sexta-feira, 9 de março de 2012

SP 458 anos: construções que representam toda a diversidade da arquitetura paulistana ao longo de sua história


A arquitetura de São Paulo é um reflexo da diversidade que caracteriza a cidade. Suas curvas são a mistura de tendências arquitetônicas que marcaram períodos importantes da história do Brasil. Das casas em estilo colonial e igrejas erguidas até o século XIX à influência francesa no início do século XX, em estilo art decó e art nouveau.

Dos arranha-céus dos anos 1920 ao estilo modernista a partir da década de 1930 e o pós-moderno. Hoje predominam os edifícios espelhados e com característica futurista. Entre os símbolos destas tendências estão o Museu de Arte Sacra, de estilo colonial clássico, a Estação Júlio Prestes e o Viaduto do Chá, de declarada influência francesa, os modernistas MASP e Oca do Ibirapuera, além dos edifícios high-tech da região da Berrini e Vila Olímpia. Sem contar edifícios famosos, como o Copan, de Niemeyer e o prédio do Banespa.

Em meio a esse contexto, listar os ícones da arquitetura da cidade não é tarefa simples, nem tão pouco unânime, mas, sem dúvida, vale a pena conferir:

Museu de Arte Sacra
Localiza-se na ala esquerda do Mosteiro da Luz, fundado em 1774 por iniciativa de Frei Galvão. É a única edificação colonial do século XVIII em São Paulo a preservar seus elementos, materiais e estrutura originais. Encontra-se inserido em meio à última chácara conventual urbana do país. Foi tombado como monumento arquitetônico de interesse nacional em 1943, pelo então SPHAN (atual IPHAN) e, posteriormente, pelo Condephaat.

museu-arte-sacra.jpg

Estação Júlio Prestes
A histórica estação ferroviária foi projetada por Cristiano Stockler das Neves em 1925 no estilo francês Luís XVI e concluída em 1938. Na década de 1990, foi restaurada e o seu interior onde existia um jardim clássico francês de 960 metros quadrados foi convertido em uma sala de concertos, a Sala São Paulo. Atualmente serve aos trens da Linha 8 da CPTM.

estacao-julio-prestes.jpg


Viaduto do Chá
A atual construção, de concreto armado, data de 1938 e foi feita para substituir o projeto original de 1892, idealizado pelo francês Jules Martin, cuja estrutura de metal alemão com assoalho de madeira já não suportava mais o grande número de pessoas que por lá passavam diariamente. O projeto original foi o primeiro viaduto construído na cidade.

viaduto-do-cha.jpg


MASP
O Museu de Arte Moderna de São Paulo Assis Chateaubriand localiza-se em um edifício projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, famoso pelo vão-livre de mais de 70 metros que se estende sob quatro enormes pilares. O edifício é considerado um importante exemplar da arquitetura brutalista brasileira e um dos mais populares ícones da capital paulista, sendo tombado pelas três esferas do poder executivo - Iphan (federal), Condephaat (estadual) e Conpresp (municipal).

masp.jpg


Oca
O Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, popularmente conhecido como Oca, é um pavilhão de exposições localizado no Parque do Ibirapuera. Foi projetado por Oscar Niemeyer em 1951, para compor o conjunto arquitetônico original do parque, construído para comemorar o IV Centenário da Cidade de São Paulo, que se deu em 1954.

oca.jpg


Copan
O edifício de linhas sinuosas e elegantes, projetado por Oscar Niemeyer, é um dos mais emblemáticos da cidade. É bastante conhecido por sua geometria sinuosa, que lembra uma onda, e pelos números superlativos de suas estatísticas: tem 115 metros de altura, 35 andares (incluindo três comerciais), além de dois subsolos, e cerca de dois mil residentes. É considerada a maior estrutura de concreto armado do Brasil. Possui 1.160 apartamentos distribuídos em seis blocos, sendo considerado o maior edifício residencial da América Latina. A área comercial no térreo possui 72 lojas e um cinema, o antigo Cine Copan, que funcionou até 1986. A ideia era inspirada no Rockefeller Center, de Nova York, condomínio que unia um grande centro comercial e de lazer a residências. Assim como a Oca, também foi encomendado para o IV Centenário da cidade, que viria a ser comemorado em 1954.

copan.jpg
Edifício do Banespa
O Edifício Altino Arantes, também conhecido como Edifício do Banespa ou Banespão,foi construído a partir de 1939 para sediar o Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Após sua inaguguração, em 1947, chegou a ser considerado a maior estrutura em concreto armado do mundo e o prédio mais alto da cidade, até ser superado pelo Mirante do Vale, em 1960. Seu projeto inicial foi alterado para fazê-lo à semelhança do Empire State Building, em Nova Iorque.
edificio-banespa.jpg

