quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tecnisa tem demanda fraca para debêntures

VALOR ECONÔMICO

Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo
A nova rodada de aversão ao risco no mercado internacional na semana passada prejudicou a emissão de debêntures da incorporadora Tecnisa. Conforme apurou o Valor, a demanda do mercado pelos papéis ficou em cerca de R$ 200 milhões, abaixo dos R$ 300 milhões pretendidos pela empresa. Como a operação conta com garantia firme até o limite de R$ 250 milhões, os bancos coordenadores devem ficar com pelo menos R$ 50 milhões que não foram vendidos. Procurada, a empresa não comentou o assunto.
A emissão da Tecnisa foi realizada com esforços restritos, conforme a Instrução nº 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permite a participação de, no máximo, 20 investidores. Apesar de a remuneração das debêntures ser considerada atrativa, os investidores têm evitado a exposição a setores com maior grau de endividamento, como o imobiliário, em razão da piora nas condições de mercado.
As debêntures da Tecnisa possuem três séries, com prazos de quatro, cinco e seis anos, respectivamente. A primeira série possui remuneração equivalente à taxa DI mais 2,25%, a segunda possui spread de 2,40% sobre o CDI, enquanto a terceira, atualizada pelo IPCA, tem rendimento atrelado à NTN-B com vencimento em 2017 mais 220 pontos percentuais.
O mercado de emissões de renda fixa deve ter mais um teste esta semana com a captação de R$ 300 milhões em debêntures da empresa de shopping centers Multiplan. Em condições normais, a companhia não teria problemas em fazer a colocação, que também será realizada via Instrução nº 476. A taxa oferecida na operação, contudo, é considerada "agressiva" pelo mercado. A operação, com prazo de cinco anos, pagará CDI mais um spread de até 1,15%.

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