quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Novo visual de SP vai se arrastar até a Copa

FOLHA DE S. PAULO
Licitação do mobiliário urbano inclui relógios de rua e permite publicidade em no máximo 10 mil locais da cidade
Manutenção de pontos, que custa R$ 700 mil por mês à prefeitura, será transferida para a iniciativa privada
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
O paulistano ainda vai esperar alguns anos para ver pontos de ônibus e relógios de rua em melhor estado de conservação. A reformulação do mobiliário urbano, aprovada anteontem pela Câmara, só deve deixar a cidade totalmente de cara nova até a Copa de 2014.
A Folha apurou que não será permitida propaganda em 24 mil locais da cidade, como autoriza projeto. Na primeira etapa, será autorizada a publicidade em no máximo 10 mil locais da cidade. O número ainda não está fechado. A prefeitura contratou a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para fazer os cálculos.
O projeto, que será sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) nos próximos dias, autoriza a propaganda em até 1.000 relógios, 7.000 abrigos e terminais DE ônibus existentes e em mais 16 mil novos abrigos.
A cidade tem cerca de 19 mil locais de paradas de ônibus -aproximadamente 7.000 com abrigos e o restante marcado com totens.
Nos estudos iniciais, que serão aprofundados agora pela Fipe, a concessão permitiria propaganda inicialmente em 500 a 1.000 relógios de rua e até 9.000 abrigos.
A concessão, segundo a Folha apurou, será por um período máximo de 10 a 15 anos -o projeto autoriza por até 30 anos.
A manutenção dos pontos de ônibus custa R$ 700 mil por mês à prefeitura. Com a concessão, esse custo passará à iniciativa privada.
A previsão é que os estudos estejam prontos até o fim deste ano e que a licitação seja aberta no início de 2012. Se tudo correr bem, os contratos com as empresas que vencerem a licitação serão assinados em meados do próximo ano, com prazo de 24 meses para a instalação de todos os novos equipamentos.
Se esse cronograma for cumprido, a publicidade pode começar a voltar às ruas no segundo semestre de 2012 e o processo estaria concluído até meados de 2014, quando começa a Copa do Mundo.
COMEMORAÇÃO
Kassab comemorou ontem a aprovação do projeto. Para ele, cinco anos após a aprovação da Lei Cidade Limpa, o município está pronto para entrar em uma nova fase.
Renato Cymbalista, professor de história da urbanização na FAU-USP, diz que a liberação da publicidade no mobiliário urbano "tem o aspecto positivo de instituir o poder público e não a iniciativa privada como a esfera que tem domínio sobre a paisagem da cidade".
"É uma situação melhor do que a que tínhamos antes, em que a paisagem era apropriada e vendida por quem tinha os suportes. Mas o ideal mesmo seria a ausência de publicidade no espaço público", afirmou o arquiteto.
O arquiteto Lucio Gomes Machado, também da USP, acredita que a propaganda no mobiliário urbano não terá grande impacto no aumento da poluição visual. "Todas as cidades de grande porte no mundo têm esse tipo de publicidade", afirmou.
Machado, no entanto, faz ressalvas ao projeto: prazo de concessão muito longo (30 anos), não exigência de concurso público para definir os modelos de relógios e abrigos e falta de critérios para a distribuição dos equipamentos pela cidade.
]

GMK atrai fundos americanos para dois projetos imobiliários

VALOR ECONÔMICO

Por Chiara Quintão | De São Paulo
A GMK Incorporadora fechou, recentemente, parceria com dois fundos americanos para projetos de seu portfólio. Os novos sócios são investidores qualificados com experiência no setor de construção, que veem, no Brasil, oportunidade de destinar parte das fichas antes direcionadas aos mercados imobiliários americano e espanhol. "Há diversos fundos estrangeiros batendo a nossa porta", conta o diretor de negócios da GMK, Andre Kovari.
Além de conversar com interessados em ser parceiros de empreendimentos específicos, a GMK está definindo como fará a venda de até metade da empresa, com o objetivo de se capitalizar para crescer. O valor da GMK é estimado, por Kovari, em R$ 250 milhões. A empresa projeta lançamentos e vendas de R$ 340 milhões este ano, mais que o dobro dos R$ 140 milhões de 2010.
Há um mês e meio, a GMK fechou parceria com um fundo americano, que se tornou proprietário de 70% da Sociedade de Propósito Específico (SPE) que desenvolve o projeto Inspiratto Residencial Verde Clube, em Jundiaí (SP). O projeto, de médio padrão, será lançado no início de 2012, com Valor Global de Vendas (VGV) de R$ 140 milhões. Conforme o retorno, a participação da GMK poderá aumentar.
Dois meses e meio atrás, a empresa tinha fechado negócio com outro fundo americano, para o empreendimento comercial Front Offices, em Diadema, na Grande São Paulo. Nesse caso, o fundo entrou em uma sociedade em conta de participação (SPC) com a empresa em vez de participar de SPE, não tendo, portanto, responsabilidade como incorporador. O VGV do projeto, cuja participação do fundo é de 65%, é de R$ 35 milhões.
Kovari não revela quais são os novos parceiros, mas, segundo informações de mercado, o fundo sócio do projeto de Jundiaí é ligado à Brazilian Mortgages e o investidor no empreendimento comercial de Diadema é ligado a um fundo que criou a RB Capital.
Em 2010, a GMK assinou parceria com a espanhola Procupisa, representada, no Brasil, pelo ex-jogador de futebol Mauro Silva, para as duas fases do empreendimento A Praça, em Diadema, enquadrado nos moldes do programa Minha Casa, Minha Vida. Pelo acordo, a Procupisa ficou com 55% de participação, a GMK, com 22,5% e a Ballarin Imóveis, com os demais 22,5% do projeto. O VGV soma R$ 140 milhões.
No total, os recursos estrangeiros comprometidos para os projetos de Diadema e o de Jundiaí somam R$ 40 milhões.
O desenho de como será a venda de até 50% da GMK ainda não está concluído, mas já existe um grupo suíço interessado em fazer aporte de capital na empresa. "Nossa busca de um sócio para a empresa ocorrerá mais no ano que vem", diz. A expectativa é que a negociação de parte da GMK atraia investidores estrangeiros interessados no Brasil.
No processo de preparação para a entrada de um parceiro, a GMK contratou uma empresa ligada à área contábil e outra para encontrar um sócio. A GMK quer se aproximar do padrão de governança das companhias abertas, com área de relações com investidores estruturada. A intenção da empresa é dar prosseguimento às parcerias em projetos mesmo depois da entrada de um novo sócio. "Gostamos de parcerias, de mitigar riscos", diz Kovari

"Itaquerão" paralisa venda de imóveis

VALOR ECONÔMICO
Por Samantha Maia | De São Paulo
Um apartamento com vista para o "Itaquerão", estádio do Sport Club Corinthians Paulista que está sendo construído para a Copa do Mundo de futebol de 2014 em São Paulo, custa até R$ 160 mil na Cohab vizinha, quase o dobro do que valia há um ano. O preço de imóveis na região do bairro de Itaquera, Zona Leste, aumentou devido à expectativa criada pelos investimentos relacionados ao evento esportivo, mas por enquanto a falta de definição sobre o que realmente vai mudar no bairro faz com que poucos se disponham a garantir um lugar perto da poeira levantada pela futura arena esportiva.
Dessa forma, o primeiro impacto do investimento de R$ 820 milhões na região foi a queda dos negócios fechados pelas imobiliárias e construtoras. Algumas empresas relatam que o número de contratos assinados caiu pela metade, em comparação com um ano atrás. A explicação seria a valorização fora da realidade dos imóveis. O proprietário tem a sensação de que seu imóvel vale mais por causa da visibilidade proporcionada pela Copa, mas não há quem se disponha a pagar o preço alto.
"Temos a sensação de que os imóveis valorizaram, mas isso só travou o mercado", diz Floriano Coelho Silva, dono da construtora e incorporadora Tkasa e da FN Imobiliária. Ele conta que a construtora costumava fechar em média dez negócios por mês há um ano na região, mas hoje não consegue chegar a cinco. Outras três imobiliárias de Itaquera relataram a mesma desaceleração nas vendas. "A valorização real, aquela que se sente depois que o negócio é feito, só vai ocorrer com as melhorias no bairro", diz.
Essa também é a opinião de Reginaldo Marchi, dono da MB Construtora e da imobiliária Xavier e Brito. Segundo ele, a alta dos preços paralisou a compra de terrenos. "Não estamos conseguindo comprar porque o preço está fora da realidade, é apenas especulação", diz. A construtora está com dificuldade para vender quatro sobrados a 200 metros do futuro estádio porque os compradores estão inseguros sobre o impacto do Itaquerão nas mediações. "As pessoas estão com receio de que o estádio cause um impacto ruim, considerando que hoje o único acesso é pela avenida Radial Leste", diz Marchi.
Com 220 mil habitantes, Itaquera é o décimo bairro mais populoso de São Paulo e fica a 19 quilômetros do Centro. Ter uma estação de metrô, inaugurada em 1988, não alivia as suas ruas. Às quatro e meia da tarde o trânsito na avenida Itaquera já é pesado. O acesso pela Radial Leste, avenida que liga a região ao centro da cidade, fica comprometido. Às três da tarde de uma sexta-feira, um acidente com moto parou completamente a rua ao lado do Itaquerão. Boa parte da população do bairro trabalha em outras regiões e a consequência é a lotação dos transportes públicos nos horários de pico. "O estádio pode valorizar ou desvalorizar o bairro, depende do que for feito para melhorar o transporte", diz Silva.
Especificamente para a área há um plano de investimento da prefeitura e do Estado, de R$ 478 milhões, mas os projetos ainda estão em fase de elaboração pela prefeitura e pela Dersa. Estão previstas obras viárias para melhorar o acesso ao bairro, além de instalações públicas, como uma faculdade técnica (Fatec), uma escola técnica, uma unidade do Senai, uma estação rodoviária e um batalhão da Polícia Militar. A maior parte das obras deve ser entregue até dezembro de 2013, segundo planejamento dos governos.
Gilmar Tadeu Ribeiro Alves, secretário-especial de articulação para a Copa do Mundo (Secopa) da Prefeitura de São Paulo, diz que os investimentos viários programados devem melhorar o transporte entre as regiões Leste e Oeste da cidade. "Todo o entorno do estádio será atendido pelos investimentos, que incluirão novos acessos rodoviários, corredor de ônibus e melhorias no metrô", afirma.
Sem ter noção clara do impacto que essas obras vão trazer ao bairro, a construtora Tkasa suspendeu três investimentos em habitação. O dono teme que a valorização torne inviável a venda dos sobrados planejados. "O bairro não comporta valores mais altos, não tem demanda. Quem quer morar aqui não tem condição de pagar mais", diz Silva.
Segundo João Crestana, presidente do Secovi, entidade que representa as empresas do setor imobiliário, experiência em outros locais com operações urbanas semelhantes mostra que leva uns dez anos até que tudo se estruture e os preços cheguem em num nível adequado. "Mas é preciso ter a consciência de que quem vai morar em Itaquera é uma família de classe média, com limitação de gasto", diz Crestana sobre a dificuldade que já há hoje para fechar negócios.
O preço pedido pelo metro quadrado em Arthur Alvim, bairro próximo ao estádio, saltou de R$ 1,7 mil no ano passado para R$ 2,6 mil neste ano, segundo a imobiliária Berbel. "Isso deu uma parada nas vendas, pois é uma classe mais baixa que compra por aqui", diz Alexandre Berbel, proprietário da imobiliária.
Ele também está preocupado com os problemas que um movimento maior de pessoas no bairro pode trazer. "No dia da festa de aniversário do Corinthians, a Radial Leste parou, e isso porque só tinha umas 5 mil pessoas. Como será em dias de jogos aqui?", pergunta Berbel.
Para o vice-presidente do Sinduscon-SP Odair Senra é preciso esperar mais um pouco para investir em Itaquera. "O Itaquerão vai modificar muito o seu entorno e essas mudanças também dependem de quando as obras do governo vão sair", diz. Ele explica que essa era uma região voltada para habitação de interesse social. "Pode ser que com o tempo o bairro tenha um 'upgrade', mas as empresas grandes só vão chegar se houver uma demanda para isso, o que não existe hoje."
O corretor Carlos da Silva conta que há casas sendo oferecidas por R$ 600 mil em Itaquera, enquanto no ano passado o preço estava era de R$ 450 mil. "Existe uma especulação grande nos preços, só que as vendas pararam por causa disso", diz. Silvio José Gonçalves, dono da imobiliária Catita, também não consegue ver ainda o lado positivo da chegada do estádio no bairro. "A valorização dos imóveis só vem atrapalhar o mercado", diz.
Outras pessoas preocupadas com as mudanças que estão por vir são os moradores de favelas nas imediações do estádio. Diana do Nascimento, que mora na Vila da Luz, a poucos metros do Itaquerão, reclama da falta de informação da prefeitura sobre o que vai ser realizado. "Sabemos que vão fazer obras por aqui, mas não sabemos se teremos de sair e para onde vamos", diz. Cerca de 480 pessoas vivem nessa ocupação irregular. "Moramos em um lugar bom. Tem hospital, mercado, ônibus, metrô. Minha vizinha (aponta para a moça com uma criança que acaba de chegar) leva a menina dela para a creche de metrô. Se tirarem a gente daqui, como vai ficar?", pergunta a pernambucana.
A mulher de 34 anos vive na Vila da Luz há 16 anos, e conta que quando chegou só havia mato ali. Ela defende a urbanização da favela, para evitar remoções. "Para construir o estádio a prefeitura tem dinheiro, mas para urbanizar a favela não tem?", pergunta.
Segundo Alves, secretário da Secopa, a prefeitura vai divulgar os lugares que serão desapropriados apenas quando souber exatamente onde vai haver interferência. Por enquanto não há definição sobre o número de pessoas que serão desalojadas, nem quais serão os investimentos para a realocação.

Espigões low profile

VALOR ECONÔMICO
Blue Chip=
Uma parte importante do skyline de São Paulo - avenida Paulista, Faria Lima e o eixo do rio Pinheiros - nasceu da mesma prancheta (ou do mesmo computador). O Rochaverá Corporate Towers, pano de fundo frequente de propagandas de automóveis gravadas na cidade, o E-Tower, um dos edifícios mais altos de São Paulo, e tantos outros arranha-céus em sequência quase ininterrupta na marginal foram projetados pelo escritório Aflalo e Gasperini - o mais antigo em atividade do Brasil, 50 anos recém-completados e mais de mil projetos executados. Diante dos espigões envidraçados do portfólio da empresa, sua atual sede é uma interessante quebra de expectativa. Ela ocupa dois andares de um prédio de 11 pisos com um grande vão livre no térreo escondidinho em uma rua estreita do Itaim, o Atrium II. "Mas, assim como todos os outros lugares por onde passamos, foi projetado por nós", faz questão de frisar Gian Carlo Gasperini - 85 anos, livre-docente da FAU-USP e um dos três sócios da companhia. Os outros dois, Luiz Felipe e Roberto Aflalo, são filhos de Roberto Alflalo, que, com Plínio Croce e Gasperini, fundou o escritório em 1961. Roberto Filho diz que as sucessivas mudanças de sede acompanharam os momentos de crise e de prosperidade do escritório. Quando se estabeleceram na rua do Rocio, em 1991, o setor de construção civil ainda cambaleava ante a crise severa vivida nos anos 80. A Vila Olímpia era um bairro industrial. Da janela do Atrium II viam-se poucos prédios comerciais, muitos telhados de amianto. O tempo passou, os espigões envidraçados começaram a se acotovelar pelo bairro, os negócios voltaram a melhorar e eles decidiram ficar por ali mesmo. "Temos um espaço grande aqui, onde a equipe fica integrada. Estamos confortáveis", diz Gasperini.
Espigões I
Este é, segundo Roberto, o período mais próspero já vivido pelo escritório, que conta hoje com o número recorde de cem colaboradores. Antes bastante restrito a São Paulo, ele começa a receber propostas de Curitiba, Brasília, Belo Horizonte- de empresas locais, não mais apenas dos parceiros paulistas. "O Brasil ainda está por fazer. Nosso escritório mudou de escala porque o país mudou de escala", afirma. Para dar conta do novo volume de projetos, o trio montou em 2008 uma equipe de criação, a qual supervisiona de perto, para tocar parte da demanda. Até então, os sócios tinham um envolvimento visceral com cada uma das empreitadas. A sucessão - pouco comum em escritórios de arquitetura, que geralmente não sobrevivem à primeira geração -, está sendo debatida há quase cinco anos. "Estamos loucos pra passar o bastão", brinca Luiz Felipe. Parte da terceira geração deve vir dos talentos descobertos pelo escritório, já que, entre os sócios, apenas o filho de Roberto estuda arquitetura. A história do escritório é tema do recém-lançado "A arquitetura de Croce, Aflalo e Gasperini", da editora Paralaxe.

Cipoal de impostos aumenta custos de empresas no Brasil

VALOR ECONÔMICO

Por Marta Watanabe | De São Paulo
De cada R$ 100 que a indústria de copos e utensílios de vidro Nadir Figueiredo fatura, pouco mais de R$ 40 são para pagar tributos. E de cada R$ 100 recolhidos em impostos e contribuições, outros R$ 2,50 são gastos com a estrutura necessária para cumprir obrigações tributárias, como o envio de declarações, acompanhamento de mudanças de legislação e controle de tributos devidos e já recolhidos.
"Gastamos cerca de 1% do faturamento para manter essa estrutura", diz Raul Antonio de Paula e Silva, primeiro secretário do conselho de administração da Nadir Figueiredo. "Isso é muito alto", avalia. "Na Argentina o custo tributário não chega à metade do que representa no Brasil. Na Bélgica, é menos de 20%", completa.
A Nadir Figueiredo é só um exemplo de empresa que perde parte importante de sua margem com gastos para conseguir cumprir todas as obrigações tributárias. Pesquisa da PricewaterhouseCoopers feita em 183 países mostra que o Brasil é disparado o local onde mais horas são gastas para o cumprimento de obrigações tributárias. São 2.600 horas, diante de uma média de 282 horas. Na Bolívia, segundo lugar na classificação, é preciso 1.080 horas.
O frigorífico JBS mantém cerca de 150 pessoas para conseguir cumprir as obrigações tributárias. "Não são pessoas que dão prejuízo, mas elas não agregam valor à empresa", diz Francisco de Assis e Silva, diretor-executivo de relações institucionais da companhia.
Cerca de 150 pessoas num total de 45 mil funcionários do grupo JBS parece pouco, diz o diretor. Mas o custo de manutenção dessa estrutura tributária representa 1% do lucro da empresa. O custo, diz, é considerado pesado dentro de um mercado altamente competitivo.
O diretor da JBS lembra ainda que o cálculo leva em consideração as 35 unidades de negócios que o frigorífico mantém espalhadas em 11 Estados. Em cada uma das unidades há pelo menos duas pessoas para controlar principalmente as mudanças de legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e manter a documentação em ordem. A conta estima apenas os profissionais diretamente ligados à área técnica de impostos. Considerando também a equipe de suporte que permite o controle informatizado de dados e as emissões de certidões, notas e outros documentos, o número, diz o diretor, sobe para dez pessoas por unidade de negócio.
Mais do que o sobrenome em comum, Silva, da Nadir, e Silva, da JBS, têm opinião semelhante sobre quais impostos são mais problemáticos: os chamados tributos indiretos. O primeiro tributo que demanda maior controle é quase sempre o ICMS, legislado de forma diversa pelos 26 Estados mais o Distrito Federal. Além do ICMS há também o PIS e a Cofins, duas contribuições que, alvo de alterações na última década, são cobradas sob diversas alíquotas, a despeito de terem um só ente arrecadador: o governo federal.
Silva, da Nadir, diz que mantém seis pessoas somente para cuidar dos indiretos ICMS, PIS e Cofins. A fabricante de copos lida com várias alíquotas de ICMS, que variam de 4% a 18% conforme o Estado e o tipo de operação. A substituição tributária, forma de cobrança pela qual o imposto devido pelo varejo é antecipado pela indústria, acabou trazendo mais complexidade ao sistema. Segundo o executivo da Nadir a nova sistemática passou a repercutir no preço de negociação com os grandes varejistas.
O sistema hoje, diz, faz as empresas suportarem custos de fiscalização que seriam do Estado e o desenvolvimento tecnológico não diminuiu a burocracia.
Atualmente, lembra Silva, da Nadir, as exportações representam menos de 10% da receita da empresa. Quando as vendas ao exterior aumentam, a empresa desloca mais pessoas para os tributos indiretos. Isso é necessário porque aumenta a necessidade de controlar a contabilização dos créditos de ICMS, PIS e Cofins.
Como as exportações são livres dos três tributos, as empresas podem acumular os créditos dos tributos pagos na compra de insumos. Outras dez pessoas, diz o executivo da indústria de copos, dedicam cerca de 40% de seu tempo para outros tributos, como IR, INSS, FGTS, da esfera federal, e ISS cobrado pelos municípios. Silva, da Nadir, não chega a contabilizar nos seus custos a necessidade de contratação de escritórios de advocacia e auditorias.
Para Silva, da JBS, o problema não se resume ao controle de créditos, mas à diversidade e mudança nas normas. "As pessoas dormem com uma legislação e acordam com outra. É uma situação caótica, principalmente de ICMS."
A percepção de instabilidade das normas tributárias e de seu impacto no custo parece generalizada. Há pouco mais de um mês, Tarek Farahat, vice-presidente da Procter & Gamble e chefe das operações no Brasil, disse em seminário na França que as empresas gastam entre 2% e 6% da receita bruta para gerenciar a complexidade fiscal brasileira. A cada dia, disse ele, surgem 40 mudanças na regulamentação fiscal.
A pesquisa da PricewaterhouseCoopers mostra que o ICMS, PIS e Cofins consomem 1.370 horas das 2.600 necessárias para o cumprimento das obrigações tributárias. Carlos Iacia, diretor da PricewaterhouseCoopers, conta que o Brasil manteve o número de horas necessárias para o tema já apontado pela mesma pesquisa em 2006. Não houve piora, mas também não houve nenhum avanço, apesar de todas as discussões de reforma tributária dos últimos anos. Para ele, o problema não se resume apenas ao custo sobre lucro ou faturamento no cumprimento das obrigações tributárias. Há ainda a questão da insegurança jurídica, principalmente em relação ao ICMS que, além de alvo de constantes alterações, tem sido instrumento de guerra fiscal entre os Estados. As empresas, diz, aproveitam benefícios oferecidos legalmente e correm o risco de ter o incentivo invalidado pelo Judiciário.

Tecnisa tem demanda fraca para debêntures

VALOR ECONÔMICO

Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo
A nova rodada de aversão ao risco no mercado internacional na semana passada prejudicou a emissão de debêntures da incorporadora Tecnisa. Conforme apurou o Valor, a demanda do mercado pelos papéis ficou em cerca de R$ 200 milhões, abaixo dos R$ 300 milhões pretendidos pela empresa. Como a operação conta com garantia firme até o limite de R$ 250 milhões, os bancos coordenadores devem ficar com pelo menos R$ 50 milhões que não foram vendidos. Procurada, a empresa não comentou o assunto.
A emissão da Tecnisa foi realizada com esforços restritos, conforme a Instrução nº 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permite a participação de, no máximo, 20 investidores. Apesar de a remuneração das debêntures ser considerada atrativa, os investidores têm evitado a exposição a setores com maior grau de endividamento, como o imobiliário, em razão da piora nas condições de mercado.
As debêntures da Tecnisa possuem três séries, com prazos de quatro, cinco e seis anos, respectivamente. A primeira série possui remuneração equivalente à taxa DI mais 2,25%, a segunda possui spread de 2,40% sobre o CDI, enquanto a terceira, atualizada pelo IPCA, tem rendimento atrelado à NTN-B com vencimento em 2017 mais 220 pontos percentuais.
O mercado de emissões de renda fixa deve ter mais um teste esta semana com a captação de R$ 300 milhões em debêntures da empresa de shopping centers Multiplan. Em condições normais, a companhia não teria problemas em fazer a colocação, que também será realizada via Instrução nº 476. A taxa oferecida na operação, contudo, é considerada "agressiva" pelo mercado. A operação, com prazo de cinco anos, pagará CDI mais um spread de até 1,15%.

Lopes acirra disputa com BR Brokers em São Paulo

VALOR ECONÔMICO

Discussões à parte sobre qual o critério mais adequado para se definir a primeira colocada no ranking de intermediação imobiliária, LPS Brasil - Consultoria de Imóveis, conhecida como a imobiliária Lopes, e Brasil Brokers continuam disputando esse mercado passo a passo. Ontem, a Lopes anunciou compra de 51% da Itaplan Brasil Consultoria de Imóveis, sua 13ª aquisição desde o ano passado. A Brasil Brokers fechou quatro compras de empresas de 2010 para cá, com valor total de R$ 74,5 milhões. Já a Lopes comprometeu nas operações R$ 302,69 milhões. O movimento de compras da duas companhias prevê desembolsos de R$ 377 milhões nos negócios fechados desde o ano passado.
O valor estimado pela Lopes pela parcela que assumiu da Itaplan é de R$ 29,17 milhões.
Lopes e Brasil Brokers deixam claro que o processo de aquisições não para por aí e que têm conversas em andamento com novos possíveis alvos. Novos negócios poderão ser anunciados até o fim do ano. A possibilidade de crescer por meio de aquisições chama a atenção das duas empresas principalmente no segmento de imóveis usados, em que a venda é bem mais fragmentada do que a de lançamentos, com grande concentração nas chamadas imobiliárias de bairro.
Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados pela Brasil Brokers apontam que, de janeiro a agosto, a participação do grupo nos lançamentos da região metropolitana de São Paulo foi de 31%, do grupo Lopes, 23,3%, e da Itaplan, 3,2%, em VGV. No ano passado, de acordo com o ranking da Embraesp, a Lopes liderava esse mercado em valor, com 20,95% de participação, seguida pela Abyara Brokers (da Brasil Brokers), que detinha 14,12%. Na avaliação do diretor executivo de novos negócios da Lopes, Tomás Salles, é preciso levar em conta que boa parte dos lançamentos será feita no quarto trimestre, concentração reforçada por atrasos na aprovação de projetos.
No segundo trimestre, a Brasil Brokers vendeu 19,383 mil unidades, ultrapassando a Lopes, que comercializou 17,125 mil unidades. Nos critérios de lucro líquido e geração de caixa medida pelo Ebitda, porém, a Lopes mostrou resultados superiores aos da concorrente no período.
Embora a compra de empresas que vendem imóveis usados seja prioridade, é no segmento de lançamentos que a Itaplan vai contribuir para engrossar as vendas da Lopes. Isso porque, por meio dela, a Lopes passará a atuar também no modelo de venda de lançamentos sem exclusividade de comercialização. Na maior parte da região metropolitana de São Paulo, a Lopes vendia lançamentos só com exclusividade, não participando da chamada "divisão de placas".
A Itaplan continuará sob a liderança de Fabio Rossi, à frente da empresa por mais 15 anos. A Lopes atuará como investidora na empresa, segundo seu diretor financeiro e de relações com investidores, Marcello Leone. Segundo ele, dados da Embraesp indicam que, na média dos últimos cinco anos, a Lopes teve participação de mercado de 30% na região metropolitana e a Itaplan, entre 5% e 6%. A Itaplan estima que, com a entrada da Lopes, irá elevar sua parcela para 15% em dois anos e meio e o VGV de lançamentos de R$ 1 bilhão em 2011 para entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões.
As conversas entre a Lopes e a Itaplan começaram há um ano até o fechamento do negócio.

SP quer garagem em terreno do Itaim

O ESTADO DE S. PAULO
 A apresentação do projeto no Condephaat, Prefeitura cita vagas subterrâneas para carros como contrapartida à venda de quarteirão
27 de setembro de 2011 | 3h 02
ADRIANA FERRAZ - O Estado de S.Paulo
A Prefeitura de São Paulo estuda a construção de uma garagem subterrânea no quarteirão em disputa no Itaim-Bibi, zona sul. A obra seria uma forma de mitigar os impactos que uma possível venda do terreno de 20 mil metros quadrados para a iniciativa privada, que pretende levantar até quatro torres residenciais no local, deve provocar sobre o tráfego da região, já carente de vagas de estacionamento.
A ideia foi apresentada ontem pelo secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra, em reunião do Conselho do Patrimônio Histórico e Arquitetônico do Estado (Condephaat). O órgão avalia pedido de tombamento do terreno apresentado por um conjunto de moradores do bairro para impedir a venda pretendida pela Prefeitura. O processo de alienação (transferência de bens) do terreno está suspenso pela Justiça em razão do processo de tombamento em curso.
O quarteirão é delimitado pelas Ruas Horácio Lafer, Salvador Cardoso, Cojuba e Lopes Neto e está em uma das regiões mais cobiçadas pelo mercado imobiliário, na qual o valor do metro quadrado chega a R$ 18 mil.
A estimativa é de que o lote possa ser negociado por R$ 200 milhões. Pelo projeto da Prefeitura, a empresa que vencer a licitação e ficar com o terreno terá de erguer 200 creches no Município para amenizar o déficit de vagas na rede. Hoje, 147 mil crianças aguardam na fila.
Apresentação. Cintra foi convocado para argumentar, em nome da Prefeitura, porque a gestão Gilberto Kassab (sem partido) é contra o tombamento do quarteirão. Na exposição aos conselheiros do Condephaat, o secretário foi questionado sobre as contrapartidas que serão exigidas pelo poder público e, então, citou a construção da garagem, sem apresentar detalhes nem prazos. Mas confirmou que os custos seriam assumidos pela empresa vencedora na disputa.
Ao Estado, Cintra disse que a construção da garagem atenderia a população local e também os frequentadores do Parque do Povo, que utilizam carros e já enfrentam dificuldades para estacionar, principalmente nos fins de semana. "Essa poderia ser uma das soluções inteligentes para atender uma demanda do bairro e, ao mesmo, mitigar os efeitos sobre o trânsito", afirmou o secretário.
Por enquanto, o projeto que prevê a venda do quarteirão está parado. A área abriga oito equipamentos públicos, como escolas e posto de saúde. "Não podemos fazer nada no local atualmente, por isso, essa ideia de construir uma garagem não foi detalhada ainda. Mas ela seria uma contrapartida dentro dos parâmetros que vamos estabelecer no projeto final, caso a venda seja autorizada", afirmou Marcos Cintra.
Para os moradores que lutam contra a negociação da área, a proposta só vai servir para levar mais carros e movimento à região. "A intenção oficial é aliviar o trânsito, mas, oferecendo um maior número de vagas de estacionamento, a Prefeitura vai atrair mais carros e piorar o tráfego", diz Helcias de Pádua, presidente do movimento SOS Itaim.
Segundo Pádua, a exposição do secretário acabou sendo favorável ao pedido de tombamento dos moradores. "Ele não apresentou um argumento contrário. Só se limitou a defender a venda do terreno."
Cintra se justificou dizendo que essa é uma decisão técnica, que cabe aos conselheiros. "Fui lá para explicar o projeto, não para dizer se a área tem ou não valor para ser tombada. Mas essa decisão deve ser rápida. Temos 147 mil crianças esperando."

Banco do Brasil financia expansão de agência com fundo imobiliário

VALOR ECONÔMICO
Por Carolina Mandl | De São Paulo
O Banco do Brasil planeja expandir sua rede de agências sem investir recursos próprios com a aquisição de imóveis. A ideia do banco é captar com investidores cerca de R$ 900 milhões por meio de fundos imobiliários que ficarão responsáveis por comprar terrenos e imóveis, fazer reformas e alugar as agências ao banco por um período de dez anos.
É uma forma que o Banco do Brasil encontrou de aumentar sua presença nas ruas sem ter de deixar o dinheiro imobilizado. Em vez de aplicar esses recursos em terrenos, o banco pode direcioná-los para a atividade bancária em si, em operações como as de crédito. Atualmente
 
Cerca de R$ 160 milhões já foram captados em junho pelo fundo BB Renda corporativa, o que deve ser suficiente para a construção de 25 agências. Agora, outros R$ 750 milhões estão em fase de captação por um segundo fundo, o BB Renda Corporativa II. Essa cifra, segundo o Valor apurou, poderá erguer cerca de 75 pontos na rua. A decisão de criar um novo fundo veio depois de o Banco do Brasil ter recebido uma demanda maior pelo fundo I do que aquela inicialmente prevista.
De janeiro a junho deste ano, segundo informações dadas pelo Banco do Brasil na última divulgação de resultados, a instituição inaugurou 86 agências. Procurado pela reportagem, o banco não quis comentar a estratégia de abertura de novas unidades com recursos de terceiros.
As informações preliminares entregues à Comissão de Valores Mobiliários afirmam que o fundo BB Renda Corporativa II tem como meta dar aos investidores uma rentabilidade de 9,1% ao ano mais a variação dos aluguéis, que serão corrigidos pela inflação medida pelo IPCA. Por enquanto, o preço do aluguel ainda não está definido no prospecto. Gerido pela Votorantim Asset, o fundo cobrará uma taxa de administração de 0,6% ao ano sobre o patrimônio líquido.
Os contratos de locação, segundo o prospecto do fundo, terão um prazo de dez anos, podendo ser renovados por outro período igual. Se o banco decidir sair do imóvel antes de dez anos, será obrigado a pagar o fluxo de aluguéis do período todo.
Essa não é a primeira vez que os bancos partem para a troca do imóvel próprio pelo aluguel. Em 2002, quando o Banco Central reduziu os limites de imobilização das instituições financeiras, diversos bancos organizaram leilões de agências.
Mais de mil unidades foram compradas por pessoas físicas naquela época, marcada pelo cenário de instabilidade às vésperas das eleições presidenciais. Lances que em 2002 começavam em R$ 900 mil acabavam saindo por R$ 1,5 milhão. Pioneiro na iniciativa, o Bradesco se desfez de 356 agências em um só ano.
Agora, mesmo estando dentro dos limites de imobilização exigidos pelo Banco Central, o caminho escolhido pelo Banco do Brasil é o fundo imobiliário para a construção de novas agências. Do lado da instituição, a estrutura do fundo permite um processo mais ágil tanto para a captação dos recursos quanto para as negociações posteriores. Em vez de ter de negociar aluguéis com cada proprietário, no fundo isso é decidido de forma unificada pelos cotistas.
Para o investidor, a vantagem do fundo em relação à compra direta de uma agência é a isenção do Imposto de Renda de 27,5% sobre o valor do aluguel. Pessoas físicas são isentas da tributação nos fundos imobiliários.
Em 2003, o edifício de escritórios Almirante Barroso, no Rio, foi comprado por um fundo imobiliário da Brazilian Finance & Real Estate e alugado pela Caixa.
O ESTADO DE S. PAULO
Direto da fonte

Concreto armado

 

Shopping deve fechar até 10h de sexta

O ESTADO DE S. PAULO
Prefeitura aplica interdição e multa de R$ 2 mi ao Center Norte, com base em avaliação da Cetesb de que há risco de explosão na área
28 de setembro de 2011 | 3h 02
DIEGO ZANCHETTA , RODRIGO BRANCATELLI - O Estado de S.Paulo
Multado em R$ 2 milhões, o Shopping Center Norte tem até 10h de sexta para suspender as atividades. O auto de interdição aplicado ontem pela Prefeitura inclui estacionamentos, lojas do Carrefour e Lar Center - um complexo de 300 mil m² na zona norte.
A ação do governo municipal ocorre 11 dias após a Companhia de Saneamento Ambiental do Estado (Cetesb) divulgar que o empreendimento, o segundo mais movimentado entre os 80 da capital, é uma "área contaminada crítica". As medições da Cetesb e da Prefeitura constataram que há vazamento de gás metano na área onde estão as 331 lojas. Para a Cetesb e a Secretaria Municipal do Verde, o shopping não tomou providências suficientes para conter vazamentos.
Segundo a diretora do Departamento de Controle Ambiental da Secretaria do Verde, Regina Barros, foi dado um prazo só para que os comerciantes retirem produtos perecíveis e pertences. "A partir do momento em que o shopping foi notificado (ontem), ele deveria encerrar as atividades comerciais. Basta uma faísca para ocorrer uma explosão. Agora, só será liberado quando apresentar um projeto convincente para drenar esse gás."
O professor de Engenharia Ambiental da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) André Henrique Rosa também avaliou como correta a decisão. "Em áreas em que o metano está acondicionado sob pressão e há produção de faíscas elétricas, o risco de explosão é bem sério."
A Prefeitura aplicou ainda multa com base no artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais, que prevê interdição de estabelecimentos que descumprirem notificações anteriores. O governo alega que só agiu nesta semana porque estava cumprindo todos os prazos legais de regularização - o último expirou no dia 25.
Histórico. O Center Norte, construído sobre um antigo lixão, deveria ter um sistema para extrair os gases acumulados em seu subsolo. A decomposição de matéria orgânica do lixo, enterrado a mais de 50 metros de profundidade, solta o metano. Por meio de trincas no piso, o gás está vazando para a área das lojas. O estabelecimento deveria ampliar a ventilação para afastar o gás e o consequente risco de explosão. Mas os drenos colocados até agora pelo shopping são insuficientes, de acordo com a Cetesb.
Desde a semana passada, a companhia já aplicava multa diária de R$ 17 mil ao complexo. O risco de explosão só foi constatado agora, 27 anos após a inauguração do empreendimento, cujo movimento nos fins de semana chega a 800 mil pessoas - só o Shopping Aricanduva, na zona leste, é mais movimentado.
Em 2004, a Cetesb, a pedido da Câmara, começou a investigar se o shopping havia mesmo sido construído sobre o Aterro Carandiru, uma cava de mineração encerrada nos anos 1950 e usada como lixão por moradores até 1978. Em 1981, quando o prefeito Reinaldo de Barros concedeu licença ao shopping, a vala já havia recebido terra.
Verde. No auto de interdição, ontem, a Prefeitura ainda pede que o shopping torne 30% da área de seu estacionamento para 7 mil veículos permeável, ou seja, que sejam plantadas árvores. A licença dada pela Prefeitura na época da construção "não exigiu contrapartida ambiental ou para o sistema viário", segundo constatou o Supremo Tribunal Federal em 1990.
O despacho foi o resultado final de um processo movido em 1984 pelo prefeito Mario Covas (1930-2001), que pedia 46 mil m² de volta para o Município - 15% em área verde e 5% em novas ruas. Mas o pedido foi negado em todas as instâncias nos seis anos em que tramitou a ação. /COLABORARAM BRUNO RIBEIRO, CRISTIANE BOMFIM e FABIANO NUNES

Relacionamento com clientes.... afinal quem são eles?


Hoje, como são as gestões de relacionamento com clientes?
Ferramentas CRM, telefonemas, e-mails, redes sociais, reuniões, prazos cumpridos?
Neste caso, a resposta inicia com uma pergunta:
Mais afinal, quem são nossos clientes?
Olhe em volta, seus clientes não são apenas os consumidores finais de seus produtos.
Nossos clientes são todos os necessários para o bom funcionamento de nossas relações, superação de nossas metas e sucesso de nossos resultados.
É certo tratar os consumidores de nossos produtos como alvo chave de nossa estratégia, mas devemos levar em consideração uma grande lição de nosso cotidiano:
- Muitas vezes escolhemos um marceneiro, um mecânico ou um médico pelo estado de suas ferramentas, seu zelo e asseio por elas, assim como por suas oficinas ou consultórios.
Uma "oficina" organizada e limpa irá atrair muitas pessoas, pois a lógica do consumidor fica próxima do seguinte pensamento: “se os funcionários são educados e bem tratados pela empresa, logo também será tratado com educação e com respeito as suas necessidades”.
Portanto não basta apenas colocar o consumidor final no topo da pirâmide, mas prezar pelo zelo e asseio dos clientes internos, sejam nossos funcionários, fornecedores ou prestadores de serviços - são eles os primeiros consumidores e multiplicadores de nossas idéias e ações.
 
A qualidade de nossa loja ou empresa integra e acompanha a qualidade de nossos produtos.

Com esta visão clara, multiplique conhecimentos e informações, divulgue as idéias de sua empresa em redes sociais, utilize ferramentas CRM para prospectar dados e aproximar-se do consumidor, faça reuniões com suas equipes para dividir e somar idéias, enfim, investindo na credibilidade de seu público interno, acabará por valorizar seus produtos para o público externo.

O que é útil ou inútil em um condomínio

Imóveis residenciais podem incluir praticamente de tudo nas áreas comuns para atrair compradores, mas é importante lembrar que cada equipamento ou serviço tem um custo

VEJA SÃO PAULO
Condomínio em São Paulo
Condomínio em São Paulo: serviços demais podem só gerar custos para os moradores
São Paulo – Os empreendimentos imobiliários mais modernos capricham na instalação de diversos equipamentos na área comum e oferecem dezenas de serviços para encher os olhos de potenciais compradores. Nem toda essa infraestrutura será utilizada pela maioria dos condôminos, mas, em relação aos custos, não há exceção: qualquer melhoria em um prédio sempre vai gerar despesas.
Quando um edifício com poucos apartamentos exagera nos serviços, o condomínio facilmente pode se transformar em um tormento para os moradores. “Administramos edifícios em que a taxa mensal de condomínio chega a custar 14.000 reais”, afirma Fernando Fornícola, sócio-diretor da Habitacional, uma empresa que administra 210 condomínios. Segundo corretores, taxas elevadas demais podem até mesmo afetar o valor de revenda de um imóvel porque afugentam potenciais compradores.
Entre as técnicas mais usadas por administradoras para baixar o valor do condomínio estão a inclusão apenas dos serviços essenciais e a cobrança à parte do que será usado apenas por um pequeno número de moradores. A seguir, EXAME.com mostra o que é muito utilizado em edifícios, o que começa a virar tendência e o que só costuma gerar custos inúteis para os moradores:
1Infraestrutura e serviços essenciais
Corretores de imóveis costumam dizer que um prédio conta com “lazer completo” quando a infraestrutura se assemelha à de um clube. São prédios que incluem piscina com água aquecida, quadras poliesportivas, academia e spa. Essas facilidades costumam ser bastante utilizadas principalmente por moradores com crianças e jovens na família e por quem trabalha em casa ou tem bastante tempo livre.
Áreas sociais comuns também se tornaram uma demanda cada vez mais constante. A valorização dos imóveis no Brasil levou as incorporadoras a reduzir o espaço interno dos apartamentos para fazê-los caber no bolso dos compradores. Prédios com salões de festas, cozinha gourmet ou churrasqueiras, portanto, costumam agradar moradores que gostam de convidar amigos para almoçar ou jantar.
A inclusão de uma infraestrutura de segurança no prédio também costuma ser bem-avaliada pelos moradores. Os edifícios de altíssimo padrão já contam com monitoramento completo de câmeras e equipamentos de biometria para o acesso ao prédio, aos elevadores ou aos apartamentos. Esses equipamentos ainda são caros, assim como a contratação de um time de seguranças profissionais. Quem guarda dinheiro, joias ou bens de valor em casa, no entanto, costuma preferir residências mais bem-protegidas.
2 Os serviços que começam a virar tendência
Muitos condomínios já começam a agregar serviços impensáveis há alguns anos. Que tem crianças pequenas em casa, por exemplo, já pode contar em alguns edifícios com os serviços de babá comum. Nas férias escolares, quando os jovens ficarão mais horas dentro do prédio, funcionários também podem ser contratados para cuidar da recreação. Os serviços são particularmente interessantes para os pais que matricularam os filhos em escolas que dão aos alunos três meses de férias por ano e não sabem a quem apelar em janeiro, julho e dezembro.
Outros moradores que começam a ficar bem-amparados são os donos de animais. Muitos condomínios já incluem um pet shop dentro da área comum. Espaços próprios para os bichinhos caminharem ou serem adestrados também começam a fazer parte da infraestrutura de muitos prédios.
Nos empreendimentos em que as garagens são apertadas e não conseguem atender a demanda dos moradores, a contratação de manobristas pode se tornar uma opção interessante. Uma parte considerável dos prédios antigos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro não oferecem duas vagas ou mais por apartamento. Como em qualquer estacionamento, a contratação do manobrista se torna uma forma inteligente de aumentar o número de vagas disponíveis sem colocar em risco a integridade dos veículos. O principal inconveniente é que, muitas vezes, a chave do veículo terá de permanecer na garagem - algo que muita gente se recusa a fazer.
Dentro da área de lazer, um serviço que começa a se destacar é o de personal trainer. Muitos edifícios lançados recentemente contam com aparelhos de primeira linha para a realização de exercícios físicos. Nesses casos, a única vantagem que alguém teria em se matricular em uma academia externa seria o acompanhamento de um treinador profissional. Em edifícios com muitos apartamentos, entretanto, o rateio do salário de um personal trainer pode ser bastante viável.
Em relação aos jovens, uma facilidade que se tornou bastante popular em prédios novos é a instalação de um espaço para que músicos possam tocar ou ensaiar. Geralmente conhecido como “garage band”, essa sala conta com isolamento acústico e evita que diversos moradores sejam incomodados pelo hobby de apenas um deles.
Por último, um serviço que já se tornou essencial em edifícios com muitos moradores é a contratação de um síndico ou administrador profissional. Em empreendimentos com mais de 200 apartamentos, por exemplo, fica impossível para alguém que trabalha fora possa também escutar as demandas e queixas de todos os moradores. A existência de um síndico profissional resolve essa lacuna, evita conflitos entre condôminos e evita atrasos na solução de problemas.
3 – Os serviços que quase nunca são usados
A oferta de uma gama farta de serviços pode ajudar muito a descomplicar a vida dos condôminos, mas também existem exageros. Alguns prédios entregues recentemente na cidade de São Paulo oferecem, por exemplo, salão de beleza, massagista e esteticista dentro da área comum. Em diversos prédios comerciais, esse tipo de serviço costuma ser muito demandado. O que pode parecer uma facilidade, entretanto, pode representar apenas mais custos se o prédio residencial não for grande o suficiente para justificar a inclusão desse tipo de negócio.
Outra inovação que ajuda a vender apartamentos na hora do lançamento do empreendimento, mas que, na prática, raramente funciona, é a inclusão de um bar na piscina. É óbvio que qualquer um gostaria de possuir na própria residência uma mordomia comum apenas em hotéis e resorts. Poucos moradores, entretanto, vão utilizar o serviço o suficiente para que o custo seja justificado.
Pelo mesmo motivo, a contratação de um motoboy para realizar entregas para os condôminos raramente é uma decisão inteligente em prédios residenciais. Mais comum em flats, esse tipo de serviço pode ajudar muita gente a não perder tempo com deslocamentos. O mais racional, entretanto, é que eventuais entregas sejam contratadas junto a uma empresa diretamente pelo morador. O condomínio poderia, no máximo, fechar algum tipo de parceria com uma empresa de confiança que preveja custos menores em troca da preferência dos moradores na hora da contratação

Uma sociedade com muitas leis

Apesar das atuais bem-sucedidas experiências e do crescimento de setores privados, o centro das relações produtivas no Brasil ainda é arcaico, complexo e totalmente inadequado para os desafios propostos aos brasileiros neste século.
O Brasil tem leis de mais e justiça de menos. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, desde a publicação da Constituição em 1988, já foram criadas mais de 4,2 milhões de leis em nosso país. A maioria delas, em linguagem teatral, dificultando e até criando ambigüidades em sua interpretação.
O resultado desse emaranhado de leis é um atraso para o país: ao invés de promover o funcionamento das instituições, provoca o caos de uma sociedade que não conhece suas próprias leis.
Na semana passada, por exemplo, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3941/89, do Senado Federal, que aumenta dos atuais 30 dias para até 90 dias o aviso prévio que o empregador deve conceder ao trabalhador no caso de demissão.
Para alguns críticos, não parece uma metodologia interessante, nem para o empregador e nem para o empregado. Quer dizer, ninguém é obrigado a aceitar um empregado que não é mais conveniente à empresa, bem como o empregado não precisa ser obrigado a permanecer na empresa contra a sua vontade.
Enquanto isso, leis que realmente fariam a diferença para população continuam embaixo dos panos. Sobre a lei de transparência que obriga o governo a divulgar aos cidadãos informações sobre a execução dos contratos com empresas privadas… Alguém sabe dizer por que essa tramitação parou?
E quanto à lei que disciplina as greves no setor público, por onde anda?
E alguém ouviu falar da aprovação da lei que determina a discriminação do imposto que cada pessoa está pagando ao comprar um bem? Seja esse bem uma caixa de leite ou um automóvel?
Há anos essas leis são empurradas com a barriga nas esferas federais, e nunca foram aprovadas.
Desde a sua promulgação, a Constituição já sofreu 67 emendas, em apenas duas décadas. Basta surgir uma polêmica, surge também uma lei, ou uma modificação. O erro está na fato de que nem toda questão pode ser resolvida à partir de uma legislação específica.
A Constituição simbolizou o fim da ditadura militar brasileira, porém, ha muito tempo não é mais este o cenário nacional. Principalmente porque, naquela época, para a maioria dos constituintes facilitar a vida dos cidadãos não era uma preocupação.
Essas falhas básicas, de certa forma, inspiram inúmeras leis constitucionais, que parecem só existir para complicar a vida dos brasileiros e engessar a sociedade.
Aproveitem as dicas.
Equipe Blog LAMB

10 passos para você gastar (e viver) melhor

Para ser feliz, parece que é preciso ter o último modelo de celular, o melhor carro na garagem do prédio e ser o mais bem-vestido do escritório. Que tal rever seus parâmetros e fazer o dinheiro sobrar? Acredite: atitudes simples podem ajudá-lo a relaxar e ainda a equilibrar o orçamento.

