quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Crescimento menor traz ganho para incorporador

VALOR ECONÔMICO

 Por Chiara Quintão | De São Paulo

A desaceleração do crescimento das incorporadoras em 2011 terá um efeito positivo para a maior parte do setor a partir do próximo ano: o retorno dos investimentos feitos em 2007 e, principalmente, 2008 para o caixa das companhias. Na prática, o ciclo imobiliário iniciado com a onda de abertura de capital está chegando ao fim, ou seja, ao momento em que os clientes são repassados aos bancos, e as empresas recebem cerca de 70% do valor dos imóveis comercializados. Até as chaves, os compradores pagam, em geral, apenas 30% do preço da unidade adquirida.
Se a opção fosse manter o ritmo de expansão dos últimos anos, os desembolsos com terrenos, lançamentos e obras consumiria o que está entrando em caixa em decorrência dos repasses. Com o crescimento menor e os esforços para antecipar os recursos que ingressam no pós-chaves, a maioria das incorporadoras passará a ter fluxo de caixa positivo em 2012. Há quem aposte também na venda de ativos ou na securitização de recebíveis para reforçar seu caixa.
A Cyrela Brazil Realty, que reduziu sua projeção de lançamentos, em 2011, da faixa de R$ 8,3 bilhões a R$ 9,1 bilhões para o intervalo de R$ 7,6 bilhões a R$ 8,5 bilhões, é uma das empresas que espera fluxo de caixa positivo para o ano que vem. A menor expansão possibilitou que a empresa desacelerasse a aquisição de terrenos, com a concentração das compras em áreas onde possa lançar projetos em até um ano e meio. Num cenário de crescimento mais lento, as incorporadoras utilizam menos recursos em despesas com lançamentos, o que reduz o consumo de caixa.
No mercado, comenta-se que a Cyrela já poderia ser geradora de caixa se não mantivesse, em carteira, recebíveis performados (referentes a unidades prontas). Em 30 de junho, dos R$ 12,3 bilhões das contas a receber da Cyrela, R$ 1,551 bilhão era de unidades construídas. Até o fim do ano, a companhia vai securitizar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões de recebíveis de imóveis prontos, segundo o vice-presidente financeiro, José Florêncio Rodrigues. A Cyrela estuda securitizar recebíveis de imóveis que estão sendo entregues na Argentina, desenvolvidos em parceria com a Irsa. Encurtar o prazo de recebimento dos recursos das unidades já comercializadas, eliminando gargalos do processo junto a bancos, clientes e cartórios também faz parte dos esforços da Cyrela para ter fluxo de caixa positivo.
Entre um empreendimento ficar pronto e a obtenção de 100% dos repasses, são necessários, em média, seis meses, segundo o analista de construção civil do Credit Suisse, Guilherme Rocha. "Se esse prazo de seis meses não existisse, muita gente estaria gerando caixa desde 2010", afirma. É nesse período que as incorporadoras conseguem o "habite-se", a certidão negativa de débitos (CDN) e fazem a averbação, ou seja, a criação, em cartório, de matrículas individuais das unidades.
Em projeto piloto com Caixa Econômica Federal (CEF), o Itaú, o Bradesco e o Santander, a Tecnisa começou, há dois meses, a enviar a documentação de clientes para repasse após a obtenção do "habite-se", mas antes da CDN e da averbação. "Com isso, esperamos encurtar o prazo de recebimento de seis meses desde que a obra fica pronta para três meses", diz o diretor-presidente da Tecnisa, Meyer Nigri.
Para projetos destinados à baixa renda, a Caixa oferece a modalidade de crédito associativo, com liberação dos recursos para as incorporadoras à medida que a obra avança, o que possibilita desligamento na planta dos clientes, ou seja, entrada antecipada dos recursos. A Rodobens Negócios Imobiliários teve 55% dos recebimentos por meio de desligamentos e 45% por repasses em 2010. Para ser mais eficiente nos dois formatos, a empresa reforçou a equipe do segmento.
No primeiro semestre, os lançamentos da Rodobens encolheram 70%, com a decisão da companhia de dar prioridade à venda dos estoques, principalmente de unidades lançadas no fim do ano passado, e de ajustar o ritmo de novos projetos à velocidade de vendas. A combinação da queda nos lançamentos e da venda de participação em três Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que detinham estoques de unidades prontas, por R$ 274 milhões, possibilitou que a Rodobens passasse a ser geradora de caixa no segundo trimestre, conforme o diretor-presidente, Marcelo Borges. A Rodobens lançará volume maior no quarto trimestre, com melhora do mix e da rentabilidade dos projetos.
Para a Gafisa, o recebimento dos repasses de unidades entregues principalmente a clientes da Tenda, referentes a lançamentos de 2008, resultará em fluxo de caixa positivo no curto prazo. No primeiro semestre, a Gafisa entregou oito mil unidades e, na segunda metade do ano, o número deve ficar entre 17 mil e 18 mil unidades, conforme o diretor-presidente Duílio Calciolari. Os recursos dos repasses do primeiro semestre começarão a voltar para a Gafisa no quarto trimestre.
Calciolari estima distratos das unidades com entrega prevista para 2011 entre 25% e 30% do total. Isso deve ocorrer porque parte dos clientes que compraram imóveis da Tenda antes de a Gafisa se tornar sua controladora não tem financiamento bancário aprovado. Não há expectativa, porém, que os recursos deixem de entrar para o caixa da companhia, conforme o executivo, pois há interessados na compra dessas unidades prontas.
Com os repasses dos lançamentos, principalmente de 2008, a Viver espera se tornar fluxo de caixa positivo no primeiro trimestre de 2012. Para isso, contribuiu também a redução dos lançamentos em 2009, para R$ 142 milhões, valor muito abaixo dos mais de R$ 800 milhões de 2008. O Paladin Realty, fundo que comprou o controle da então Inpar, em dezembro de 2008, deu prioridade à reorganização da companhia no ano seguinte, em vez do crescimento. "Não há tantas obras referentes a lançamentos de 2009 em que estamos investindo", diz o diretor-adjunto financeiro da Viver, Eduardo Canonico. O banco de terrenos da companhia, correspondente a lançamentos de mais de R$ 10 bilhões, também ajuda a companhia a consumir menos caixa, por atender às suas necessidades dos próximos dois anos, segundo ele.
A desaceleração do crescimento das incorporadoras em 2011 terá um efeito positivo para a maior parte do setor a partir do próximo ano: o retorno dos investimentos feitos em 2007 e, principalmente, 2008 para o caixa das companhias. Na prática, o ciclo imobiliário iniciado com a onda de abertura de capital está chegando ao fim, ou seja, ao momento em que os clientes são repassados aos bancos, e as empresas recebem cerca de 70% do valor dos imóveis comercializados. Até as chaves, os compradores pagam, em geral, apenas 30% do preço da unidade adquirida.
Se a opção fosse manter o ritmo de expansão dos últimos anos, os desembolsos com terrenos, lançamentos e obras consumiria o que está entrando em caixa em decorrência dos repasses. Com o crescimento menor e os esforços para antecipar os recursos que ingressam no pós-chaves, a maioria das incorporadoras passará a ter fluxo de caixa positivo em 2012. Há quem aposte também na venda de ativos ou na securitização de recebíveis para reforçar seu caixa.
A Cyrela Brazil Realty, que reduziu sua projeção de lançamentos, em 2011, da faixa de R$ 8,3 bilhões a R$ 9,1 bilhões para o intervalo de R$ 7,6 bilhões a R$ 8,5 bilhões, é uma das empresas que espera fluxo de caixa positivo para o ano que vem. A menor expansão possibilitou que a empresa desacelerasse a aquisição de terrenos, com a concentração das compras em áreas onde possa lançar projetos em até um ano e meio. Num cenário de crescimento mais lento, as incorporadoras utilizam menos recursos em despesas com lançamentos, o que reduz o consumo de caixa.
No mercado, comenta-se que a Cyrela já poderia ser geradora de caixa se não mantivesse, em carteira, recebíveis performados (referentes a unidades prontas). Em 30 de junho, dos R$ 12,3 bilhões das contas a receber da Cyrela, R$ 1,551 bilhão era de unidades construídas. Até o fim do ano, a companhia vai securitizar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões de recebíveis de imóveis prontos, segundo o vice-presidente financeiro, José Florêncio Rodrigues. A Cyrela estuda securitizar recebíveis de imóveis que estão sendo entregues na Argentina, desenvolvidos em parceria com a Irsa. Encurtar o prazo de recebimento dos recursos das unidades já comercializadas, eliminando gargalos do processo junto a bancos, clientes e cartórios também faz parte dos esforços da Cyrela para ter fluxo de caixa positivo.
Entre um empreendimento ficar pronto e a obtenção de 100% dos repasses, são necessários, em média, seis meses, segundo o analista de construção civil do Credit Suisse, Guilherme Rocha. "Se esse prazo de seis meses não existisse, muita gente estaria gerando caixa desde 2010", afirma. É nesse período que as incorporadoras conseguem o "habite-se", a certidão negativa de débitos (CDN) e fazem a averbação, ou seja, a criação, em cartório, de matrículas individuais das unidades.
Em projeto piloto com Caixa Econômica Federal (CEF), o Itaú, o Bradesco e o Santander, a Tecnisa começou, há dois meses, a enviar a documentação de clientes para repasse após a obtenção do "habite-se", mas antes da CDN e da averbação. "Com isso, esperamos encurtar o prazo de recebimento de seis meses desde que a obra fica pronta para três meses", diz o diretor-presidente da Tecnisa, Meyer Nigri.
Para projetos destinados à baixa renda, a Caixa oferece a modalidade de crédito associativo, com liberação dos recursos para as incorporadoras à medida que a obra avança, o que possibilita desligamento na planta dos clientes, ou seja, entrada antecipada dos recursos. A Rodobens Negócios Imobiliários teve 55% dos recebimentos por meio de desligamentos e 45% por repasses em 2010. Para ser mais eficiente nos dois formatos, a empresa reforçou a equipe do segmento.
No primeiro semestre, os lançamentos da Rodobens encolheram 70%, com a decisão da companhia de dar prioridade à venda dos estoques, principalmente de unidades lançadas no fim do ano passado, e de ajustar o ritmo de novos projetos à velocidade de vendas. A combinação da queda nos lançamentos e da venda de participação em três Sociedades de Propósito Específico (SPEs) que detinham estoques de unidades prontas, por R$ 274 milhões, possibilitou que a Rodobens passasse a ser geradora de caixa no segundo trimestre, conforme o diretor-presidente, Marcelo Borges. A Rodobens lançará volume maior no quarto trimestre, com melhora do mix e da rentabilidade dos projetos.
Para a Gafisa, o recebimento dos repasses de unidades entregues principalmente a clientes da Tenda, referentes a lançamentos de 2008, resultará em fluxo de caixa positivo no curto prazo. No primeiro semestre, a Gafisa entregou oito mil unidades e, na segunda metade do ano, o número deve ficar entre 17 mil e 18 mil unidades, conforme o diretor-presidente Duílio Calciolari. Os recursos dos repasses do primeiro semestre começarão a voltar para a Gafisa no quarto trimestre.
Calciolari estima distratos das unidades com entrega prevista para 2011 entre 25% e 30% do total. Isso deve ocorrer porque parte dos clientes que compraram imóveis da Tenda antes de a Gafisa se tornar sua controladora não tem financiamento bancário aprovado. Não há expectativa, porém, que os recursos deixem de entrar para o caixa da companhia, conforme o executivo, pois há interessados na compra dessas unidades prontas.
Com os repasses dos lançamentos, principalmente de 2008, a Viver espera se tornar fluxo de caixa positivo no primeiro trimestre de 2012. Para isso, contribuiu também a redução dos lançamentos em 2009, para R$ 142 milhões, valor muito abaixo dos mais de R$ 800 milhões de 2008. O Paladin Realty, fundo que comprou o controle da então Inpar, em dezembro de 2008, deu prioridade à reorganização da companhia no ano seguinte, em vez do crescimento. "Não há tantas obras referentes a lançamentos de 2009 em que estamos investindo", diz o diretor-adjunto financeiro da Viver, Eduardo Canonico. O banco de terrenos da companhia, correspondente a lançamentos de mais de R$ 10 bilhões, também ajuda a companhia a consumir menos caixa, por atender às suas necessidades dos próximos dois anos, segundo ele.