Edifício Casa das Arcadas
O edifício Casa das Arcadas foi construído na segunda metade da década de 1920 por Siciliano & Silva. Seu nome faz referência aos arcos que ornamentam a fachada externa nos dois primeiros pavimentos e também aos advogados que mantinham escritórios no local, formados pela faculdade de Direito do Largo São Francisco, cujo apelido é ‘Arcadas’. O edifício, propriedade da FAAP, passou por uma grande obra de restauro em 2009 e hoje continua a ser ocupado pela famosa loja de calçados Fidalga, inaugurada em 1928 e por prestadores de serviços e estabelecimentos comerciais de diversas áreas, como advogados, médicos, óticas, livreiros, ourives e escritórios imobiliários.

casa-das-arcadas.jpg


Biblioteca Mário de Andrade
A principal biblioteca pública da cidade localiza-se em uma recém-reformada construção projetada pelo francês Jacques Pilon em 1943. Seu edifício-sede, no centro histórico da capital paulista, é um dos marcos arquitetônicos do estilo art déco na cidade. A recente intervenção abrangeu a modernização dos serviços e aparatos tecnológicos de pesquisa e a restauração de parte de seu mobiliário.

biblioteca-mario-de-andrade.jpg

Casa de Vidro
Projetada em 1950 por Lina Bo Bardi para ser a residência da arquiteta italiana e seu marido Pietro Maria Bardi, a ousada construção abriga hoje parte da coleção de arte particular adquirida ao longo dos anos pelo casal. Em 1987, a famosa Casa de Vidro foi tombada pelo Condephaat.

casa-de-vidro.jpg
Prédio da FAU-USP
O edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo no campus da Universidade de São Paulo teve seu projeto encomendado a Vilanova Artigas. Sua construção, iniciada em 1966 e concluída em 1969, mostra-se externamente como um grande paralelepípedo em concreto, sustentado por pilares em forma de trapézios duplos, apoiados levemente sobre o solo. Ao contraste entre os leves pontos de apoio e o peso do volume que eles sustentam combina-se o jogo entre planos fechados (no alto) e superfícies envidraçadas ou abertas (na parte de baixo). O movimento que a frente propõe permite entrever os espaços internos do edifício, eles também pensados a partir da alternância de planos altos e baixos, cheios e vazios, linhas retas e curvas (empregadas no caracol destinado à direção do museu). A proposta central do projeto reside na idéia de continuidade espacial, que o grande vazio central explicita. Os seis pavimentos, ligados por rampas largas de inclinações suaves e variáveis, dão a sensação de um só plano.
fau-usp.jpg

Sesc Pompéia

Sediado em um conhecido edifício projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi em 1977, a partir de uma fábrica de tambores. Ao visitar a fábrica, onde seria implantado o Sesc, a arquiteta encontrou uma bela construção, feita com estrutura de concreto armado com vedações em alvenaria, pioneira no Brasil. A arquiteta, então, reinventou a construção, mantendo o espaço livre dos galpões, mas reprojetando as funções da antiga estrutura, de forma a transformar o projeto de tecnologia fabril em um projeto moderno.

sesc-pompeia.jpg


Residência James King
Construída em 1972 para abrigar uma família com cinco filhos, a casa assinada pelo premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha possui linhas retas e concreto aparente, integrando-se com o entorno natural da região.

residencia-james-king.jpg


Edifício Itália
O Edifício Itália (cujo nome oficial é Circolo Italiano) é o segundo maior da cidade de São Paulo e do Brasil em altura, com 165 metros distribuídos em 46 andares. Inaugurado em 1965, é atualmente um dos marcos da cidade, protegido pelo Patrimônio Histórico por ser um dos maiores exemplos da arquitetura verticalizada brasileira. Um dos maiores destaques do edifício é o restaurante localizado no seu topo, conhecido como Terraço Itália, que permite uma vista em 360 graus da cidade, sendo um dos maiores pontos turísticos da capital paulista. No andar térreo do edifício há também um teatro e uma galeria. Os demais andares são ocupados por escritórios.

edificio-italia.jpg


Mirante do Vale
Maior edifício já construído no país, com 170 metros de altura e 51 andares. Projetado pelo arquiteto Waldomiro Zarzur, sua construção começou em 1960 e foi inaugurado 1966. Desde sua conclusão, nenhum edifício conseguiu superar sua altura, mantendo o título de maior arranha-céu do Brasil desde então.

mirante-do-vale.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário