segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Obras envolvidas em fraude são liberadas

Kassab manda reemitir alvarás de 27 obras paralisadas em escândalo que causou rombo de R$ 50,5 milhões

Construtoras terão de pagar dívida antes de reiniciar construção; 11 prédios mantém obras por decisão judicial


EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO


A Prefeitura de São Paulo vai liberar as obras dos prédios envolvidos em uma fraude de R$ 50,5 milhões aos cofres municipais.
Do total de 42 edifícios citados, 27 estão com suas obras paralisadas após a prefeitura suspender os alvarás.
Outros 11 prédios também estão com os alvarás suspensos, mas as obras já haviam sido retomadas após liminares judiciais. E quatro edifícios já estão prontos.
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) determinou às secretarias das Subprefeituras, Finanças e Habitação que verifiquem a situação de cada uma das construções e liberem os alvarás para que as obras sejam retomadas.
Para isso, no entanto, o processo não pode ter nenhuma outra irregularidade. E as construtoras responsáveis terá de depositar na conta da prefeitura o valor devido.
Não há prazo para a liberação dos alvarás, mas isso deve ocorrer até a próxima semana, assim que a Secretaria de Finanças identificar os pagamentos das dívidas.

FRAUDE
A fraude ocorreu entre 2007 e abril deste ano. As empreiteiras apresentaram à prefeitura guias de pagamento da outorga onerosa -taxa exigida para a liberação de construção de prédios altos- com a autenticação mecânica bancária falsificada.
A fraude foi descoberta em junho deste ano. A investigação foi feita pela Corregedoria Geral do Município com apoio do Ministério Público e da Polícia Civil.
No total, 20 pessoas -entre donos e diretores de construtoras, arquitetos, despachantes e consultores- foram denunciadas à Justiça. Nove foram presos, mas parte deles já obteve liberdade.
As construtoras se dizem vítimas do esquema. Elas afirmam que terceirizaram o pagamento da outorga e que foram informadas por seus consultores de que a quitação poderia ser feita com precatórios da prefeitura. Por isso, pagariam menos do que a taxa cobrada.
Para retomar as obras, as próprias construtoras se ofereceram para quitar o valor devido, que nunca entrou nas contas da prefeitura. As cinco empreiteiras que conseguiram liminar quitaram a dívida por ordem judicial antes de recomeçar as construções.
Na lista dos prédios envolvidos no esquema há 28 empreendimentos residenciais -1.629 apartamentos-, 13 comerciais e um hospital.
Estão paralisadas as obras de 1.035 apartamentos, inclusive em prédios de luxo, com unidades à venda por até R$ 6 milhões. A maioria dos prédios fica na zona leste -Tatuapé e Anália Franco-, onde a fraude começou, mas há prédios também na Bela Vista, Vila Mariana e Itaim Bibi.