Viva de acordo com seus recursos
Viva de acordo com seus recursos
Mesmo sendo tão básica, essa noção anda fora de moda e muita gente não consegue entendê-la. Significa comprar apenas o que você pode pagar, evitando dívidas.
Na maioria dos casos é preciso juntar a quantia necessária antes de adquirir alguma coisa. Assim, dá para ganhar um período para refletir se realmente quer ou precisa daquilo.
Adeus à cobrança de juros, ao estresse para pagar o cartão de crédito no fim do mês e ao consumo por impulso.

Faça uma lista dos desejos
Faça uma lista dos desejos
Todos nós temos algum sonho de consumo, seja uma televisão nova, seja uma viagem especial. Antes de sacar o cartão de crédito no primeiro impulso, escreva seus desejos numa lista.
No dia do pagamento, tire a lista da gaveta. esse exercício ajuda a ser mais disciplinado ao longo do mês, a poupar para realizar uma vontade e a seguir a primeira regra: a de viver de acordo com seus recursos.

Aproveite os momentos

Aproveite os momentos
Desfrutar as pequenas alegrias da vida é essencial para nos sentirmos bem. Atualmente, a correria nas grandes cidades faz com queas pessoas passem cada vez mais tempo no trabalho e, frequentemente, queiram compensar, com o consumo, a falta de prazer e o pouco contato com a família e os amigos. Para melhorar a qualidade de vida, é preciso mudar o comportamento.
O dinheiro é fruto de seu trabalho e, portanto, de seu tempo. Ao usá-lo para consumir em excesso você aplica mal seu tempo e não tem resposta à falta de autoconhecimento e de contato com pessoas queridas.
Em vez de se presentear com roupas ou com o último modelo de celular, experimente valorizar cada momento em que está fazendo coisas de que gosta e junto de pessoas que são importantes: conversar sem pressa com os colegas no almoço, dirigir para o trabalho ouvindo sua música preferida, preparar o jantar e até mesmo gastar tempo em um ritual só seu antes de dormir.

Anote seus gastos

Anote seus gastos
A maioria de nós não sabe exatamente como usa o dinheiro. Durante um ou dois meses, anote numa planilha absolutamente tudo o que gastar, do aluguel e mensalidade da pós-graduação à conta do pet shop e aquele cafezinho.
Denise Hills, responsável pelo programa Uso Consciente do Dinheiro, do Itaú-Unibanco, lembra que as pessoas trabalham em média 40 horas por semana para ter um retorno financeiro, mas nem todas dedicam parte de seu tempo para organizar o orçamento.
Com a planilha de gastos, você vai perceber como as pequenas compras são responsáveis por boa parte de suas despesas e enxergar em que é possível economizar — sem sofrimento.

Longe dos shoppings

Longe dos shoppings
A melhor maneira de não gastar o que você não pode é manter-se longe dos shoppings. É claro que, se você realmente precisar de algo específico, a visita está justificada.
Mas evite passear em frente às vitrines. Pergunte a si mesmo se realmente precisa daquilo que vai adquirir, antes de sair abrindo a carteira

Tenha apenas um cartão

Tenha apenas um cartão
Escolha um único cartão de crédito para emergências e cancele todos os outros. Além de se livrar das anuidades, será mais fácil controlar as compras.
Para quem tem dificuldade em segurar o impulso, é bom lembrar que alguém terá de trabalhar para sempre — ou você ou seu dinheiro.
Por isso, procure investir da melhor maneira o resultado de seu trabalho. Se você tiver alguma dívida, concentre esforços para quitá-la e, depois, invista as economias numa aplicação para grandes compras, como um carro ou a reforma da casa

Use bem o carro

Use bem o carro
Não é à toa que a garantia de fábrica do automóvel só é mantida se você fizer todas as revisões.
Independentemente da idade do carro, faça manutenção regular das peças, troque óleos e filtros nas datas certas.
Esse hábito simples melhora sua vida, diminuindo o estresse e a ansiedade de ter um veículo que pode dar problema a qualquer instante.
Avalie bem se um segundo carro é mesmo necessário. Automóveis têm alto custo de manutenção, incluindo impostos, seguro, combustível e estacionamento.

Vá para a rua

Vá para a rua
Ir de carro a praticamente todos os lugares é tão comum atualmente que muita gente nem cogita a possibilidade de caminhar — até levar um susto e ganhar a recomendação do cardiologista.
Não espere seu corpo reclamar: faça as atividades do dia a dia em seu bairro a pé.
Saiba que viagens curtas, com o motor do carro ainda frio, são as principais responsáveis por desgastes e maior consumo de combustível.

Invista na carreira

Invista na carreira
Faça o que estiver ao seu alcance para aumentar seu valor profissional. Se ainda não for possível inscrever-se numa pós-graduação, procure cursos de curta duração que tenham relação direta com o trabalho e invista em aprender um idioma.
Não deixe o discurso negativo da rádio-peão desanimar você: as boas empresas investem na retenção de quem cuida do autodesenvolvimento, entrega resultados e demonstra que está pronto para mais desafios.

Escolha o bairro certo

Escolha o bairro certo
Os valores de imóveis dentro da mesma cidade variam muito. Se o aluguel ou a prestação do financiamento está alto demais para seu orçamento, considere mudar-se para outro bairro mais barato, levando em conta também a proximidade com o trabalho e com meios de transporte público.
Se o seu sonho é a casa própria, a regra de contrair a menor dívida possível continua valendo.
O ideal é juntar reservas que permitam realizar os sonhos junto com o crédito.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cinco maneiras infalíveis de se tornar um líder odiado

Cinco maneiras infalíveis de se tornar um líder odiado


Cinco maneiras infalíveis de se tornar um líder odiado
Lideranças ditatoriais existem em todos os lugares e utilizam mecanismos que podem levar uma empresa - e o líder - à ruína


No Brasil, o modelo foi derrubado no final da década de 80. No Oriente Médio e norte da África, os levantes populares contra os presidentes vitalícios estão sendo movidos a tuítes e curtidas, e cada vez mais as lideranças ditatoriais percebem que as pessoas não precisam mais de líderes absolutos, e que os modelos de gestão participativa são bem melhores do que o autoritarismo.

Nos últimos meses, o presidente líbio deposto, Muammar Gaddafi, vem enfrentando uma crise sem precedentes no seu governo que, para quem acompanha de longe, parece uma revolução súbita. Após 42 anos no poder, assistiu ao levante armado de rebeldes que, com a ajuda oportunista da OTAN, conseguiram tomar a capital Trípoli e afugentaram o então presidente, agora foragido. As atitudes de Gaddafi, mesmo durante a explosão da guerra civil, provocaram revolta até nos seus próprios ministros de governo, alguns dos quais preferiram o exílio a compactuar com as ações extremamente hostis dos aliados.

Mas não são apenas as lideranças governamentais que são tentadas a impor normas ditatoriais aos seus liderados. Esse modelo se reproduz de maneira bastante comum nas empresas, pequenas ou grandes, e pode trazer consequências mais graves do que a simples indisposição da equipe em relação ao líder: pode arruinar tanto a liderança quanto a própria empresa. "É uma ilusão, acreditar que se mantém a credibilidade pela força, isso não existe", alerta a coach e consultora Dulce Ribeiro.



Cartaz com suposta aparência do ex-ditador líbio após sua derrubada


Baseados no livro "O que Precisamos Saber Sobre Liderança" (James M. Kouzes e Barry Z. Posner; Campus/Elsevier, 2011), elencamos cinco atitudes identificadas em governos autoritários que devem ser tomadas de imediato - caso o líder ou gestor deseje se tornar odiado pela sua própria equipe.

1. Separe a atitude do discurso

A liderança deve transmitir mais do que ordens, deve trasmitir valores. Portanto, a lógica de falar uma coisa e agir de forma contrária não convence. "O importante é ter coerência entre discurso e prática no velho estilo: 'façam o que eu digo e o que eu faço'", explica Dulce.

2. Tente manter o status a todo custo

Muitas vezes é preciso alguma crise ou desentendimento para que uma empresa ou setor possa se desenvolver. Mas alguns líderes preferem evitar ou 'amenizar' situações assim para manter o status, inclusive tomando medidas injustificáveis, como tutelar e vigiar a imprensa para evitar ou controlar o clamor popular e manter uma situação de aparente paz, típico das ditaduras. Atitudes assim são insustentáveis e com o tempo passam a produzir um efeito contrário ao esperado.

