quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A valorização do capital humano nas organizações à soma de líderes verdadeiros

Por Leonardo Marioto

As pessoas estão se tornando nesta era da informação um dos ativos mais importantes das organizações, em seu conjunto constituem o capital intelectual das empresas, onde se começa a buscar um maior entendimento de seus participantes como seres humanos, agregando-se um maior valor a eles, e que de acordo com Chiavenato, esse capital valerá mais na medida em que ele transforma-se em qualidade, agilidade, e uma maior competitividade para a organização, ou seja, quando este capital humano agrega real valor à empresa.

As pessoas constituem o capital humano das organizações, pois sem elas, as empresas simplesmente não conseguiriam existir. Elas são os únicos elementos passíveis de treinamento e desenvolvimento. Empresas bem sucedidas nos dias atuais, são empresas criativas e que colocam a sua cultura organizacional a favor destas filosofias. Elementos como inovação, motivação, criatividade e desenvolvimento são conseguidos graças a pessoas inovadoras, motivadas, criativas e desenvolvidas. E como conseguir pessoas com estas características? Não podemos esquecer de que a fase de provisão na qual recrutamento e seleção se enquadra neste processo, é muito importante, porém não basta termos apenas talentos em nossas empresas, precisamos que uma cultura focada no desenvolvimento destes talentos esteja presente, para que assim se desenvolvam e consigam agregar valores para com as competências organizacionais.


As organizações estão se tornando organizações do conhecimento e verdadeiras escolas do aprendizado, mas o que são estas ‘’escolas de aprendizado’’? São lugares onde seres humanos são treinados e desenvolvidos em suas habilidades pessoais e comportamentais, lapidando-se suas competências e tornando-as úteis. Dá-se o apoio necessário para que elas aprendam e se inovem a cada dia por um motivo de colaboração mútua, onde empresas e pessoas saem ganhando com esta colaboração. Pessoas inteligentes, motivadas, criativas, competentes agregam valores às empresas, criando novos produtos e serviços, trabalhando mais empolgadas com o sucesso e assim levando a empresa para um futuro sempre melhor.

Chiavenato (2009) diz que ‘’esse capital vale mais na medida em que consiga influenciar as ações e os destinos da organização’’, e para isso ele nos demonstra quatro alavancadores indispensáveis:

1. Autoridade: Dar autonomia às pessoas, denominado de empowerment, em que cada líder deve distribuir responsabilidades maiores aos seus subordinados, para que assim possam tomar decisões independentes e trabalhar de acordo com que aprendem e dominam.


2. Informação: Distribuir a informação para as diversas fronteiras criadas na organização. O essencial é destruir estas fronteiras, para que a informação desejada chegue a todos os interessados e que serão afetados por ela, no intuito de auxiliar a tomada de decisão e a busca de novos caminhos.


3. Recompensas: Dar-lhes as devidas e merecidas recompensas pelo trabalho feito. Isto torna um forte motivador para que outros trabalhos sejam muito bem realizados também, e funciona como um reforço positivo para com os participantes, feedback.


4. Competências: Desenvolver em um conjunto as competências individuais de cada funcionário. Criam-se talentos nas organizações da seguinte forma, segundo este mesmo autor: definindo as competências de que a organização precisa para alcançar seus objetivos e criando condições internas para que as pessoas aprendam e desenvolvam tais competências da melhor maneira possível.

O trabalho está mudando. Ele está se tornando cada vez mais intelectual, e cada vez menos rotineiro e repetitivo. Grupos e equipes de trabalho estão sendo valorizados, pois com uma equipe podemos explorar as diferenças individuais de cada um, gerando uma maior criatividade para a solução de problemas e para a criação de novos resultados. As empresas que quiserem ser bem sucedidas hoje em dia terão que além de reter seus talentos, aprender a treinar e a desenvolvê-los, procurando ter uma cultura favorável a esta filosofia, buscando-se mais democratizar-se e cada vez menos, burocratizar-se. Logicamente que as organizações têm que manter certo equilíbrio nesta democratização, pois algumas vezes pessoas mais capacitadas terão que tomar decisões, chamando a responsabilidade para algumas poucas delas. E por fim uma pequena frase para nossa reflexão: Não devemos deixar nossos cérebros na porta dos escritórios quando chegarmos, e pegá-lo de volta na saída, mas sim, devemos utilizá-lo dentro das organizações para o desenvolvimento individual e organizacional.

Líderes Verdadeiros

A liderança nos é servida a partir do momento em que as coisas saem do status quo (estado atual das coisas) e caminham para uma grande turbulência. Quando as coisas estão indo bem a liderança auxilia apenas para manter uma normalidade empregada a todos na organização e em seu ambiente. Neste período ela é importante, mas não tanto quanto se necessita quando há algo a ser realizado. Pois é, essa é a grande finalidade de uma liderança verdadeira, cujo objetivo é que em tempos de guerra, como diz Judith M. Bardwick, presidente e fundadora da Bardwick and Associates, faça com que líderes estejam prontos para problemas maiores.

Entretanto o período em que vivemos as coisas não mais estão em seus status quo. Está havendo uma grande inquietação e competitividade no mercado com a economia globalizada, e por esta razão os líderes precisam estar sempre atentos e preparados para as mudanças e que estas sejam feitas, se necessárias. Se possuíssemos um mercado mais passivo e menos brutal, talvez esta liderança não nos servisse como é necessitada agora.