Grupo Camargo Corrêa põe Shopping Jardim Sul à venda

VALOR ECONÔMICO

Por Adriana Mattos | De São Paulo

O Shopping Jardim Sul, localizado na zona sul de São Paulo, foi colocado à venda pela Participações Morro Vermelho (PMV), holding que controla o grupo Camargo Corrêa, conforme apurou o Valor. Neste momento, a BR Malls é o grupo mais interessado na aquisição. A Brookfiled e a Multiplan chegaram a buscar informações sobre o negócio, mas já teriam inicialmente descartado a ideia de compra da operação.
De acordo com fontes do setor, o valor de mercado do Jardim Sul varia hoje entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. Com cerca de 200 lojas e seis lojas âncoras, o empreendimento inaugurado em 1990 é o único shopping controlado pela Camargo Corrêa no país. Ele deixou de ser foco de investimentos prioritários da empresa nos últimos anos. A intenção com a venda é reforçar o caixa e aplicar os recursos em projetos do grupo ligados principalmente às áreas de energia e infra-estrutura, as duas principais "capacidades" do grupo, segundo informa uma fonte próxima ao shopping.
A Camargo Corrêa tem colocado à venda alguns ativos importantes - no fim de 2010, o grupo vendeu à Petros a sua participação na Itaúsa por cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 2,6 bilhões). Ainda no ano passado se desfez da Cnec, a sua empresa de projetos em engenharia, por R$ 170 milhões.
Procuradas, Camargo Corrêa e BR Malls não comentam o assunto. A Brookfield nega que tenha interesse no negócio e a Multiplan não se pronunciou por estar em "período de silêncio". Segundo uma fonte próxima ao shopping, Brookfield e Multiplan acreditam que teriam que investir somas altas no empreendimento para que desse um retorno maior rapidamente. "A possibilidade maior é que o negócio fique com alguém que conheça bem o mercado de São Paulo e consiga fortalecer a operação do Jardim Sul", diz um consultor.
Como pano de fundo dessa movimentação, existe um encarecimento dos grandes centros comerciais nas capitais e essa valorização tem se refletido nas propostas de vendas dos empreendimentos.
Uma negociação recente tem sido um bom termômetro citado pelo mercado. Em agosto, a australiana Westfield Shopping Center anunciou a compra de 50% da brasileira Almeida Junior, empresa que controla quatro shopping centers no sul do país. Pagou US$ 464 milhões por metade da brasileira, montante considerado alto por analistas do setor. A Almeida Junior tem 55% do mercado de shoppings em Santa Catarina (em área bruta locável).
Com foco maior nas classes B e C, o shopping Jardim Sul passou anos atrás por um programa de revitalização, com reforma da fachada, e decidiu fazer um reposicionamento de seu conjunto de lojas com a substituição de mais de 50% dos pontos. Foi o investimento de peso mais recente. Segundo os últimos rankings da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Jardim Sul está entre os 60 maiores centros de compras do país - o maior é o Aricanduva, na zona norte de São Paulo. O setor de shoppings no país cresceu 17% no ano passado.

Fofoca é o que mais irrita brasileiro no ambiente de trabalho, diz pesquisa.

Fofoca é o que mais irrita brasileiro no ambiente de trabalho, diz pesquisa.

28 set
Uso de roupas inadequadas no escritório irrita mais mulheres que homens.
LinkedIn entrevistou 17 mil usuários de sua base de dados em 16 países.
Fonte: Do G1, em São Paulo
O LinkedIn, rede profissional da internet, anunciou nesta quarta-feira (28) os resultados de uma pesquisa sobre os fatores que mais irritam os profissionais em seus ambientes de trabalho.
A empresa entrevistou mais de 17 mil usuários de sua base de dados, em 16 países, incluindo o Brasil.
A pesquisa revelou algumas diferenças interessantes entre países e respectivas culturas. Os brasileiros mostraram-se os mais irritados com a fofoca excessiva no escritório. Os norte-americanos são os que mais detestam constatar que alguém roubou sua comida do refrigerador disponível na empresa. Os alemães lideram a lista dos que ficam muito bravos com a sujeira encontrada em eletrodomésticos de uso coletivo no escritório (aparelho de microondas e refrigerador, por exemplo). Os indianos odeiam ouvir os constantes toques de telefones celulares dos colegas. Já os japoneses são os que mais detestam ser motivo de piadas na companhia.
O país que mais registrou fatores que irritam no trabalho é a Índia, e a Itália foi a nação cujos profissionais menos listaram reclamações. Dentre os 16 países pesquisados, o Brasil ficou em quarto lugar no ranking.
Também foi possível registrar diferenças entre sexos. No Brasil, o uso de roupas inadequadas (blusas decotadas e saias curtas, por exemplo) no escritório irrita mais mulheres do que homens; 76% do público feminino contra 44% do masculino.
Independentemente de nacionalidade ou sexo, o fator que mais irrita no escritório (78% dos mais 17 mil de profissionais entrevistados pelo LinkedIn) é “pessoas que não se responsabilizam por suas atitudes e decisões”.
No Brasil, os responsáveis por definir eventuais contratações ficam muito mais irritados com funcionários que abusam na quantidade de ligações pessoais durante o expediente, do que os líderes que não têm sob sua responsabilidade a escolha de novos talentos para a empresa.
“Comportamentos que irritam os demais integrantes do time contribuem para um clima de desconfiança e conflito. Isso certamente tem influência no relacionamento interpessoal e, consequentemente, na produtividade da equipe”, afirma Marilda Andrade, professora de Liderança e Gestão de Pessoas do Instituto de Ensino e Pesquisa do Ibmec SP.
“Muitas vezes, os líderes estão preocupados com aspectos técnicos ou funcionais da conduta de seus liderados e têm dificuldade em perceber que os pequenos incidentes gerados por esses conflitos aparentemente pouco importantes é que vão, ao longo do tempo, desgastando as relações”, conclui Marilda.
Pesquisa Feita pelo Linkedin

10 Maneiras de Estragar a Avaliação doSeu Funcionário

Setembro 28, 2011
Para o funcionário que passa por uma avaliação de desempenho anual, essa oportunidade é um evento único. Para o chefe ou o gerente que é responsável por diversos funcionários, realizar essas avaliações pode não representar muita coisa.
Essa displicência pode levar facilmente a cometer simples erros - erros estes que podem impactar dramaticamente na motivação e no desempenho do funcionário.
Veja a seguir 10 maneiras de estragar uma avaliação de desempenho – e como se assegurar de evitá-las:
  1. Pedir ao funcionário que avalie a si mesmo. Demandar auto-avaliações é uma proposta perde-perde. Um grande funcionário que avalia a si mesmo, formal ou informalmente, e que sente que fez um grande trabalho acaba sendo colocado numa situação em que fica imaginando por que você fez pediu isso (e se você não estará com preguiça para fazer a tal avaliação). Um funcionário  medíocre dificilmente vai se avaliar como medíocre, transformando o que poderia ser uma conversa construtiva num complexo debate.  Auto-avaliações podem parecer “inclusivas” mas são uma perda de tempo. Nunca solicite uma auto-avaliação formal, nem mesmo informalmente durante esses encontros.
  2. Levantar pontos que você não pode sustentar com exemplos. Faça uma afirmação genérica sobre o desempenho medíocre e praticamente todo funcionário vai pedir exemplos específicos (o que é mais do que justo). Sem exemplos concretos sua colocação está perdida. Nunca se refira genericamente em relação a um problema ou pontos  a desenvolver sem exemplos que suportem sua conclusão. Fatos e números são fundamentais.
  3. Discutir características de personalidade – especialmente as negativas. Você pode tranquilamente se sair com algo do tipo ”Você tem uma atitude fora-de-série”, afinal niguém argumenta contra comentários positivos.  Mas falar “Você tem atitudes medíocres”, foca na personalidade e não no desempenho. Talvez o funcionário até tenha atitudes médiocres mas, se esse for o caso, liste exemplos do comportamento vigente dele que levam a tal conclusão. Sempre se concentre nos comportamentos, não na personalidade.
  4. Concentrar-se principalmente no curto prazo. Quanto maior o período da avaliação, maior a probabilidade disto acontecer. Quase toda avaliação que tive se focava no meu desempenho nos últimos 2 meses, mesmo se tivesse realizado coisas sensacionais ao longo do ano.  Foque o curto prazo e os funcionários naturalmente se darão conta e dirão “ôpa, está chegando a minha avaliação, é hora de dar duro”.  Mantenha um registro, tome notas e se assegure que a avaliação reflete o desempenho de ponta a ponta do período.
  5. Se exceder nas notas para “motivar”. Algumas pessoas acham que os funcionários vão atender as expectativas contidas numa avaliação (“Se eu lhe dizer que está fazendo um trabalho espetacular, talvez isso lhe dê o impulso necessário para começar a realmente fazer um grande trabalho”). Avaliações devem refletir com exatidão o desempenho do funcionário. Encontre outras maneiras para motivar que não seja inflacionando a avaliação.
  6. Comparar com outros funcionários. Mesmo se for verdade, nunca diga algo do tipo “Seus números nas vendas são os piores do grupo”. E definitivamente não compare um funcionário com outro. Comparações são, na melhor das hipóteses, injustas e geralmente criam ressentimentos e uma insalubre competição. Somente compare o desempenho do funcionários em relação ao esperado. Se o funcionário realmente tem os números mais baixos nas vendas, mas ainda assim atende as expectativas, foque-se em maneiras de excedê-las.
  7. Desperdiçar perguntas. As avaliações devem ser uma conversa de mão dupla, certo? Portanto, você precisa fazer perguntas ao funcionário para estimular o dialogo, certo? Perfeito! Mas, por gentileza,  não faça perguntas estúpidas. Não faça perguntas genéricas sobre a economia, a indústria, o mercado ou o negócio. E não solicite idéias sobre como os negócios podem melhorar. Deixe isso para um outro momento. Avaliações de desempenho são momentos para serem dedicados ao funcionário. Elas devem concentrar-se nele e somente nele, portanto pergunte se ele está enfrentando algum problema,  se precisa de apoio, se tem as ferramentas certas para fazer o trabalho dele, etc. Em suma, pergunte pelas maneiras com as quais você pode ajudá-lo a ter êxito (afinal de contas, esta é a sua principal função, não?).
  8. Responder questões que não pode (ou não deve). É fácil se sentir o sabe-tudo quando se é o avaliador.  Não caia nessa. Se não tem uma determinada informação, diga isso e retorne mais tarde quando a tiver. Se não deve abordar determinado assunto, não o mencione. É tentador seguir o fluxo da conversa e revelar dados sensíveis ou confidenciais. Seja honesto e acessível sobre o desempenho do funcionário e pare por aí, não importando o quanto estiver tentado a fazer confidências ou compartilhar dados.
  9. Fazer promessas que não pode cumprir. Boas avaliações de desempenho concentram-se no passado e olham o futuro. Por todos os meios compartilhe planos de desenvolvimento ou de melhorias, mas tenha em mente que quando você diz “possivelmente” o funcionário geralmente ouve “certamente”. Sempre gerencie as expectativas: se não está seguro sobre algo, ou não diga nada ou enfatize que a potencial oportunidade é somente uma possibilidade. E se a potencial oportunidade não se concretizar, deixe o funcionário a par e explique o porquê.
  10. Ignorar a avaliação anterior. Você se lembra de tudo que disse da última vez que avaliou um determinado funcionário? Claro que não, mas o funcionário certamente lembra. Utilize os mesmos exemplos e ele vai sentir que você está no piloto automático. Discuta as mesmas oportunidades e ele vai sentir que você fala sobre o desenvolvimento da carreira dele da boca para fora. Tome notas após a reunião e revise essas anotações e a avaliação anterior da próxima vez (antes de se sentar para tal fim). Lembre-se: avaliações de desempenho fazem parte de um completo processo de aprimoramento e desenvolvimento, não são um evento pontual para esquecer rapidamente. Afinal, mesmo se você esquecer o que disse, o funcionário jamais esquecerá.
 
Para desenvolver e aprimorar  estas e outras habilidades, conte comigo.

Pablo

Os 10 fatores que amedrontam os profissionais na hora de subir de posição

Passar de uma posição operacional para um cargo estratégico é o objetivo de muitos profissionais. No entanto, uma posição que exige mais responsabilidades, comportamento mais sério e mais competências pode gerar muita insegurança. Apesar dos salários, usualmente melhores, e do maior reconhecimento, se tornar gerente ou mesmo um diretor não é uma decisão tão simples.
Se, por um lado, muitos profissionais querem crescer e acreditam que subir de cargo é o único caminho para conquistar o desenvolvimento, outros preferem se manter na mesma posição, pois os medos são grandes limitadores. As questões que geram insegurança são diversas, e os coaches Lilia Barbosa e Bernardo Entschev nos ajudaram a listar as principais delas. Veja:
1.Medo das responsabilidade: o primeiro impacto ao se tornar um gerente acontecerá no campo das responsabilidades. O profissional passará a ser cobrado de forma muito mais intensa do que quando ocupava um cargo operacional. Este, portanto, é o primeiro motivo pelo qual nem todos querem subir de posição: o medo das responsabilidades.
2.Falta de motivação: de acordo com a sócia diretora da Cozex, Lilia Barbosa, há profissionais que simplesmente não aspiram a cargos estratégicos; ou seja, esse tipo de conquista não é considerada importante em suas vidas. Porém, não querer subir de posição não quer necessariamente dizer que esse profissional não tem vontade de crescer. Há muitas pessoas que se desenvolvem naquilo que fazem sem definir como meta um cargo de gerência, por exemplo.
3.Percepção de capacidade: um dos maiores motivos que levam o profissional a ter medo de subir de posição é “quando ele não acredita em sua capacidade”, observa Lilia. Nesse momento, surgem dúvidas em relação a conseguir alcançar as metas, entregar resultados… enfim, ser capaz de desempenhar bem a nova função. No entanto, nem sempre os profissionais têm razão; ou seja, sua capacidade é, sim, alta, mas, por falta de autoconhecimento, se sentem incapazes.
4.Frustrar expectativa: na mesma linha do item anterior, o medo de frustrar as expectativas, tanto da empresa, quando as pessoais, é uma barreira para que os profissionais subam de posição.
5.Falta de preparo: as exigências nas posições estratégicas são muito maiores do que a dos níveis operacionais. Quando o profissional sente que não desenvolveu suas habilidades e competências de forma suficiente para a posição, automaticamente se sentirá inseguro.
6.Maior nível de sofisticação: subir de posição também requer do profissional uma nova conduta social. Será preciso observar, com muito mais atenção, aspectos relacionados ao comportamento, a forma de se vestir e a forma de falar com os demais. Quando o assunto são as roupas, será preciso se vestir de uma forma mais ‘alinhada’. Em relação ao comportamento, certas brincadeirinhas, conversas e atitudes não serão mais adequadas.
Além disso, a forma como fala com os membros da equipe e com o diretor da empresa não poderá ser a mesma, o que exige que o profissional se policie e adapte seu discurso de forma adequada. “Será preciso saber abordar as pessoas de forma diferente para cada nível”, pontua o presidente da De Bernt, Bernardo Entschev, e essa postura nem sempre agrada.
7.Insegurança ao se tornar referência: os líderes são os profissionais referência dentro da equipe. Os demais colaboradores querem modelos a serem seguidos, querem pessoas com quem possam se desenvolver e que possam admirar. Quem está prestes a subir de posição pode se sentir inseguro nessa questão; ou seja, pode estar incerto sobre se conseguirá ser referência para a equipe. “O líder de sucesso hoje é a pessoa que inspira as pessoas abaixo dele. Essas pessoas seguem seus planos”, observa Bernardo.
8.Resistência aos desafios: com novas responsabilidades, os gerentes também vão ter necessariamente que enfrentar novos e frequentes desafios. O problema é que grande parte das pessoas resiste a sair da zona de conforto; então, entre se manter em uma função estável ou passar para um cargo em que, invariavelmente, novos e frequentes desafios serão colocados, os profissionais preferem a primeira opção.
9.Medo de demissão: “Ao assumir um cargo de gerência, caso não haja o atendimento das expectativas, a pessoa não poderá ser despromovida, não se baixa salário, ela será demitida”, avalia Lilia.
10. Maior impacto das suas decisões: quando se está em uma posição operacional, qualquer decisão errada pode ser facilmente corrigida, na maioria dos casos. Ao se tornar um gerente ou um diretor, um deslize pode impactar uma cadeia inteira de produção e gerar prejuízos enormes para a organização, e nem todo mundo consegue lidar com esse tipo de pressão.

(Fonte: Portal Info Money - 23/09/2011)

ESCRAVOS DO FUTURO!

“Aqui e agora, ou lá longe?”
Quando o objetivo é mais importante que o processo.

No meio corporativo, planejamento sempre é um assunto em pauta. A definição de Missão e Visão da companhia já é o primeiro planejamento a ser pensado na criação da empresa. Depois vêm as metas, os projetos etc, etc. Em nossa vida pessoal também acontece algo similar. Nos ensinam que temos de ter uma missão, que devemos escrever nossos objetivos, anseios, nossa visão de futuro etc.

Creio que um bom planejamento é importantíssimo – e por que não dizer vital? – para uma empresa, porém, como sugere o título, vejo que o planejamento é um recurso complementar e não principal em uma organização ou em sua própria vida.


Vou utilizar um exemplo real para explicar-me melhor:
Em abril de 2010 comecei a minha jornada no Caminho de Santiago. Para quem não conhece, o Caminho é um percurso feito a pé de vários pontos do mundo até a catedral de Santiago de Compostela, na Espanha. O meu percurso começou na França, cidade de Saint Jean Pied-de-Port e, até chegar em Santiago de Compostela, caminhei aproximadamente 800km em mais de 40 dias de trajeto…

Durante o caminho conheci muita gente totalmente focada na chegada, no marco zero. Pessoas que viam o fim como sucesso e o não chegar como derrota plena, frustração.

Por conta disso, caminhavam mais rápido do que aguentavam, ganhando dúzias de bolhas nos pés, tendinites e dores nos joelhos. Algumas chegavam a pegar ônibus para ganhar tempo. Eu era o tartaruga da turma. Enquanto os apressadinhos faziam 45 a 50km por dia, eu andava tranquilamente 20, 25km… numa boa.

Quando cheguei ao meu objetivo final, fiquei decepcionado por um lado e muito feliz por outro. A catedral de Santiago é belíssima, porém, tão bela como muitas outras durante a caminhada. A cidade é diferente, mas tão diferente como muitas outras. Resumindo, a chegada – que na minha vez foi chuvosa e fria –, foi simplesmente chegar. Nada além disso. E esta foi minha frustração quando percebi que o ponto final deste trajeto não era tão impressionante como parecia.

A alegria, por sua vez, foi saber que não perdi meus dias correndo por um “final feliz”. Ao contrário, desfrutei cada passo, conheci pessoas do mundo inteiro, almocei no meio do mato, jantei em paróquias, aprendi um novo idioma, passei por chuva, sol, barro, neve e vivi alguns dos dias mais surpreendentes em minha vida.

Durante este percurso, também fui obrigado a mudar minha rota por várias vezes, pois algo inusitado sempre aparecia e eu não queria perder aquela oportunidade.

Em resumo, aprendi que o importante não é o “chegar”, mas o saber caminhar.

Ainda se tratando de planejamento, vejo que ele é imprescindível quando se entende verdadeiramente para que serve. O planejamento, as metas, os objetivos lhe dão direção e motivação. Direção, para que não caminhemos sem rumo, e motivação, colocando um “combustível” especial (garra, vontade, amor ) e dando um significado para a nossa vida.

Lembre-se: nossos objetivos de vida são importantíssimos, porém, mais importante que isto é aprender a comemorar cada passo nos bosques da vida e, se for preciso, mudar de objetivo também. Devemos ser atentos para perceber, flexíveis para mudar e sábios para entender que novos caminhos ainda hão de surgir.

E você? Quais são seus planos? Aqui e agora, ou lá longe? Ou os dois?

Autor(a): Rafael Baltresca

3 Maneiras para... 5 Estilos de ...7 Dicas para fazer... 10 Boas praticas para mudar... E TUDO CONTINUA DO MESMO JEITO!!!

Você já levantou quantas mensagens, posts e textos falam das mesmas coisas e na maioria falam da forma de mudar você mesmo...
Então já que são muitas ----Segue mais uma:
Somos remetidos a inúmeros pensamentos, criticas, sugestões e orientações de como devemos conduzir e direcionar nossos comportamentos pessoais e profissionais .
Na maioria deles nos apegamos a coisas muito simplórias , básicas as quais “sabemos , somos reciclados diariamente porém não aplicamos” . Entre outras palavras NÃO DAMOS A MINIMA em nosso mundo externo. Esta é a realidade nua e crua , pois saber qual a receita e não aplicá-la é a mais pura ignorância de um executivo na gestão moderna.
Você já pensou em quantas vezes dedicamos 5 a 10 minutos para leitura destes textos e sem perceber segundo a segundo após acabar de ler e aceitar tais orientações deixamos de fazer o que é o óbvio .
Você já percebeu que a única e exclusiva forma de MUDAR as coisas, seus comportamentos, sua circunstância, suas frustrações e prevenir conflitos é tomando ATITUDE .
Não ?
Pasme , esta é a receita ou até mesmo o “ pó de pirilim pim pim” que todos nós buscamos :
ATITUDE , isto mesmo...
Com ATITUDE você tira a “traseiro“ da cadeira.
Com ATITUDE você muda seu comportamento , sua forma de aceitar e passa transformar o veneno em remédio.
Com ATITUDE você muda o comportamento dos outros. Pelo menos tenta !!!
Com ATITUDE você muda o ambiente ( familiar e profissional )
Com ATITUDE você toma coragem para estimular as pessoas a fazerem melhor e principalmente se incomodarem com as coisas que podem e devem ser feitas melhor.
Com ATITUDE você passa a não aceitar pessoas e ambientes medíocres.
Com ATITUDE você não se entrega ao sistema, pois sabe que não é preciso se sujeitar às condições “ veladas “ de te fazerem dependente ou refém de uma determinada situação “ um emprego ou um chefe” como um bom exemplo. É humilhante quantos executivos atualmente se rendem a determinadas situações.
Com ATITUDE você passa a ser feliz.
Com ATITUDE você passa a acreditar mais em você suas competências e habilidades.
Então o que está esperando? Alguém que te dizer : toma ATITUDE ....

Pensem nisto e sucessos a todos!!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

USP vai cortar 1,3 mil árvores no câmpus do Butantã

O ESTADO DE S. PAULO
Desmate já foi autorizado pela Prefeitura e é um dos maiores da cidade; área dará lugar a um complexo de museus em 2013
23 de setembro de 2011 | 3h 05
RODRIGO BURGARELLI - O Estado de S.Paulo
Considerado um dos locais com mais áreas verdes na capital paulista, o câmpus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, zona oeste, vai perder 1.328 árvores nos próximos meses. Essa pequena mata, equivalente a um Parque Trianon ou da Aclimação, vai dar lugar a um conjunto de museus planejado pela reitoria desde 2001. O corte é um dos maiores aprovados neste ano pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
Para se ter ideia do tamanho do desmatamento, toda a obra de duplicação da Marginal do Tietê em 2009 derrubou cerca de 800 árvores, pouco mais da metade do que será cortado na USP. A universidade será obrigada a manter no local apenas 217 árvores, além de plantar outras 6 mil mudas no local. "O problema é que serão cortadas árvores adultas, robustas, que trazem um grande benefício para o clima daquela região. Já essas mudas só trarão efeito similar daqui a 20 ou 30 anos", disse o ambientalista Carlos Bocuhy.
A área fica do lado da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, próximo da Avenida Corifeu de Azevedo Marques. Para Bocuhy, o local é inadequado para uma obra desse porte. "Existem várias outras áreas na USP com bem menos árvores, que trariam um impacto muito menor. É impossível que esse local, onde será necessário cortar mais de 1.300 árvores, seja a melhor alternativa nesse caso", afirma o ambientalista.
As árvores são consideradas essenciais por especialistas pois ajudam a umidificar o ar em zonas localizadas dentro da cidade, o que contribui para a dispersão dos poluentes e alivia os efeitos causados pelo tempo seco. Outra contribuição das matas urbanas é a refrigeração da atmosfera nas redondezas e o aumento da circulação do ar.
Projeto. O plano da USP é erguer no local o chamado "Parque dos Museus", um conjunto de 53 mil m² projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha que será sede do Museu de Arqueologia e Etnologia e do Museu de Zoologia. Isso só será possível justamente por causa de uma obra considerada irregular pelo Ministério Público, que obrigou a incorporadora Brookfield a contribuir financeiramente com o projeto após danificar um sítio arqueológico no Itaim-Bibi, onde constrói um prédio.
O diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, Thiago Aguiar, afirma que não houve discussão sobre o local escolhido pela reitoria para se erguer as novas sedes dos museus. "Esse plano de construção de novos prédios, que vai gastar R$ 240 milhões dos cofres públicos, não foi nada democrático. Não tivemos a chance de discutir nem sobre o impacto dessa obra na área verde do câmpus nem sobre sua finalidade, que também é questionável", diz.
A universidade, por sua vez, afirma que todo o processo está sendo feito de acordo com as orientações da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Segundo a USP, o projeto é importante para a comunidade acadêmica, uma vez que vai aproximar o Museu de Zoologia à Cidade Universitária - hoje, ele funciona no bairro do Ipiranga, na zona sul - e aumentar a área disponível para as exposições. A previsão de inauguração é em 2013.

Pão de Açúcar estreia no mercado de imóveis em parceria com construtoras

O ESTADO DE S. PAULO

Empreendimento conjunto com a Cyrela será lançado esta semana; outros dois projetos, com a Helbor e a RFM, virão ainda este ano
23 de setembro de 2011 | 3h 07
RODRIGO PETRY - O Estado de S.Paulo
O Grupo Pão de Açúcar lança esta semana seu primeiro empreendimento imobiliário em parceria com incorporadoras, o Thera. A construção será de responsabilidade da Cyrela, em um terreno da varejista, no bairro Butantã, em São Paulo.
Segundo o vice-presidente de relações corporativas do Pão de Açúcar, Hugo Bethlem, será uma torre com apartamentos residenciais, escritórios e um hotel, com uma loja de proximidade e uma drogaria da bandeira Extra na parte inferior do empreendimento. "Isso é uma estratégia para trazer um maior retorno ao ativo", disse o executivo, após participar de evento sobre comunicação empresarial no varejo realizado pelo Centro de Excelência em Varejo da FGV.
Segundo ele, a rentabilidade mínima do empreendimento será de 20% para a companhia, obtida por meio da venda dos imóveis. "É uma permuta. O empreendedor constrói as unidades, no terreno do Pão de Açúcar, e nós recebemos o equivalente a 20% do empreendimento e vendemos", explicou.
Outros dois negócios estão em planejamento para a venda ainda este ano em São Paulo. Um será em Guarulhos, em parceria com a Helbor, em um terreno com um hipermercado Extra. Outro será em Santo André, num terreno com um supermercado Pão de Açúcar, em sociedade com a RFM.
A empresa já conta com um empreendimento piloto, com seis torres na região do Jaguaré, em São Paulo, feito em parceria com a Halna Empreendimentos Imobiliários. Nele foram erguidas seis torres residenciais. "Todos esses projetos levam ao caminho de alavancar mais as vendas dos hipermercados", disse Bethlem. Segundo ele, outra vantagem é a divisão dos custos de construção. "Além de ampliar o retorno sobre o capital empregado, temos os moradores dos prédios como potenciais clientes."
A área de desenvolvimento imobiliário do Pão de Açúcar é de responsabilidade da subsidiária GPA Malls & Properties, que conta com aproximadamente 1 milhão de metros quadrados de área com potencial construtivo.
Expansão. Hugo Bethlem informou também ontem que, dentro do planejamento estratégico de expansão orgânica, o grupo prevê, para os anos de 2012 a 2014, a abertura de 300 lojas do modelo de proximidade chamado Extra Fácil. Atualmente, o grupo conta com 70 lojas do modelo Extra Fácil. A rede também projeta a expansão de 30 unidades do modelo hipermercados e outros 30 supermercados.
O executivo destacou que a expansão de seu modelo de hipermercado, que passa por estudos de reposicionamento de produtos, será focada sobretudo nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do País.

Curitiba lidera ranking de "cidades verdes" na AL

VALOR ECONÔMICO

Por De São Paulo
Entre as dezessete cidades latino americanas, seis brasileiras ficaram na média ou acima na classificação de desempenho do Índice de Cidades Verdes da América Latina, de acordo com estudo elaborado pela Economist Intelligence Unit e patrocinado pela Siemens. Curitiba destaca-se, recebendo a classificação de "bem acima da média".
O índice, que avalia a performance ambiental das principais cidades da região, analisa diversas características como energia, transporte, uso do solo e prédios, resíduos, utilização da água, saneamento básico, qualidade do ar e a governança ambiental.
A pesquisa foi divulgada pela Siemens no seminário "Sustentabilidade: os desafios do desenvolvimento", realizado ontem pelo Valor, e mostra que Porto Alegre ficou "na média" da classificação, enquanto Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, alcançaram o patamar de "acima da média".
"Curitiba é a líder do ranking na América Latina. Ela está bem qualificada em diversas categorias, com destaque para qualidade do ar e resíduos", afirmou a vice-presidente de sustentabilidade para as Américas da Siemens, Alison Taylor. A pontuação da capital do Paraná é reforçada pelo sistema de transporte, baseado em "eixos", corredores exclusivos com a circulação apenas de ônibus.
Na classificação de São Paulo, a executiva citou os ônibus híbridos e os metrôs como fatores de sustentabilidade da cidade, que ficou "bem acima da média" nas categorias energia e CO2.
No resultado geral estão "bem abaixo da média" as cidades de Guadalajara, no México, e Lima, no Peru. (VD)

Novo visual de SP vai se arrastar até a Copa

FOLHA DE S. PAULO
Licitação do mobiliário urbano inclui relógios de rua e permite publicidade em no máximo 10 mil locais da cidade
Manutenção de pontos, que custa R$ 700 mil por mês à prefeitura, será transferida para a iniciativa privada
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
O paulistano ainda vai esperar alguns anos para ver pontos de ônibus e relógios de rua em melhor estado de conservação. A reformulação do mobiliário urbano, aprovada anteontem pela Câmara, só deve deixar a cidade totalmente de cara nova até a Copa de 2014.
A Folha apurou que não será permitida propaganda em 24 mil locais da cidade, como autoriza projeto. Na primeira etapa, será autorizada a publicidade em no máximo 10 mil locais da cidade. O número ainda não está fechado. A prefeitura contratou a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para fazer os cálculos.
O projeto, que será sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) nos próximos dias, autoriza a propaganda em até 1.000 relógios, 7.000 abrigos e terminais DE ônibus existentes e em mais 16 mil novos abrigos.
A cidade tem cerca de 19 mil locais de paradas de ônibus -aproximadamente 7.000 com abrigos e o restante marcado com totens.
Nos estudos iniciais, que serão aprofundados agora pela Fipe, a concessão permitiria propaganda inicialmente em 500 a 1.000 relógios de rua e até 9.000 abrigos.
A concessão, segundo a Folha apurou, será por um período máximo de 10 a 15 anos -o projeto autoriza por até 30 anos.
A manutenção dos pontos de ônibus custa R$ 700 mil por mês à prefeitura. Com a concessão, esse custo passará à iniciativa privada.
A previsão é que os estudos estejam prontos até o fim deste ano e que a licitação seja aberta no início de 2012. Se tudo correr bem, os contratos com as empresas que vencerem a licitação serão assinados em meados do próximo ano, com prazo de 24 meses para a instalação de todos os novos equipamentos.
Se esse cronograma for cumprido, a publicidade pode começar a voltar às ruas no segundo semestre de 2012 e o processo estaria concluído até meados de 2014, quando começa a Copa do Mundo.
COMEMORAÇÃO
Kassab comemorou ontem a aprovação do projeto. Para ele, cinco anos após a aprovação da Lei Cidade Limpa, o município está pronto para entrar em uma nova fase.
Renato Cymbalista, professor de história da urbanização na FAU-USP, diz que a liberação da publicidade no mobiliário urbano "tem o aspecto positivo de instituir o poder público e não a iniciativa privada como a esfera que tem domínio sobre a paisagem da cidade".
"É uma situação melhor do que a que tínhamos antes, em que a paisagem era apropriada e vendida por quem tinha os suportes. Mas o ideal mesmo seria a ausência de publicidade no espaço público", afirmou o arquiteto.
O arquiteto Lucio Gomes Machado, também da USP, acredita que a propaganda no mobiliário urbano não terá grande impacto no aumento da poluição visual. "Todas as cidades de grande porte no mundo têm esse tipo de publicidade", afirmou.
Machado, no entanto, faz ressalvas ao projeto: prazo de concessão muito longo (30 anos), não exigência de concurso público para definir os modelos de relógios e abrigos e falta de critérios para a distribuição dos equipamentos pela cidade.
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GMK atrai fundos americanos para dois projetos imobiliários

VALOR ECONÔMICO

Por Chiara Quintão | De São Paulo
A GMK Incorporadora fechou, recentemente, parceria com dois fundos americanos para projetos de seu portfólio. Os novos sócios são investidores qualificados com experiência no setor de construção, que veem, no Brasil, oportunidade de destinar parte das fichas antes direcionadas aos mercados imobiliários americano e espanhol. "Há diversos fundos estrangeiros batendo a nossa porta", conta o diretor de negócios da GMK, Andre Kovari.
Além de conversar com interessados em ser parceiros de empreendimentos específicos, a GMK está definindo como fará a venda de até metade da empresa, com o objetivo de se capitalizar para crescer. O valor da GMK é estimado, por Kovari, em R$ 250 milhões. A empresa projeta lançamentos e vendas de R$ 340 milhões este ano, mais que o dobro dos R$ 140 milhões de 2010.
Há um mês e meio, a GMK fechou parceria com um fundo americano, que se tornou proprietário de 70% da Sociedade de Propósito Específico (SPE) que desenvolve o projeto Inspiratto Residencial Verde Clube, em Jundiaí (SP). O projeto, de médio padrão, será lançado no início de 2012, com Valor Global de Vendas (VGV) de R$ 140 milhões. Conforme o retorno, a participação da GMK poderá aumentar.
Dois meses e meio atrás, a empresa tinha fechado negócio com outro fundo americano, para o empreendimento comercial Front Offices, em Diadema, na Grande São Paulo. Nesse caso, o fundo entrou em uma sociedade em conta de participação (SPC) com a empresa em vez de participar de SPE, não tendo, portanto, responsabilidade como incorporador. O VGV do projeto, cuja participação do fundo é de 65%, é de R$ 35 milhões.
Kovari não revela quais são os novos parceiros, mas, segundo informações de mercado, o fundo sócio do projeto de Jundiaí é ligado à Brazilian Mortgages e o investidor no empreendimento comercial de Diadema é ligado a um fundo que criou a RB Capital.
Em 2010, a GMK assinou parceria com a espanhola Procupisa, representada, no Brasil, pelo ex-jogador de futebol Mauro Silva, para as duas fases do empreendimento A Praça, em Diadema, enquadrado nos moldes do programa Minha Casa, Minha Vida. Pelo acordo, a Procupisa ficou com 55% de participação, a GMK, com 22,5% e a Ballarin Imóveis, com os demais 22,5% do projeto. O VGV soma R$ 140 milhões.
No total, os recursos estrangeiros comprometidos para os projetos de Diadema e o de Jundiaí somam R$ 40 milhões.
O desenho de como será a venda de até 50% da GMK ainda não está concluído, mas já existe um grupo suíço interessado em fazer aporte de capital na empresa. "Nossa busca de um sócio para a empresa ocorrerá mais no ano que vem", diz. A expectativa é que a negociação de parte da GMK atraia investidores estrangeiros interessados no Brasil.
No processo de preparação para a entrada de um parceiro, a GMK contratou uma empresa ligada à área contábil e outra para encontrar um sócio. A GMK quer se aproximar do padrão de governança das companhias abertas, com área de relações com investidores estruturada. A intenção da empresa é dar prosseguimento às parcerias em projetos mesmo depois da entrada de um novo sócio. "Gostamos de parcerias, de mitigar riscos", diz Kovari

"Itaquerão" paralisa venda de imóveis

VALOR ECONÔMICO
Por Samantha Maia | De São Paulo
Um apartamento com vista para o "Itaquerão", estádio do Sport Club Corinthians Paulista que está sendo construído para a Copa do Mundo de futebol de 2014 em São Paulo, custa até R$ 160 mil na Cohab vizinha, quase o dobro do que valia há um ano. O preço de imóveis na região do bairro de Itaquera, Zona Leste, aumentou devido à expectativa criada pelos investimentos relacionados ao evento esportivo, mas por enquanto a falta de definição sobre o que realmente vai mudar no bairro faz com que poucos se disponham a garantir um lugar perto da poeira levantada pela futura arena esportiva.
Dessa forma, o primeiro impacto do investimento de R$ 820 milhões na região foi a queda dos negócios fechados pelas imobiliárias e construtoras. Algumas empresas relatam que o número de contratos assinados caiu pela metade, em comparação com um ano atrás. A explicação seria a valorização fora da realidade dos imóveis. O proprietário tem a sensação de que seu imóvel vale mais por causa da visibilidade proporcionada pela Copa, mas não há quem se disponha a pagar o preço alto.
"Temos a sensação de que os imóveis valorizaram, mas isso só travou o mercado", diz Floriano Coelho Silva, dono da construtora e incorporadora Tkasa e da FN Imobiliária. Ele conta que a construtora costumava fechar em média dez negócios por mês há um ano na região, mas hoje não consegue chegar a cinco. Outras três imobiliárias de Itaquera relataram a mesma desaceleração nas vendas. "A valorização real, aquela que se sente depois que o negócio é feito, só vai ocorrer com as melhorias no bairro", diz.
Essa também é a opinião de Reginaldo Marchi, dono da MB Construtora e da imobiliária Xavier e Brito. Segundo ele, a alta dos preços paralisou a compra de terrenos. "Não estamos conseguindo comprar porque o preço está fora da realidade, é apenas especulação", diz. A construtora está com dificuldade para vender quatro sobrados a 200 metros do futuro estádio porque os compradores estão inseguros sobre o impacto do Itaquerão nas mediações. "As pessoas estão com receio de que o estádio cause um impacto ruim, considerando que hoje o único acesso é pela avenida Radial Leste", diz Marchi.
Com 220 mil habitantes, Itaquera é o décimo bairro mais populoso de São Paulo e fica a 19 quilômetros do Centro. Ter uma estação de metrô, inaugurada em 1988, não alivia as suas ruas. Às quatro e meia da tarde o trânsito na avenida Itaquera já é pesado. O acesso pela Radial Leste, avenida que liga a região ao centro da cidade, fica comprometido. Às três da tarde de uma sexta-feira, um acidente com moto parou completamente a rua ao lado do Itaquerão. Boa parte da população do bairro trabalha em outras regiões e a consequência é a lotação dos transportes públicos nos horários de pico. "O estádio pode valorizar ou desvalorizar o bairro, depende do que for feito para melhorar o transporte", diz Silva.
Especificamente para a área há um plano de investimento da prefeitura e do Estado, de R$ 478 milhões, mas os projetos ainda estão em fase de elaboração pela prefeitura e pela Dersa. Estão previstas obras viárias para melhorar o acesso ao bairro, além de instalações públicas, como uma faculdade técnica (Fatec), uma escola técnica, uma unidade do Senai, uma estação rodoviária e um batalhão da Polícia Militar. A maior parte das obras deve ser entregue até dezembro de 2013, segundo planejamento dos governos.
Gilmar Tadeu Ribeiro Alves, secretário-especial de articulação para a Copa do Mundo (Secopa) da Prefeitura de São Paulo, diz que os investimentos viários programados devem melhorar o transporte entre as regiões Leste e Oeste da cidade. "Todo o entorno do estádio será atendido pelos investimentos, que incluirão novos acessos rodoviários, corredor de ônibus e melhorias no metrô", afirma.
Sem ter noção clara do impacto que essas obras vão trazer ao bairro, a construtora Tkasa suspendeu três investimentos em habitação. O dono teme que a valorização torne inviável a venda dos sobrados planejados. "O bairro não comporta valores mais altos, não tem demanda. Quem quer morar aqui não tem condição de pagar mais", diz Silva.
Segundo João Crestana, presidente do Secovi, entidade que representa as empresas do setor imobiliário, experiência em outros locais com operações urbanas semelhantes mostra que leva uns dez anos até que tudo se estruture e os preços cheguem em num nível adequado. "Mas é preciso ter a consciência de que quem vai morar em Itaquera é uma família de classe média, com limitação de gasto", diz Crestana sobre a dificuldade que já há hoje para fechar negócios.
O preço pedido pelo metro quadrado em Arthur Alvim, bairro próximo ao estádio, saltou de R$ 1,7 mil no ano passado para R$ 2,6 mil neste ano, segundo a imobiliária Berbel. "Isso deu uma parada nas vendas, pois é uma classe mais baixa que compra por aqui", diz Alexandre Berbel, proprietário da imobiliária.
Ele também está preocupado com os problemas que um movimento maior de pessoas no bairro pode trazer. "No dia da festa de aniversário do Corinthians, a Radial Leste parou, e isso porque só tinha umas 5 mil pessoas. Como será em dias de jogos aqui?", pergunta Berbel.
Para o vice-presidente do Sinduscon-SP Odair Senra é preciso esperar mais um pouco para investir em Itaquera. "O Itaquerão vai modificar muito o seu entorno e essas mudanças também dependem de quando as obras do governo vão sair", diz. Ele explica que essa era uma região voltada para habitação de interesse social. "Pode ser que com o tempo o bairro tenha um 'upgrade', mas as empresas grandes só vão chegar se houver uma demanda para isso, o que não existe hoje."
O corretor Carlos da Silva conta que há casas sendo oferecidas por R$ 600 mil em Itaquera, enquanto no ano passado o preço estava era de R$ 450 mil. "Existe uma especulação grande nos preços, só que as vendas pararam por causa disso", diz. Silvio José Gonçalves, dono da imobiliária Catita, também não consegue ver ainda o lado positivo da chegada do estádio no bairro. "A valorização dos imóveis só vem atrapalhar o mercado", diz.
Outras pessoas preocupadas com as mudanças que estão por vir são os moradores de favelas nas imediações do estádio. Diana do Nascimento, que mora na Vila da Luz, a poucos metros do Itaquerão, reclama da falta de informação da prefeitura sobre o que vai ser realizado. "Sabemos que vão fazer obras por aqui, mas não sabemos se teremos de sair e para onde vamos", diz. Cerca de 480 pessoas vivem nessa ocupação irregular. "Moramos em um lugar bom. Tem hospital, mercado, ônibus, metrô. Minha vizinha (aponta para a moça com uma criança que acaba de chegar) leva a menina dela para a creche de metrô. Se tirarem a gente daqui, como vai ficar?", pergunta a pernambucana.
A mulher de 34 anos vive na Vila da Luz há 16 anos, e conta que quando chegou só havia mato ali. Ela defende a urbanização da favela, para evitar remoções. "Para construir o estádio a prefeitura tem dinheiro, mas para urbanizar a favela não tem?", pergunta.
Segundo Alves, secretário da Secopa, a prefeitura vai divulgar os lugares que serão desapropriados apenas quando souber exatamente onde vai haver interferência. Por enquanto não há definição sobre o número de pessoas que serão desalojadas, nem quais serão os investimentos para a realocação.

Espigões low profile

VALOR ECONÔMICO
Blue Chip=
Uma parte importante do skyline de São Paulo - avenida Paulista, Faria Lima e o eixo do rio Pinheiros - nasceu da mesma prancheta (ou do mesmo computador). O Rochaverá Corporate Towers, pano de fundo frequente de propagandas de automóveis gravadas na cidade, o E-Tower, um dos edifícios mais altos de São Paulo, e tantos outros arranha-céus em sequência quase ininterrupta na marginal foram projetados pelo escritório Aflalo e Gasperini - o mais antigo em atividade do Brasil, 50 anos recém-completados e mais de mil projetos executados. Diante dos espigões envidraçados do portfólio da empresa, sua atual sede é uma interessante quebra de expectativa. Ela ocupa dois andares de um prédio de 11 pisos com um grande vão livre no térreo escondidinho em uma rua estreita do Itaim, o Atrium II. "Mas, assim como todos os outros lugares por onde passamos, foi projetado por nós", faz questão de frisar Gian Carlo Gasperini - 85 anos, livre-docente da FAU-USP e um dos três sócios da companhia. Os outros dois, Luiz Felipe e Roberto Aflalo, são filhos de Roberto Alflalo, que, com Plínio Croce e Gasperini, fundou o escritório em 1961. Roberto Filho diz que as sucessivas mudanças de sede acompanharam os momentos de crise e de prosperidade do escritório. Quando se estabeleceram na rua do Rocio, em 1991, o setor de construção civil ainda cambaleava ante a crise severa vivida nos anos 80. A Vila Olímpia era um bairro industrial. Da janela do Atrium II viam-se poucos prédios comerciais, muitos telhados de amianto. O tempo passou, os espigões envidraçados começaram a se acotovelar pelo bairro, os negócios voltaram a melhorar e eles decidiram ficar por ali mesmo. "Temos um espaço grande aqui, onde a equipe fica integrada. Estamos confortáveis", diz Gasperini.
Espigões I
Este é, segundo Roberto, o período mais próspero já vivido pelo escritório, que conta hoje com o número recorde de cem colaboradores. Antes bastante restrito a São Paulo, ele começa a receber propostas de Curitiba, Brasília, Belo Horizonte- de empresas locais, não mais apenas dos parceiros paulistas. "O Brasil ainda está por fazer. Nosso escritório mudou de escala porque o país mudou de escala", afirma. Para dar conta do novo volume de projetos, o trio montou em 2008 uma equipe de criação, a qual supervisiona de perto, para tocar parte da demanda. Até então, os sócios tinham um envolvimento visceral com cada uma das empreitadas. A sucessão - pouco comum em escritórios de arquitetura, que geralmente não sobrevivem à primeira geração -, está sendo debatida há quase cinco anos. "Estamos loucos pra passar o bastão", brinca Luiz Felipe. Parte da terceira geração deve vir dos talentos descobertos pelo escritório, já que, entre os sócios, apenas o filho de Roberto estuda arquitetura. A história do escritório é tema do recém-lançado "A arquitetura de Croce, Aflalo e Gasperini", da editora Paralaxe.

Cipoal de impostos aumenta custos de empresas no Brasil

VALOR ECONÔMICO

Por Marta Watanabe | De São Paulo
De cada R$ 100 que a indústria de copos e utensílios de vidro Nadir Figueiredo fatura, pouco mais de R$ 40 são para pagar tributos. E de cada R$ 100 recolhidos em impostos e contribuições, outros R$ 2,50 são gastos com a estrutura necessária para cumprir obrigações tributárias, como o envio de declarações, acompanhamento de mudanças de legislação e controle de tributos devidos e já recolhidos.
"Gastamos cerca de 1% do faturamento para manter essa estrutura", diz Raul Antonio de Paula e Silva, primeiro secretário do conselho de administração da Nadir Figueiredo. "Isso é muito alto", avalia. "Na Argentina o custo tributário não chega à metade do que representa no Brasil. Na Bélgica, é menos de 20%", completa.
A Nadir Figueiredo é só um exemplo de empresa que perde parte importante de sua margem com gastos para conseguir cumprir todas as obrigações tributárias. Pesquisa da PricewaterhouseCoopers feita em 183 países mostra que o Brasil é disparado o local onde mais horas são gastas para o cumprimento de obrigações tributárias. São 2.600 horas, diante de uma média de 282 horas. Na Bolívia, segundo lugar na classificação, é preciso 1.080 horas.
O frigorífico JBS mantém cerca de 150 pessoas para conseguir cumprir as obrigações tributárias. "Não são pessoas que dão prejuízo, mas elas não agregam valor à empresa", diz Francisco de Assis e Silva, diretor-executivo de relações institucionais da companhia.
Cerca de 150 pessoas num total de 45 mil funcionários do grupo JBS parece pouco, diz o diretor. Mas o custo de manutenção dessa estrutura tributária representa 1% do lucro da empresa. O custo, diz, é considerado pesado dentro de um mercado altamente competitivo.
O diretor da JBS lembra ainda que o cálculo leva em consideração as 35 unidades de negócios que o frigorífico mantém espalhadas em 11 Estados. Em cada uma das unidades há pelo menos duas pessoas para controlar principalmente as mudanças de legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e manter a documentação em ordem. A conta estima apenas os profissionais diretamente ligados à área técnica de impostos. Considerando também a equipe de suporte que permite o controle informatizado de dados e as emissões de certidões, notas e outros documentos, o número, diz o diretor, sobe para dez pessoas por unidade de negócio.
Mais do que o sobrenome em comum, Silva, da Nadir, e Silva, da JBS, têm opinião semelhante sobre quais impostos são mais problemáticos: os chamados tributos indiretos. O primeiro tributo que demanda maior controle é quase sempre o ICMS, legislado de forma diversa pelos 26 Estados mais o Distrito Federal. Além do ICMS há também o PIS e a Cofins, duas contribuições que, alvo de alterações na última década, são cobradas sob diversas alíquotas, a despeito de terem um só ente arrecadador: o governo federal.
Silva, da Nadir, diz que mantém seis pessoas somente para cuidar dos indiretos ICMS, PIS e Cofins. A fabricante de copos lida com várias alíquotas de ICMS, que variam de 4% a 18% conforme o Estado e o tipo de operação. A substituição tributária, forma de cobrança pela qual o imposto devido pelo varejo é antecipado pela indústria, acabou trazendo mais complexidade ao sistema. Segundo o executivo da Nadir a nova sistemática passou a repercutir no preço de negociação com os grandes varejistas.
O sistema hoje, diz, faz as empresas suportarem custos de fiscalização que seriam do Estado e o desenvolvimento tecnológico não diminuiu a burocracia.
Atualmente, lembra Silva, da Nadir, as exportações representam menos de 10% da receita da empresa. Quando as vendas ao exterior aumentam, a empresa desloca mais pessoas para os tributos indiretos. Isso é necessário porque aumenta a necessidade de controlar a contabilização dos créditos de ICMS, PIS e Cofins.
Como as exportações são livres dos três tributos, as empresas podem acumular os créditos dos tributos pagos na compra de insumos. Outras dez pessoas, diz o executivo da indústria de copos, dedicam cerca de 40% de seu tempo para outros tributos, como IR, INSS, FGTS, da esfera federal, e ISS cobrado pelos municípios. Silva, da Nadir, não chega a contabilizar nos seus custos a necessidade de contratação de escritórios de advocacia e auditorias.
Para Silva, da JBS, o problema não se resume ao controle de créditos, mas à diversidade e mudança nas normas. "As pessoas dormem com uma legislação e acordam com outra. É uma situação caótica, principalmente de ICMS."
A percepção de instabilidade das normas tributárias e de seu impacto no custo parece generalizada. Há pouco mais de um mês, Tarek Farahat, vice-presidente da Procter & Gamble e chefe das operações no Brasil, disse em seminário na França que as empresas gastam entre 2% e 6% da receita bruta para gerenciar a complexidade fiscal brasileira. A cada dia, disse ele, surgem 40 mudanças na regulamentação fiscal.
A pesquisa da PricewaterhouseCoopers mostra que o ICMS, PIS e Cofins consomem 1.370 horas das 2.600 necessárias para o cumprimento das obrigações tributárias. Carlos Iacia, diretor da PricewaterhouseCoopers, conta que o Brasil manteve o número de horas necessárias para o tema já apontado pela mesma pesquisa em 2006. Não houve piora, mas também não houve nenhum avanço, apesar de todas as discussões de reforma tributária dos últimos anos. Para ele, o problema não se resume apenas ao custo sobre lucro ou faturamento no cumprimento das obrigações tributárias. Há ainda a questão da insegurança jurídica, principalmente em relação ao ICMS que, além de alvo de constantes alterações, tem sido instrumento de guerra fiscal entre os Estados. As empresas, diz, aproveitam benefícios oferecidos legalmente e correm o risco de ter o incentivo invalidado pelo Judiciário.

Tecnisa tem demanda fraca para debêntures

VALOR ECONÔMICO

Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo
A nova rodada de aversão ao risco no mercado internacional na semana passada prejudicou a emissão de debêntures da incorporadora Tecnisa. Conforme apurou o Valor, a demanda do mercado pelos papéis ficou em cerca de R$ 200 milhões, abaixo dos R$ 300 milhões pretendidos pela empresa. Como a operação conta com garantia firme até o limite de R$ 250 milhões, os bancos coordenadores devem ficar com pelo menos R$ 50 milhões que não foram vendidos. Procurada, a empresa não comentou o assunto.
A emissão da Tecnisa foi realizada com esforços restritos, conforme a Instrução nº 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permite a participação de, no máximo, 20 investidores. Apesar de a remuneração das debêntures ser considerada atrativa, os investidores têm evitado a exposição a setores com maior grau de endividamento, como o imobiliário, em razão da piora nas condições de mercado.
As debêntures da Tecnisa possuem três séries, com prazos de quatro, cinco e seis anos, respectivamente. A primeira série possui remuneração equivalente à taxa DI mais 2,25%, a segunda possui spread de 2,40% sobre o CDI, enquanto a terceira, atualizada pelo IPCA, tem rendimento atrelado à NTN-B com vencimento em 2017 mais 220 pontos percentuais.
O mercado de emissões de renda fixa deve ter mais um teste esta semana com a captação de R$ 300 milhões em debêntures da empresa de shopping centers Multiplan. Em condições normais, a companhia não teria problemas em fazer a colocação, que também será realizada via Instrução nº 476. A taxa oferecida na operação, contudo, é considerada "agressiva" pelo mercado. A operação, com prazo de cinco anos, pagará CDI mais um spread de até 1,15%.

Lopes acirra disputa com BR Brokers em São Paulo

VALOR ECONÔMICO

Discussões à parte sobre qual o critério mais adequado para se definir a primeira colocada no ranking de intermediação imobiliária, LPS Brasil - Consultoria de Imóveis, conhecida como a imobiliária Lopes, e Brasil Brokers continuam disputando esse mercado passo a passo. Ontem, a Lopes anunciou compra de 51% da Itaplan Brasil Consultoria de Imóveis, sua 13ª aquisição desde o ano passado. A Brasil Brokers fechou quatro compras de empresas de 2010 para cá, com valor total de R$ 74,5 milhões. Já a Lopes comprometeu nas operações R$ 302,69 milhões. O movimento de compras da duas companhias prevê desembolsos de R$ 377 milhões nos negócios fechados desde o ano passado.
O valor estimado pela Lopes pela parcela que assumiu da Itaplan é de R$ 29,17 milhões.
Lopes e Brasil Brokers deixam claro que o processo de aquisições não para por aí e que têm conversas em andamento com novos possíveis alvos. Novos negócios poderão ser anunciados até o fim do ano. A possibilidade de crescer por meio de aquisições chama a atenção das duas empresas principalmente no segmento de imóveis usados, em que a venda é bem mais fragmentada do que a de lançamentos, com grande concentração nas chamadas imobiliárias de bairro.
Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados pela Brasil Brokers apontam que, de janeiro a agosto, a participação do grupo nos lançamentos da região metropolitana de São Paulo foi de 31%, do grupo Lopes, 23,3%, e da Itaplan, 3,2%, em VGV. No ano passado, de acordo com o ranking da Embraesp, a Lopes liderava esse mercado em valor, com 20,95% de participação, seguida pela Abyara Brokers (da Brasil Brokers), que detinha 14,12%. Na avaliação do diretor executivo de novos negócios da Lopes, Tomás Salles, é preciso levar em conta que boa parte dos lançamentos será feita no quarto trimestre, concentração reforçada por atrasos na aprovação de projetos.
No segundo trimestre, a Brasil Brokers vendeu 19,383 mil unidades, ultrapassando a Lopes, que comercializou 17,125 mil unidades. Nos critérios de lucro líquido e geração de caixa medida pelo Ebitda, porém, a Lopes mostrou resultados superiores aos da concorrente no período.
Embora a compra de empresas que vendem imóveis usados seja prioridade, é no segmento de lançamentos que a Itaplan vai contribuir para engrossar as vendas da Lopes. Isso porque, por meio dela, a Lopes passará a atuar também no modelo de venda de lançamentos sem exclusividade de comercialização. Na maior parte da região metropolitana de São Paulo, a Lopes vendia lançamentos só com exclusividade, não participando da chamada "divisão de placas".
A Itaplan continuará sob a liderança de Fabio Rossi, à frente da empresa por mais 15 anos. A Lopes atuará como investidora na empresa, segundo seu diretor financeiro e de relações com investidores, Marcello Leone. Segundo ele, dados da Embraesp indicam que, na média dos últimos cinco anos, a Lopes teve participação de mercado de 30% na região metropolitana e a Itaplan, entre 5% e 6%. A Itaplan estima que, com a entrada da Lopes, irá elevar sua parcela para 15% em dois anos e meio e o VGV de lançamentos de R$ 1 bilhão em 2011 para entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões.
As conversas entre a Lopes e a Itaplan começaram há um ano até o fechamento do negócio.

