segunda-feira, 11 de julho de 2011

Revista inglesa, “The Economist”, diz que mercado de imóveis no Brasil não corre risco de bolha

Revista inglesa, “The Economist”, diz que mercado de imóveis no Brasil não corre risco de bolha




Para “The Economist”, endividamento é baixo e valorização não passa de correção



A alta do mercado imobiliário brasileiro atravessou fronteiras. A forte valorização foi um dos assuntos em destaque na edição da semana passada da revista inglesa “The Economist”. A publicação defende a ideia de que a febre por propriedades no Brasil e em outros países da América Latina – por mais que causem um certo temor de um exagero em relação ao desenvolvimento econômico da região -, está baseada muito mais em uma crescente prosperidade do que no excessivo endividamento da população.

A matéria diz que, em Lima, no Peru, o mercado imobiliário está aquecido desde que o país derrotou a hiperinflação. Em alguns bairros da capital, os preços das casas dobraram e os terrenos que ainda podem ser construídos estão custando até três vezes mais. Enquanto São Paulo vê um crescimento de 25% em alguns apartamentos, no Rio esses valores chegaram a dobrar.
Segundo a “The Economist”, Colômbia e Panamá também vêm apresentando sinais de aquecimento no mercado imobiliário, e essa valorização acelerada tem causado medo de que a região possa estar vivendo numa bolha prestes a estourar. Mas a ideia é rechaçada, já que pelo menos, por enquanto, os novos e altos valores parecem sólidos. Até porque, os preços muito altos estão restritos aos melhores bairros das maiores cidades, e a regiões que vivem um grande desenvolvimento econômico.

Aluguel comercial no Rio, o mais caro das Américas

O artigo cita diversas explicações para a valorização desenfreada no Brasil, entre elas a descoberta de grandes bacias de petróleo e a escolha do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016. E aponta esses fatores como atrativos para empresas estrangeiras que têm se estabelecido por aqui, enviando funcionários que precisam de um lugar para viver. O resultado é revelado por uma pesquisa da consultoria Cushman & Wakefield que mostra o aluguel comercial no Rio como o mais caro das Américas.
Para a publicação, porém, o grande motivador do boom imobiliário brasileiro é o maior acesso ao financiamento, que aumentou consideravelmente nos últimos oito anos. Principalmente por conta de mudanças nas regras da concessão do crédito, que incluem a criação do programa Minha Casa, Minha Vida.

Mas mesmo com o aumento, a concessão de crédito no Brasil ainda está muito aquém da oferecida nos Estados Unidos. Há cerca de seis anos, a dívida brasileira com financiamento imobiliário correspondia a cerca de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje está perto dos 5%. Um crescimento considerável, mas ainda um total de financiamento de valor baixo, que não precisa gerar preocupação. Os contratos brasileiros, que liberam créditos de, em média, 80% do valor total das casas, são considerados conservadores pela revista.
Quando a crise imobiliária estourou nos Estados Unidos, em 2008, dois terços de todas as casas americanas tinham sido compradas com financiamento, e a dívida ultrapassava os US$10 trilhões, o equivalente a 72% do PIB.
Região ainda tem déficit habitacional muito alto

A publicação lembra ainda que, apesar do boom no mercado, a América Latina tem um longo histórico de déficit habitacional: cerca de 900 mil no Peru e estimado entre cinco e sete milhões, no Brasil, e que mesmo com alguns governos oferecendo subsídios para a compra da casa própria, o impacto no mercado ainda é muito pequeno.
E finaliza afirmando que o recente crescimento dos preços é apenas uma correção depois de anos de valores defasados por falta de concorrência na hora da compra.

Fonte ADEMI, de O Globo 22/5

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