O ESTADO DE S. PAULO
09/10/11

Varandas para todos os gostos

O ESTADO DE S. PAULO
09/10/11

Eva Wilma, a porta-voz do Itaim

ADRIANA FERRAZ - O Estado de S.Paulo
Foi em uma festa pequena, no teatro do bairro, que uma das mais ilustres moradoras do Itaim-Bibi, na zona sul, ganhou o título de cidadã ithayense. Apesar de acostumada a homenagens, Eva Wilma foi surpreendida pelo prêmio na segunda-feira passada. Aos 77 anos, a atriz paulistana descobre novos palcos e encarna novos personagens para defender o quarteirão em disputa na frente de sua casa. A Prefeitura quer trocar a área, avaliada em mais de R$ 200 milhões, por creches.
Dona Eva, como é conhecida pelos vizinhos, ou Vivinha, como é carinhosamente chamada por parentes, faz campanha contra o projeto. Para combatê-lo, revive seus tempos de militante política, cujo auge ocorreu na campanha das Diretas Já, em meados dos anos 1980. Hoje, representa a voz do bairro. E, em alto som, reivindica a permanência do espaço em reuniões, audiências públicas e até passeatas.
Após a homenagem, realizada durante a comemoração dos 77 anos do Itaim-Bibi, a atriz subiu ao palco do Teatro Municipal Décio de Almeida Prado - um dos oito equipamentos sociais instalados no quarteirão, entre escolas e postos de saúde- e pediu a cerca de 200 pessoas que não desistam da batalha. Da plateia, recebeu aplausos do filho caçula e dos netos, acostumados ao espaço.
"Há 31 anos ouço as mais de 2 mil crianças que estudam na escola municipal cantarem as duas estrofes do Hino Nacional logo de manhã. O barulho delas no recreio, na aula de ginástica e na sala de aula é um bálsamo", diz a moradora, que nasceu ali perto, nos Jardins.
Quando se mudou para a Rua Cojuba, uma das vias que formam o quarteirão, só havia o prédio de oito andares onde mora. "Podia até enxergar o pôr do sol. Mas todas as casas foram derrubadas e trocadas por espigões. O quarteirão que sobrou é um respiro, um verdadeiro oásis."
Eva afirma que sua luta é pelo direito à qualidade de vida. "Não defendo só o teatro ou a biblioteca, mas as escolas, o posto de saúde onde vou todo ano tomar a vacina contra a gripe, a unidade da Apae, a creche da igreja. É uma questão de humanidade", diz a atriz, que vive uma relação de amor com a região. É no Empório Itaim que compra o pão de manhã, no Shopping Iguatemi que faz compras e nos restaurantes da região que experimenta as delícias da cidade.
Tia Íris. Atualmente, Eva divide-se entre São Paulo e Rio. Ela começou a gravar a novela Fina Estampa, da Rede Globo, na pele da Tia Íris, que promete revolucionar a trama. Mas a ponte aérea não a impede de cumprir sua função. Na última segunda, por exemplo, pegou o avião só para participar da festa de aniversário do bairro.
Entre tantos personagens, este é, na sua opinião, um dos mais importantes. "É o exercício da cidadania. Tenho consciência de que a popularidade está acompanhada de responsabilidade. A gente não pode deixar os governantes fazerem o que querem."
Nos eventos realizados contra a venda do terreno, ela é sempre o centro das atenções. Vizinhos comemoram o apoio e a presença da atriz e ex-bailarina clássica tantas vezes premiada. Ainda na adolescência, foi aplaudida em apresentações no Teatro Municipal, um de seus locais preferidos na capital.
Eva caiu nas graças do público nos anos 1950 e 1960, quando a extinta TV Tupi apresentou a série Alô Doçura. Foi nesse trabalho que conheceu o ator John Herbert, com quem formou o casal mais famoso da TV na época e teve dois filhos: Johnnie e Vivien. A união terminou em 1976. Mas a diva refez a vida com o também ator Carlos Zara, morto em 2002. Foi com ele que, por 25 anos, ela passeou pelas ruas do Itaim, acompanhando a transformação da vizinhança. Herbert faleceu em janeiro deste ano.
Em 58 anos de carreira, a lista de sucessos é extensa: inclui as gêmeas Ruth e Raquel, da primeira versão de Mulheres de Areia, em 1973, a vilã cômica Maria Altiva Pedreira Mendonça de Albuquerque, de A Indomada, em 1997, e outras tantas personagens do teatro, como a Querida Mamãe, encenada entre 1994 e 1996, pela qual recebeu o prêmio Molière de melhor atriz.
Coração. Amigo e companheiro de luta, o frei Paulo Gollarte, de 79 anos, afirma que a voz de Eva ecoa para além do bairro. "Por ser uma artista reconhecida, chama a atenção para a nossa causa. E faz isso de coração, sempre que não está se apresentando ou gravando no Rio."
A amizade entre os dois é antiga. Desde que se mudou, Eva participa da missa na Paróquia Santa Teresa de Jesus, a menos de um quilômetro de seu apartamento, sempre às 11h de domingo. Mas quando chegou ao bairro, a atriz não imaginava que um dia teria de exercer outro papel. "Sou otimista. Acredito nas lutas populares. A Prefeitura pode fazer creches em outros lugares. Sem o quarteirão, vamos respirar muito mal."
Atriz global revive papel de militante política ao defender, em nome do bairro, a permanência do quarteirão da cultura
O ESTADO DE S. PAULO
0810/11

