segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Burocracia emperra adoção de áreas verdes

Processo pode levar mais de um ano

VANESSA CORREA

DE SÃO PAULO

Enquanto praças e canteiros seguem sujos e cheios de mato, empresas interessadas em conservar praças esperam até um ano e meio pela autorização da prefeitura. Há mais de 400 pedidos no município.
Em troca da conservação, o patrocinador pode colocar uma placa na área escolhida.
Lançado em 2003, o programa de adoção de áreas verdes chegou a mil adesões.
Em janeiro de 2007, poucos dias depois da entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, a prefeitura relançou o programa como oportunidade para empresas fazerem publicidade em áreas externas.
Mas quem quer adotar reclama justamente de maior demora depois da Lei.
Hoje, em vez de mil áreas adotadas, o número caiu para 700. Há ao menos 4.400 áreas adotáveis na cidade.
"Demora muito. É o fim da picada a iniciativa privada querer ajudar e não conseguir", diz Caia Marrey, da Associação Amigos da Cidade Jardim, bairro da zona oeste.
A entidade diz que tenta adotar duas praças na avenida Lineu de Paula Machado, além do canteiro central da avenida. Os pedidos foram protocolados em maio do ano passado, mas só em setembro o primeiro foi autorizado.
Ana Paula Dias, da Farah Service, empresa que assessora interessados na adoção e executa os serviços de manutenção, diz que vários clientes já desistiram devido à demora. "Depois da Lei Cidade Limpa, o número de adoções caiu pela metade".
Ela estima que a média de espera é de quatro meses, mas que muitos projetos demoram quase um ano. "Antes da lei, levava só um mês".
Regina Monteiro, diretora de paisagem urbana da prefeitura, diz que há propostas que retornam para a empresa para complementação, por isso algumas autorizações demoram mais. Segundo ela, os processos demoram em média de dois a três meses.
O ESTADO DE S.PAULO
09/10/1

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