Seguindo está linha, a definição de um líder verdadeiro, é aquele capaz de fazer com que grupos ou pessoas comuns realizem coisas extraordinárias. Uma organização sem liderança se torna uma caixa de surpresas, como um navio à deriva, mesmo em períodos em que o ambiente esteja mais constante. O líder tem o dever de saber que grande parte da motivação de seus subordinados é de sua responsabilidade. No entanto o que se está vendo em organizações modernas é a formação de equipes com vários líderes, despertando a autonomia de cada indivíduo que ali participa. A liderança verdadeira toma como base princípios e valores aprendidos em uma grande caminhada da vida.

O líder diminui as inseguranças de sua equipe, e mostra-lhes que seus grandes medos não são tão grandes assim como parecem. Um líder verdadeiro motiva seus liderados para que façam o que tem de ser feito. E aí está a grande diferença entre o chefe e o líder. O líder dá-se o exemplo e faz com que seus liderados o sigam por uma escolha que agrega segurança no trabalho a ser feito, ele não impõe suas vontades como os maus chefes que pipocam por aí.

Mas afinal, de que são formados os líderes? São pessoas atípicas? São pessoas de outro mundo? São pessoas exclusivas com características inatas? Liderança é uma coisa que se pode aprender, ou é uma coisa para poucos seres mortais? Depende do ponto de vista.

A liderança pode ser claramente aprendida e conquistada com muita fé e dedicação, e uma grande dose de autoconfiança. Porém algumas características como maturidade, amor ao próximo, caráter entre outras, não se pode comprar em qualquer esquina. A liderança pode ser uma coisa para poucas pessoas sim, no sentido de que só é um verdadeiro líder aquele que consegue seguir a sua racionalidade, e que tenha maturidade suficiente para conseguir colocar-se no lugar do outro e captar em seus liderados, através de um comportamento, uma palavra, entender os seus medos e conseguir encorajá-los para enfrentar de frente os obstáculos que o ambiente impõe.

Judith M. Bardwick identifica seis elementos que o líder deverá possuir para que possa ter uma liderança eficiente e eficaz:

1. Definir o negócio da empresa: Os líderes devem definir qual é o negócio da empresa, para poderem definir prioridades. Saber o que precisa ser feito, e o que não precisa ser feito. Direcionar o foco para questões importantes e de grandes significados.

2. Criar uma estratégia vencedora: A liderança deve criar uma estratégia que tenha um compromisso com a eficiência e eficácia do negócio. As perguntas, qual é a nossa estratégia e quais os nossos concorrentes, deve ser feita a todo instante. Uma estratégia bem sucedida de prever, gerar e orientar a mudança e estabelecer compromisso com os membros da organização (Judith M. Bardwick 1996).

3. Comunicar de forma persuasiva: Os líderes devem saber transpor a informação necessária de forma clara e objetiva para quem for afetado por ela. Decisões devem ser ditas e informadas para as pessoas que serão afetadas por ela. Comunicar-se de forma persuasiva é comunicar o que irá acontecer e realizar, e que isto seja realmente acontecido e realizado. Porém, nem toda informação em tempos de turbulência deve ser passada, pois isto pode gerar certo grau de ansiedade e medo para os participantes da organização, então, esta informação e comunicação devem ser feita da maneira mais clara e prática possível, utilizando um filtro para poder saber informar o que realmente é preciso e necessário no momento vivenciado.

4. Comportar-se de modo Íntegro: Sem integridade a confiança jamais é obtida (Judith M. Bardwick 1996), comportar-se de modo íntegro é fazer jus as suas palavras e ações. A confiança só vem com palavras seguidas por ações que se equivalem. Um líder deve ser verdadeiro em suas palavras e seus comportamentos, deve se falar apenas o que poderá cumprir-se, e consequentemente, ser transparente. Seguir um sistema de valores íntegro e eficaz que dá a origem ao seu caráter.

5. Respeitar os outros: Muito já foi dito sobre o quão devemos respeitar a individualidade de cada um. Os verdadeiros líderes respeitam esta individualidade, e mais ainda, dão um maior valor às diferenças individuais. Sabendo se colocar no lugar do outro, tendo maturidade para isto. Eles devem ter a confiança necessária para receber ideias vindas de outras pessoas, que poderão ser soluções. Sem respeito não há liderança e não há equipe para ser liderada, apenas membros cujo objetivo é apenas um: acatar ordens, e quem da ordens é o chefe e não um líder.

6. Agir: Liderança é ação. Em tempos de incertezas o líder é fundamental para gerar a confiança necessária aos seus liderados. Ele deve agir de forma mais racional possível e com menos sentimentalismo, tendo que fazer o que tem de ser feito. As pessoas precisam confiar em seus valores e crenças, para poderem se apegar e acreditar também que a mudança é necessária. Precisam constantemente manter esta atmosfera psicológica positiva, não no sentido de se distanciar da realidade, mas conseguindo ver além do que os outros conseguem enxergar, ou seja, necessitando ser otimistas.
Os líderes devem ter total consciência do lugar que ocupam e devem estar extremamente capacitados tecnicamente e principalmente, psicologicamente, para desempenhar suas funções de forma eficaz. Devem saber que liderança é um elemento fundamental nas organizações, e que como tal, deve ser desempenhada de forma maestrosa.


Bibliografia: HESSELBEIN, Frances; GOLDSMITH, Marshall; BECKHARD, Richard. O líder do futuro – Visões, estratégias e práticas para uma nova era; São Paulo, editora Futura, 1996.

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