Sem obra até 2014, Pompeia ganha praça antienchente

Para associação de bairro, área verde vai 'segurar um pouco' as águas das chuvas, até que galerias antigas sejam trocadas

07 de outubro de 2011 | 22h 45

Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Enquanto não recebe um pacote de obras contra alagamentos - que será concluído só em 2014 -, o bairro da Pompeia, na zona oeste de São Paulo, vai ganhar uma praça antienchente. A área verde de 14 mil metros quadrados será construída entre os shoppings Bourbon e West Plaza, do lado da Rua Turiaçu, em um ponto da região que sempre enche de água durante os temporais.

Filipe Araujo/AEDez sobradinhos, um prédio de três andares e um posto de gasolina serão desapropriados

Dez sobradinhos, um prédio de três andares e um posto de gasolina da Avenida Francisco Matarazzo foram desapropriados pela Prefeitura. As obras de demolição começaram na quinta-feira, e a praça deve ficar pronta no início de 2012. "Esse é o ponto do bairro que mais alaga. A área verde vai ajudar a reter a água", afirma o subprefeito da Lapa, Carlos Fernandes.

Um pouco menor do que a Praça Buenos Aires, de Higienópolis (23 mil m²), a praça será um respiro no meio do concreto de dois shoppings e da futura arena do Palmeiras, que terá capacidade para 46 mil pessoas. Até o fim de 2008, a previsão era de que nesse mesmo espaço desapropriado fosse construído um piscinão. Mas a Prefeitura e os moradores avaliaram que a obra teria impacto negativo para o bairro e não resolveria o problema das enchentes a longo prazo.

"Até ser construída toda obra de drenagem, essa praça vai ser bem útil para ‘segurar’ um pouco a água das chuvas. Queremos em breve fazer um Memorial da Pompeia nessa praça", disse Maria Antonieta Lima e Silva, presidente da Associação de Moradores da Vila Pompeia.

Solução. A licitação para a troca das galerias antigas dos Córregos Água Preta e Sumaré, orçada em R$ 90 milhões, deve ficar pronta no próximo ano, mas as obras serão concluídas só no fim de 2014. A intervenção foi apontada como a solução definitiva para os alagamentos.

Um estudo que custou R$ 4,7 milhões à Prefeitura apontou que uma nova galeria subterrânea poderá reduzir a força das águas do Água Preta, córrego que nasce em uma altitude de 75 metros em comparação à Pompeia, na Vila Madalena, perto da Rua Cerro Corá. Seu trajeto descendente pelo meio da Pompeia e de Perdizes, em canos construídos na década de 1960, faz a água adquirir forte pressão até o início de seu trajeto plano, que começa no cruzamento da Rua Turiaçu com a Avenida Antártica, na Praça Marrey Júnior. As tubulações antigas serão reformadas e vão ficar paralelas às novas.

"Toda a drenagem da Pompeia foi elencada como uma das prioridades dentro do orçamento de 2012. As obras já devem começar no ano que vem", afirma o secretário municipal de Planejamento, Rubens Chammas.

Demolição. A maioria das casas desapropriadas está vazia e lacrada com barreiras. Três estão ocupadas. Uma delas é a oficina e a casa do mecânico conhecido como seu Jarbas. Ele não quis dar entrevista - falou só que está sendo expulso contra sua vontade.