SP quer garagem em terreno do Itaim

O ESTADO DE S. PAULO
 A apresentação do projeto no Condephaat, Prefeitura cita vagas subterrâneas para carros como contrapartida à venda de quarteirão
27 de setembro de 2011 | 3h 02
ADRIANA FERRAZ - O Estado de S.Paulo
A Prefeitura de São Paulo estuda a construção de uma garagem subterrânea no quarteirão em disputa no Itaim-Bibi, zona sul. A obra seria uma forma de mitigar os impactos que uma possível venda do terreno de 20 mil metros quadrados para a iniciativa privada, que pretende levantar até quatro torres residenciais no local, deve provocar sobre o tráfego da região, já carente de vagas de estacionamento.
A ideia foi apresentada ontem pelo secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra, em reunião do Conselho do Patrimônio Histórico e Arquitetônico do Estado (Condephaat). O órgão avalia pedido de tombamento do terreno apresentado por um conjunto de moradores do bairro para impedir a venda pretendida pela Prefeitura. O processo de alienação (transferência de bens) do terreno está suspenso pela Justiça em razão do processo de tombamento em curso.
O quarteirão é delimitado pelas Ruas Horácio Lafer, Salvador Cardoso, Cojuba e Lopes Neto e está em uma das regiões mais cobiçadas pelo mercado imobiliário, na qual o valor do metro quadrado chega a R$ 18 mil.
A estimativa é de que o lote possa ser negociado por R$ 200 milhões. Pelo projeto da Prefeitura, a empresa que vencer a licitação e ficar com o terreno terá de erguer 200 creches no Município para amenizar o déficit de vagas na rede. Hoje, 147 mil crianças aguardam na fila.
Apresentação. Cintra foi convocado para argumentar, em nome da Prefeitura, porque a gestão Gilberto Kassab (sem partido) é contra o tombamento do quarteirão. Na exposição aos conselheiros do Condephaat, o secretário foi questionado sobre as contrapartidas que serão exigidas pelo poder público e, então, citou a construção da garagem, sem apresentar detalhes nem prazos. Mas confirmou que os custos seriam assumidos pela empresa vencedora na disputa.
Ao Estado, Cintra disse que a construção da garagem atenderia a população local e também os frequentadores do Parque do Povo, que utilizam carros e já enfrentam dificuldades para estacionar, principalmente nos fins de semana. "Essa poderia ser uma das soluções inteligentes para atender uma demanda do bairro e, ao mesmo, mitigar os efeitos sobre o trânsito", afirmou o secretário.
Por enquanto, o projeto que prevê a venda do quarteirão está parado. A área abriga oito equipamentos públicos, como escolas e posto de saúde. "Não podemos fazer nada no local atualmente, por isso, essa ideia de construir uma garagem não foi detalhada ainda. Mas ela seria uma contrapartida dentro dos parâmetros que vamos estabelecer no projeto final, caso a venda seja autorizada", afirmou Marcos Cintra.
Para os moradores que lutam contra a negociação da área, a proposta só vai servir para levar mais carros e movimento à região. "A intenção oficial é aliviar o trânsito, mas, oferecendo um maior número de vagas de estacionamento, a Prefeitura vai atrair mais carros e piorar o tráfego", diz Helcias de Pádua, presidente do movimento SOS Itaim.
Segundo Pádua, a exposição do secretário acabou sendo favorável ao pedido de tombamento dos moradores. "Ele não apresentou um argumento contrário. Só se limitou a defender a venda do terreno."
Cintra se justificou dizendo que essa é uma decisão técnica, que cabe aos conselheiros. "Fui lá para explicar o projeto, não para dizer se a área tem ou não valor para ser tombada. Mas essa decisão deve ser rápida. Temos 147 mil crianças esperando."

Banco do Brasil financia expansão de agência com fundo imobiliário

VALOR ECONÔMICO
Por Carolina Mandl | De São Paulo
O Banco do Brasil planeja expandir sua rede de agências sem investir recursos próprios com a aquisição de imóveis. A ideia do banco é captar com investidores cerca de R$ 900 milhões por meio de fundos imobiliários que ficarão responsáveis por comprar terrenos e imóveis, fazer reformas e alugar as agências ao banco por um período de dez anos.
É uma forma que o Banco do Brasil encontrou de aumentar sua presença nas ruas sem ter de deixar o dinheiro imobilizado. Em vez de aplicar esses recursos em terrenos, o banco pode direcioná-los para a atividade bancária em si, em operações como as de crédito. Atualmente
 
Cerca de R$ 160 milhões já foram captados em junho pelo fundo BB Renda corporativa, o que deve ser suficiente para a construção de 25 agências. Agora, outros R$ 750 milhões estão em fase de captação por um segundo fundo, o BB Renda Corporativa II. Essa cifra, segundo o Valor apurou, poderá erguer cerca de 75 pontos na rua. A decisão de criar um novo fundo veio depois de o Banco do Brasil ter recebido uma demanda maior pelo fundo I do que aquela inicialmente prevista.
De janeiro a junho deste ano, segundo informações dadas pelo Banco do Brasil na última divulgação de resultados, a instituição inaugurou 86 agências. Procurado pela reportagem, o banco não quis comentar a estratégia de abertura de novas unidades com recursos de terceiros.
As informações preliminares entregues à Comissão de Valores Mobiliários afirmam que o fundo BB Renda Corporativa II tem como meta dar aos investidores uma rentabilidade de 9,1% ao ano mais a variação dos aluguéis, que serão corrigidos pela inflação medida pelo IPCA. Por enquanto, o preço do aluguel ainda não está definido no prospecto. Gerido pela Votorantim Asset, o fundo cobrará uma taxa de administração de 0,6% ao ano sobre o patrimônio líquido.
Os contratos de locação, segundo o prospecto do fundo, terão um prazo de dez anos, podendo ser renovados por outro período igual. Se o banco decidir sair do imóvel antes de dez anos, será obrigado a pagar o fluxo de aluguéis do período todo.
Essa não é a primeira vez que os bancos partem para a troca do imóvel próprio pelo aluguel. Em 2002, quando o Banco Central reduziu os limites de imobilização das instituições financeiras, diversos bancos organizaram leilões de agências.
Mais de mil unidades foram compradas por pessoas físicas naquela época, marcada pelo cenário de instabilidade às vésperas das eleições presidenciais. Lances que em 2002 começavam em R$ 900 mil acabavam saindo por R$ 1,5 milhão. Pioneiro na iniciativa, o Bradesco se desfez de 356 agências em um só ano.
Agora, mesmo estando dentro dos limites de imobilização exigidos pelo Banco Central, o caminho escolhido pelo Banco do Brasil é o fundo imobiliário para a construção de novas agências. Do lado da instituição, a estrutura do fundo permite um processo mais ágil tanto para a captação dos recursos quanto para as negociações posteriores. Em vez de ter de negociar aluguéis com cada proprietário, no fundo isso é decidido de forma unificada pelos cotistas.
Para o investidor, a vantagem do fundo em relação à compra direta de uma agência é a isenção do Imposto de Renda de 27,5% sobre o valor do aluguel. Pessoas físicas são isentas da tributação nos fundos imobiliários.
Em 2003, o edifício de escritórios Almirante Barroso, no Rio, foi comprado por um fundo imobiliário da Brazilian Finance & Real Estate e alugado pela Caixa.
O ESTADO DE S. PAULO
Direto da fonte

Concreto armado

 

Shopping deve fechar até 10h de sexta

O ESTADO DE S. PAULO
Prefeitura aplica interdição e multa de R$ 2 mi ao Center Norte, com base em avaliação da Cetesb de que há risco de explosão na área
28 de setembro de 2011 | 3h 02
DIEGO ZANCHETTA , RODRIGO BRANCATELLI - O Estado de S.Paulo
Multado em R$ 2 milhões, o Shopping Center Norte tem até 10h de sexta para suspender as atividades. O auto de interdição aplicado ontem pela Prefeitura inclui estacionamentos, lojas do Carrefour e Lar Center - um complexo de 300 mil m² na zona norte.
A ação do governo municipal ocorre 11 dias após a Companhia de Saneamento Ambiental do Estado (Cetesb) divulgar que o empreendimento, o segundo mais movimentado entre os 80 da capital, é uma "área contaminada crítica". As medições da Cetesb e da Prefeitura constataram que há vazamento de gás metano na área onde estão as 331 lojas. Para a Cetesb e a Secretaria Municipal do Verde, o shopping não tomou providências suficientes para conter vazamentos.
Segundo a diretora do Departamento de Controle Ambiental da Secretaria do Verde, Regina Barros, foi dado um prazo só para que os comerciantes retirem produtos perecíveis e pertences. "A partir do momento em que o shopping foi notificado (ontem), ele deveria encerrar as atividades comerciais. Basta uma faísca para ocorrer uma explosão. Agora, só será liberado quando apresentar um projeto convincente para drenar esse gás."
O professor de Engenharia Ambiental da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) André Henrique Rosa também avaliou como correta a decisão. "Em áreas em que o metano está acondicionado sob pressão e há produção de faíscas elétricas, o risco de explosão é bem sério."
A Prefeitura aplicou ainda multa com base no artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais, que prevê interdição de estabelecimentos que descumprirem notificações anteriores. O governo alega que só agiu nesta semana porque estava cumprindo todos os prazos legais de regularização - o último expirou no dia 25.
Histórico. O Center Norte, construído sobre um antigo lixão, deveria ter um sistema para extrair os gases acumulados em seu subsolo. A decomposição de matéria orgânica do lixo, enterrado a mais de 50 metros de profundidade, solta o metano. Por meio de trincas no piso, o gás está vazando para a área das lojas. O estabelecimento deveria ampliar a ventilação para afastar o gás e o consequente risco de explosão. Mas os drenos colocados até agora pelo shopping são insuficientes, de acordo com a Cetesb.
Desde a semana passada, a companhia já aplicava multa diária de R$ 17 mil ao complexo. O risco de explosão só foi constatado agora, 27 anos após a inauguração do empreendimento, cujo movimento nos fins de semana chega a 800 mil pessoas - só o Shopping Aricanduva, na zona leste, é mais movimentado.
Em 2004, a Cetesb, a pedido da Câmara, começou a investigar se o shopping havia mesmo sido construído sobre o Aterro Carandiru, uma cava de mineração encerrada nos anos 1950 e usada como lixão por moradores até 1978. Em 1981, quando o prefeito Reinaldo de Barros concedeu licença ao shopping, a vala já havia recebido terra.
Verde. No auto de interdição, ontem, a Prefeitura ainda pede que o shopping torne 30% da área de seu estacionamento para 7 mil veículos permeável, ou seja, que sejam plantadas árvores. A licença dada pela Prefeitura na época da construção "não exigiu contrapartida ambiental ou para o sistema viário", segundo constatou o Supremo Tribunal Federal em 1990.
O despacho foi o resultado final de um processo movido em 1984 pelo prefeito Mario Covas (1930-2001), que pedia 46 mil m² de volta para o Município - 15% em área verde e 5% em novas ruas. Mas o pedido foi negado em todas as instâncias nos seis anos em que tramitou a ação. /COLABORARAM BRUNO RIBEIRO, CRISTIANE BOMFIM e FABIANO NUNES