentos disparou 310% entre 2006 e 2011, por conta do aumento em sete vezes das linhas de crédito. Em compensação, a saúde financeira das incorporadoras com ações na bolsa vem piorando.

Em 2007, o lucro liquido das incorporadoras cresceu 171%, uma beleza. Até 2010, foram sucessivas altas. Já em 2011, o baque: queda de 12% no lucro. O endividamento (dívida líquida em relação ao patrimônio) subiu de 28% em 2008, para 68% no ano passado.

Um outro resultado negativo para a construção é que os custos com mão de obra e materiais dispararam, elevando o preço para o comprador. Por consequência, menos imóveis passaram a ser vendidos em 2011. Em Belo Horizonte, por exemplo, as vendas caíram 44% ano passado. Em São Paulo, 26%. Queda de vendas não significa queda de preço — as construtoras estão se adequando e lançando menos empreendimentos.

A boa notícia, segundo a revista, é que não vivemos uma bolha imobiliária. O que resulta na tal da bolha em países desenvolvidos foi a abundante oferta de crédito — com gente pegando dinheiro emprestado e comprando imóvel para especular. No Brasil, o financiamento imobiliário responde por 5% do PIB, um dos menores do mundo, de acordo com a Exame. No Reino Unido, por exemplo, a participação do crédito imobiliário é de 88% no PIB. Nos Estados Unidos, 81%.

Também de acordo com a reportagem, é “baixíssima” a chance de que se repita o caso da Encol, que quebrou em 1999 deixando 42 mil clientes na mão, com 710 empreendimentos parados em 65 cidades. O baixo risco é porque os bancos exigem hoje que cada obra seja registrada como um empreendimento independente, com caixa próprio — evitando que o problema financeiro de um empreendimento prejudique o outro.

Então, quem conta com a explosão de uma bolha para ver os preços caírem pode colocar as barbas de molho. É bem possível que isso não ocorra.

por: Fábio Linjardi

Fonte Blog do Linjardi

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