Ao lado da oficina há uma casa dividida em dois apartamentos, ainda com inquilinos. Mais adiante, um galpão cheio de móveis antigos está sendo esvaziado pela responsável, que não quis se identificar. "Vamos retirar tudo e levá-los para centros de doação ou para novos compradores." A imissão de posse da Prefeitura dos três imóveis deve acontecer na segunda-feira.

EXAME.COM

09/10/11

Lançado o prédio mais alto de Alphaville

O Air Offices tem 125 metros de altura e é voltado a pequenos investidores e profissionais liberais

São Paulo – O prédio mais alto de Alphaville será lançado oficialmente neste mês. Com 125 metros de altura e 40 pavimentos, o Air Offices é um empreendimento imobiliário de salinhas comerciais que tem como principais potenciais compradores os profissionais liberais da região e pequenos investidores paulistas.
O projeto buscou aproveitar os atrativos proporcionados pela altura. Segundo o paisagista Benedito Abbud, da cobertura do edifício será possível enxergar a avenida Paulista e a serra do Japi, em Jundiaí. Todo o último andar foi batizado de “pavimento de descompressão” e incluirá spa, academia, restaurante, café e lojas.
Os pequenos escritórios serão vendidos por cerca de 7.500 reais o m². Para Vitorio Panicucci, sócio da Clavi Incorporações, responsável pelo projeto, muitos investidores estão ressabiados com os preços dos lançamentos recentes em bairros nobres de São Paulo, como o Itaim e a Vila Olímpia, e consideram Alphaviile uma alternativa para pagar menos por imóveis e correr menos riscos.
O preço inferior para a aquisição de terrenos e as leis de zoneamento mais tolerantes são os principais fatores que explicam os valores mais baixos dos imóveis em Alphaville. Na região, uma incorporadora pode construir até oito vezes a área do terreno. Já em São Paulo, esse limite cai para quatro vezes e, ainda assim, é necessário desembolsar muito dinheiro para atender todas as obrigações com a prefeitura.
Do ponto de vista do investidor, Alphaville pode ser interessante. Com incentivos fiscais para empresas e aluguéis mais baixos, a região tem se consolidado nos últimos anos como uma importante área de atração de escritórios.
Quem estiver interessado em investir na região, no entanto, deve estar atento ao grande número de empreendimentos imobiliários que devem ser entregues nos próximos anos em Alphaville. Súbitos aumentos de oferta sempre tendem a aumentar as taxas de vacância. E quando não há demanda suficiente por imóveis por períodos prolongados de tempo, geralmente os preços de locação caem.

EXAME.COM

Site faz queima de estoque de imóveis

Unidades que há tempos buscam um comprador podem ser adquiridas com descontos que chegam a 30% sobre o valor de tabela


São Paulo – Quem acha inviável comprar um imóvel com os preços atualmente praticados no mercado ganhou uma opção para encaixar o sonho de consumo no bolso. Lançado há quatro meses, o site Promoimóveis promete vender casas, apartamentos ou salas comerciais com descontos de até 30%. Mágica? Longe disso. O site funciona como uma espécie de “outlet virtual” e vende imóveis que estão encalhados no estoque das incorporadoras há um ano ou mais.
Luiz Turano, diretor da Promoimóveis, explica que os imóveis colocados à venda no site fazem parte de empreendimentos que foram quase 100% comercializados. Uma ou outra unidade, entretanto, acabou encalhando no estoque – e não vale a pena para a incorporadora fazer um esforço de marketing para vendê-la.
Ele afirma que geralmente os imóveis não encontraram um comprador por detalhes. Apartamentos em andares baixos, por exemplo, costumam ser evitados em determinadas ruas. Também não é incomum que coberturas em empreendimentos de classe média acabem encalhando. No Rio de Janeiro, apartamentos que pegam sol na parte da tarde também são evitados porque o calor na área interna pode ser excessivo durante o verão.
Muitos imóveis também podem ter ficado no estoque por algum erro estratégico da própria incorporadora. A empresa pode ter colocado a unidade à venda por um valor fora do patamar de mercado ou então fez um lançamento em um bairro onde posteriormente houve uma superoferta de imóveis, entre outras possibilidades.
Nos primeiros quatro meses de vida, o site comercializou 16 imóveis com descontos de até 30%, mas que, em geral, ficam em torno de 10%. “Com a recente valorização dos imóveis, o consumidor ficou muito sensível a preço”, diz Turano. “Qualquer desconto de 10% que o site ofereça já costuma ser suficiente para o cliente comprar um carro.”
Atualmente, um dos principais destaques do site é um apartamento de 67 metros quadrados na Vila Madalena, em São Paulo, que estaria com 172.000 reais de desconto. O imóvel custa 648.000 reais, ou 9.670 reais por metro quadrado. Não chega a ser barato mesmo levando em consideração a ótima localização. “Mas os descontos são reais. O preço de tabela desse imóvel é bem mais alto”, diz Turano.
Ele explica que a incorporadora concorda em oferecer o desconto por dois motivos. O primeiro deles é que, assim como em sites de compras coletivas, a unidade muitas vezes é utilizada como isca para chamar a atenção de quem está à procura de um imóvel. “O incorporadora pode ter 10 unidades ainda à venda e dá desconto em só uma para trazer gente para seu estande de vendas.”
O principal motivo para os descontos, entretanto, é que as grandes imobiliárias que atuam no Rio de Janeiro e em São Paulo, como a Lopes ou a Fernandez Mera, são especializadas na venda de imóveis em lançamento. É nesse período que quase todos os negócios são fechados. É quando, portanto, se justifica a montagem de uma forte estrutura de marketing, que inclui um apartamento decorado belíssimo, a publicação de anúncios publicitários às vezes até em televisão e a inclusão de uma tropa corretores no plantão de vendas.
Passada a euforia dos primeiros meses, o movimento nos estandes tende a diminuir, e a imobiliária já quer mobilizar a equipe de corretores para o próximo lançamento. Os imóveis que sobraram costumam então ser colocados à venda pelas imobiliárias controladas pelas próprias incorporadoras, que são especializadas em vendas avulsas. Mesmo nesse caso, não vale a pena fazer um grande esforço de marketing para comercializar uma ou outra unidade. É aí que entra a Promoimóveis.

MATÉRIAS DE INTERESSE
VALOR ECONÔMICO

Site vai discutir direitos de minoritários e governança

Daniele Camba | De São Paulo

A partir de agora, os acionistas minoritários terão onde manifestar suas opiniões e insatisfações. Na quinta-feira, estreou o site Transparência e Governança (www.transparenciaegovernanca.com.br), criado por Claudio Andrade e Marcos Duarte, sócios da Polo Capital, uma gestora de recursos de terceiros conhecida pelo seu ativismo junto às companhias abertas em questões polêmicas de relacionamento entre controladores e minoritários.

A Polo é bastante conhecida no mercado pelo seu embate com os controladores do Grupo Oi. Mas Andrade garante que o site não será um espaço reservado para a asset carioca falar de suas disputas, exclusivamente. "Esse será um espaço para debatermos a governança corporativa do mercado de capitais e não para as ideias e os interesses particulares da Polo e de seus investidores", diz Andrade.

Nesta fase inicial, o site tratará de leis e regulamentos sobre o mercado, casos recentes e importantes de disputa entre minoritários e controladores, além de discussões mais teóricas sobre questões polêmicas como fusões, incorporações, reorganizações societárias, entre outras. Também há espaço para comentários. "O site será absolutamente democrático, qualquer um poderá colocar suas opiniões, inclusive, os controladores que estiverem sendo alvo de questionamentos", afirma o sócio da Polo.

Segundo Andrade, a seleção do conteúdo será feita por um comitê formado principalmente por investidores, mas dos mais diversos perfis, e não apenas os ativistas, como são conhecidos aqueles com a mesma estratégia de atuação da Polo. O sócio da asset prefere não adiantar quem irá compor o comitê, uma vez que as pessoas ainda estão sendo convidadas.

O formato do site ainda está sendo definido. Uma das ideias é que haja uma seção para discussões ao vivo com convidados e um moderador, numa espécie de programa de auditório, podendo ter ainda a participação do público com perguntas e comentários. "Convidaremos profissionais e especialistas das mais diversas áreas do mercado de capitais para debater as principais questões do momento", diz Andrade.

Ele lembra que no Brasil ainda não existia um site nesses moldes, abordando as relações entre minoritários e controladores. Já internacionalmente, há um site parecido na Holanda, também criado por um investidor, mas com o objetivo de ser o canal de comunicação entre todos os investidores e as companhias abertas.

A Polo Capital foi fundada por Claudio Andrade e Marcos Duarte em 2002 e tem hoje sob gestão R$ 2,7 bilhões, distribuídos em oito fundos de investimentos, como consta no próprio site da asset carioca.

FOLHA DE S. PAULO

Burocracia emperra adoção de áreas verdes



Processo pode levar mais de um ano

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Enquanto praças e canteiros seguem sujos e cheios de mato, empresas interessadas em conservar praças esperam até um ano e meio pela autorização da prefeitura. Há mais de 400 pedidos no município.
Em troca da conservação, o patrocinador pode colocar uma placa na área escolhida.
Lançado em 2003, o programa de adoção de áreas verdes chegou a mil adesões.
Em janeiro de 2007, poucos dias depois da entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, a prefeitura relançou o programa como oportunidade para empresas fazerem publicidade em áreas externas.
Mas quem quer adotar reclama justamente de maior demora depois da Lei.
Hoje, em vez de mil áreas adotadas, o número caiu para 700. Há ao menos 4.400 áreas adotáveis na cidade.
"Demora muito. É o fim da picada a iniciativa privada querer ajudar e não conseguir", diz Caia Marrey, da Associação Amigos da Cidade Jardim, bairro da zona oeste.
A entidade diz que tenta adotar duas praças na avenida Lineu de Paula Machado, além do canteiro central da avenida. Os pedidos foram protocolados em maio do ano passado, mas só em setembro o primeiro foi autorizado.
Ana Paula Dias, da Farah Service, empresa que assessora interessados na adoção e executa os serviços de manutenção, diz que vários clientes já desistiram devido à demora. "Depois da Lei Cidade Limpa, o número de adoções caiu pela metade".
Ela estima que a média de espera é de quatro meses, mas que muitos projetos demoram quase um ano. "Antes da lei, levava só um mês".
Regina Monteiro, diretora de paisagem urbana da prefeitura, diz que há propostas que retornam para a empresa para complementação, por isso algumas autorizações demoram mais. Segundo ela, os processos demoram em média de dois a três meses.
O ESTADO DE S.PAULO
09/10/11

Como a ocupação do Tietê cuasou a contaminação do shopping

O ESTADO DE S. PAULO
09/10/11

SP debate adoção de telhados brancos

AFRA BALAZINA - O Estado de S.Paulo
Qual é a efetividade de pintar todos os telhados de branco na capital paulista para reduzir o aquecimento global e as ilhas de calor? Especialistas tentarão responder a essa pergunta amanhã, em um debate na Câmara Municipal sobre o Projeto de Lei do Telhado Branco, de autoria do vereador Antonio Goulart (PMDB).
O texto, que obriga os paulistanos a pintarem os telhados de branco em um prazo de 180 dias, recebeu parecer favorável das comissões técnicas e foi aprovado em primeira votação em novembro do ano passado.
Mas o próprio vereador Goulart admite que a proposta está defasada e, por isso, chamou especialistas para debater o assunto e melhorar o texto antes de colocá-lo novamente em discussão. O projeto foi inspirado na campanha One Degree Less (Um Grau a Menos), da Green Building Council Brasil (GBC Brasil).
No ano passado, o movimento contou com a participação de várias personalidades, que concordaram em pintar a mão de branco para uma foto.
De acordo com a campanha da GBC Brasil, a compensação gerada pelo esfriamento das superfícies urbanas possibilitaria um atraso importante nos efeitos das mudanças climáticas, período em que poderiam ser pensadas e desenvolvidas outras medidas para combater o aquecimento global.
Para Goulart, uma das alterações necessárias ao projeto é trocar o termo "telhados brancos" por "telhados frios", o que dá mais opções aos moradores. "Estou totalmente aberto ao diálogo, quero colher mais dados. Meu objetivo é melhorar a qualidade de vida da população."
Mas, para o vereador, está claro o benefício de pintar as superfícies de branco. "Se colocamos um piso perto da piscina que não seja branco, não conseguimos pisar nele sem chinelo."
Apesar de sua campanha ter servido de inspiração para a proposta, a GBC Brasil afirma não ter oferecido suporte prévio ao vereador. "Não fomos contactados", conta Felipe Faria, gerente de relações institucionais e governamentais da GBC Brasil.
Para ele, há várias alternativas para evitar o aquecimento prejudicial nas cidades: usar telhados verdes (com grama plantada, por exemplo), telhas metálicas claras (que tenham potencial de reflexão) e tintas não brancas com pigmentações especiais.
"A campanha focou no telhado branco porque era a linguagem mais simples e a solução mais rápida. Mas não tem necessariamente um resultado duradouro. Nunca imaginamos que a campanha influenciaria tão rapidamente as políticas públicas", diz o gerente do GBC.
O site da campanha One Degree Less na internet (www.onedegreeless.org) recebe o patrocínio da empresa de tintas Sherwin Willians e da Dow, que deu suporte tecnológico para a Hidronorth produzir um revestimento chamado de Ecco Telhado Branco.
Para Faria, a entidade faz lobby, mas do bem. "Fazemos lobby das soluções que podem tornar as construções mais sustentáveis", ressalta.
Obrigação. A GBC Brasil defende que o governo dê incentivos a quem aderir aos telhados frios. Com relação à obrigatoriedade, a entidade diz que poderia ser pensada para novas construções e locais com grande área de telhado, como galpões, supermercados e shoppings.
No mês passado, foi realizado no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP um evento com palestrantes contrários à lei dos telhados brancos. Um dos expositores foi Ricardo Felício, professor de climatologia do departamento de Geografia da USP.
Para o meteorologista, a população perde em diversos aspectos com a aprovação do projeto. "Na escala local, não resolverá nada do conforto interno das habitações e vai gerar um gasto desnecessário de uso de água, recursos financeiros para pintura, recursos humanos para atividades de manutenção e aplicação. Só há ônus para a sociedade e nenhum ganho ambiental de fato."
"Curiosamente, o único ganho será das empresas e ONGs engajadas na proposta e da Prefeitura, que poderá angariar fundos exorbitantes em multas", completa ele.
Felício avalia que, após o debate, o projeto será abandonado. "Acredito que o autor e os seus colegas desistirão de levar o projeto adiante quando forem colocados todos os argumentos que demonstram que o projeto não tem base científica, não trará benefícios para o ambiente nem para o planeta e seu valor real, para a sociedade paulistana, é um completo equívoco", diz.
Custo. Goulart discorda do argumento de que o custo é um problema. "Esse argumento é frágil. Todo mundo fala que os alimentos orgânicos são caros, mas é porque o consumo é pequeno."
'É perfeitamente aplicável', afirma físico iraniano
O físico iraniano Hashem Akbari, professor da Concordia University em Montreal (Canadá), estuda a questão dos telhados brancos e será um dos especialistas a participar do debate na Câmara amanhã. Há pouco mais de um mês, ele falou ao Estado.
Em sua opinião, a ação é "perfeitamente aplicável" numa metrópole como São Paulo. "Qualquer telhado tem de ser reformado a cada 10 ou 20 anos, porque se deteriora, seja plano ou inclinado. É aí que o cidadão vai trocar a cor do seu telhado. Sem custo adicional. Ele vai fazer uma manutenção de rotina e aproveita para trocar a cor", afirmou.
Ele explica que cada 10 metros quadrados de telhado comum trocado por um branco equivale à retirada de 1 tonelada de CO2 da atmosfera por ano. "Isso corresponde às emissões anuais de um carro", disse Akbari.
Se todos os telhados e pavimentos do mundo fossem pintados de branco, de acordo com o professor, a queda de temperatura equivaleria à retirada de mais de 44 gigatoneladas em um ano, o que corresponde a mais de um ano de emissões mundiais.
Já o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) avalia que é preciso ter cautela e realizar "pesquisas sistemáticas" antes de se adotar uma lei como essa. "No atual estágio do conhecimento e considerando a experiência internacional e brasileira, o CBCS recomenda que, antes que qualquer política pública se torne obrigatória, tanto para edifícios novos como existentes, seja feita uma análise das alternativas técnicas disponíveis para telhados que possam reduzir os efeitos de ilhas de calor." É o que diz um documento da entidade chamado de Posicionamento sobre Tetos Frios.
Para o conselho, "soluções precipitadas podem causar prejuízos ambientais e econômicos para a cidade e sua população". / A.B. e K.N.
O ESTADO DE S. PAULO
09/10/11

Preço dos serviços sobe mais que a inflação desde 2006

SÃO PAULO - Nos últimos cinco anos, a inflação dos serviços tem ficado acima da inflação total, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 12 meses até setembro, a inflação dos serviços ficou em 9,84% e o IPCA acumula alta de 7,31%.
"Neste ano e no próximo não deverá ser diferente", diz o economista da consultoria Tendências Thiago Curado, lembrando o elevado nível de indexação, na casa de 40%, que persiste na economia, sustentado especialmente pelo salário mínimo. Para um IPCA projetado pela consultoria de 6,6% em 2011 e de 6% em 2012, ele estima que os preços dos serviços devem subir 8,5% a cada ano.
A dificuldade de reduzir a inflação de serviços se deve ao aumento da própria procura por serviços, mantida em boa parte pela nova classe média, que mudou a estrutura social do País. "Entre 2003 e 2011, cerca de 40 milhões de pessoas terão ingressado na classe média", calcula o coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri.
Com mais emprego e renda no bolso, proporcionada pelo próprio setor de serviços, essa população emergente ampliou sua lista de despesas, que anteriormente estava concentrada em produtos. Com isso, ajuda a manter a demanda aquecida por serviços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
IG – GUILHERME BARROS
08/10/11

Secovi lança “Facebook dos imóveis”

Após cinco anos de sucesso da Rede Secovi de Imóveis, empresário Elbio Fernández Mera, vice-presidente do Sindicato da Habitação e presidente do Conselho da Rede acaba de anunciar uma nova ferramenta tecnológica denominada Proxio.
O objetivo é facilitar a integração entre as imobiliárias e criar conexões que permitem transações locais e ao redor do mundo. A nova plataforma conta com tradução instantânea em 20 idiomas.
Cada empresa associada ou corretor pode criar seus grupos de acordo com o perfil de negócios que pretende realizar, com níveis diferenciados de privacidade que ele mesmo escolhe, num sistema de uso similar ao Facebook.
Com isso, a expectativa é saltar das atuais 200 imobiliárias e 3 mil corretores para uma escala de 400 mil corretores em 100 países.
O ESTADO DE S.PAULO
09/10/11

Colocar imóvel à venda exige cuidados

 
O ESTADO DE S. PAULO
09/10/11

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