"Controle é algo cansativo, improdutivo e ilusório. Aparentemente eles [os conflitos] podem sumir, mas permanecem na forma de absenteísmo, boicote, retrabalho e violação de regras. De alguma forma, a raiva gerada na equipe pelo medo ou dificuldade do líder de enfrentar uma crise ou desentendimento, poderá outorgar-lhe descrédito e desconfiança", afirma Dulce.

3. Esqueça o aprendizado

Alguns profissionais, sobretudo os mais experientes, podem se acomodar depois de vários anos de serviços prestados à empresa. Após atingir um certo grau de status e uma posição, acha que já fez de tudo e agora só tem a ensinar aos seus liderados. Apoiado nesse engano, ele pode perder o posto para um jovem profissional, atualizado, inteligente e agressivo, que busca rápida ascensão profissional. Para Dulce, "a liderança é um aprendizado consciente e se desenvolve no dia a dia".

4. Mude os valores e compromissos anteriormente assumidos

Cotidianamente vemos pessoas serem alçadas à condição de líder ou gestor ao assumir determinados compromissos, notadamente ligados à honestidade e outros valores benéficos. Mas a imagem desse líder cria rachaduras à medida em que ele passa a se deixar levar pelas circunstâncias externas e abandona os compromissos que ele firmou com os seus liderados. Dulce lembra que os valores podem ser atualizados, mas nunca mudados: "se a seriedade é um valor para determinado líder isso poderia significar, há 20 anos, o 'pagamento do salário em dia'. Hoje, essa premissa não é mais um diferencial de seriedade para as grandes empresas, pois é indiscutível. Assim, o significado do valor seriedade poderá ser atualizado para 'cumprir o que promete', por exemplo. Se o compromisso for mudado é preciso ser declarado para conseguir o apoio e a compreensão da equipe".

5. Tente manter a credibilidade pela força

Se o líder seguiu atentamente os passos anteriores, certamente chegará a este último com ânimo, uma vez que ele quer, afinal, manter o controle e respeito da equipe, se não pela credibilidade que não tem, ao menos pela força. "Credibilidade se mantém pelo exemplo, pelo fato de se cumprir o que foi prometido e pela capacidade de acreditar nos outros, aceitando as diferenças. Um líder controlador e autoritário é um verdadeiro desastre para a equipe e para a empresa", pontua a coach.

Mas, se você chegou até aqui e percebeu que, enquanto líder, precisa reaver a confiança da equipe, saiba que nem tudo está perdido ainda. "Ao identificar e aceitar essa realidade ele [o líder] já está demonstrando um certo nível de consciência, o que é fantástico", acredita Dulce. Para ela, o melhor caminho para tentar reparar todo o estrago causado junto à equipe é o diálogo. "Ao fazer isso, a liderança poderá recuperar a sua credibilidade e manter-se fiel ao combinado com a equipe através de ações concretas que demonstrem mudanças de atitude efetivas", finaliza.

Estudo dos EUA diz que chefe rude se dá melhor; especialistas contestam

Texto da Harvard conclui que percepção de poder é maior que a de justiça.
Para recrutador brasileiro, no entanto, líder desrespeitoso é pouco tolerado.

Marta Cavallini e Roseane AguirraDo G1, em São Paulo
Quero matar meu chefe (Foto: Divulgação)Kevin Spacey (dir.), o chefe, e o 'capacho' Jason
Bateman em cena de 'Quero matar meu chefe'
(Foto: Divulgação)
Quem se dá melhor: chefe temido ou chefe 'amigo'? Uma pesquisa da revista americana “Harvard Business Review” concluiu que, embora chefes justos ganhem respeito de suas equipes, eles são vistos como “menos poderosos”. E que promoções em níveis mais altos de cargos estão mais centradas na percepção de poder do que de justiça.
Para especialistas no setor ouvidos pelo G1, no entanto, o chefe grosseiro já não é tão tolerado. O líder não deve ser 'mole', mas precisa ser respeitoso sempre, dizem.
O chefe rude já é personagem batido do cinema -em um dos filmes mais recentes que abordaram o tema, "Quero matar meu chefe", em cartaz atualmente no Brasil, o ator Kevin Spacey faz o papel do tirano Dave Harken, que trata o subordinado Nick (Jason Bateman) como capacho. No longa, Nick e outros dois amigos que têm problemas com seus chefes planejam matá-los.
O estudo da "Harvard Business", publicado em julho passado, cita um caso real em que um líder mais ríspido foi preferido pela empresa no momento da promoção. Em 2001, a Pfizer tinha que escolher seu novo CEO entre dois funcionários: Hank McKinnell e Karen Katen. McKinnell era conhecido pelo estilo de negociação assertivo e prático, mas era grosseiro em alguns momentos. Já Katen tratava subordinados e colegas de maneira respeitosa. McKinnell foi o escolhido.
Os pesquisadores concluíram que é difícil o chefe ter ao mesmo tempo poder e respeito dos seus subordinados, assim muitos líderes escolhem somente a primeira característica, o que, na prática, lhes daria mais chance de serem promovidos. O líder mais amigo é visto como alguém que tem menos controle de recursos e menos capazes de recompensar e punir.
Para chegar a esse resultado, quatro autores americanos de diferentes escolas de negócios realizaram entrevistas e estudos de laboratório. Tudo começou a partir das seguintes perguntas: “Os líderes devem ser amados ou temidos?” e “É possível ter respeito e poder?”.
“Hoje em dia ninguém precisa ficar suportando chefe desrespeitoso e mal educado, ele vai perder a equipe rapidinho"
Marcelo Abrileri, especialista em RH
Firme, mas educado
Para Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum, empresa de recursos humanos, o chefe desrespeitoso e mal educado tem vida curta em um mercado aquecido, como o brasileiro, que faz com que o profissional talentoso seja valorizado. “Hoje em dia ninguém precisa ficar suportando chefe desrespeitoso e mal educado, ele vai perder a equipe rapidinho”, afirma.

Reinaldo Passadori, especialista em recursos humanos do Instituto Passadori, também acredita que a figura do chefe tirano tende a desaparecer. “'Manda quem pode e obedece quem tem juízo’ é uma postura de chefe que não se perpetua", diz.
Uma pesquisa da empresa de recrutamento Robert Half com 2.525 executivos de 11 países, realizada em maio passado e divulgada há duas semanas, apontou que pressões desnecessárias (44%) e insatisfação com a capacidade de gestão (34%) são algumas das principais razões para aumentar o estresse no ambiente de trabalho.
Abrileri destaca que rispidez e grosseria não podem ser confundidas com firmeza. “Não precisa ser melado, pode ser assertivo, inflexível, até implacável, mas tem que ser respeitoso sempre”, afirma. Segundo ele, o gestor que impõe e sabe o quer pode até ser seco e de poucas palavras -e isso até demonstra alguma determinação.
Passadori concorda. “Tirania é um rolo compressor: ‘tem que ser do meu jeito’. Assertividade é entender ao próximo, de maneira franca e sincera", explica. "A pessoa assertiva é a que diz aquilo que precisa ser dito e não se constrange diante das dificuldades. Sua fala é organizada, tem uma voz estruturada, é a pessoa que sabe lidar com as diferenças individuais, sabe motivar as pessoas, lidando com as diferenças.”
Escolher pelo poder nem sempre é a melhor alternativa, adverte o mesmo estudo da "Harvard Business". A publicação lembra que, no caso da Pfizer, alguns executivos "promissores", aliados da preterida Kate, pediram demissão quando McKinnell assumiu. E o CEO acabou aposentado cinco anos depois, "devido à sua performance decepcionante"

Veja os 10 sinais que indicam que sua carreira não anda bem

Publicado em Quinta, 22 Setembro 2011
Publicado por Thiago Prado
Você sabe quais são os sinais que podem indicar que talvez seja hora de mudar? Sugestão é identificar problema o mais rápido possível

Ao longo da trajetória profissional, é preciso observar diversos aspectos para se certificar de que tudo está indo bem. Fazer reflexões de tempos em tempos, definir metas, objetivos e elaborar um plano de carreira são fundamentais para alcançar o sucesso.
Em algum momento da trajetória, no entanto, alguns sinais podem indicar que a sua carreira está com problemas e que talvez seja hora de mudar. De acordo com a consultora da DM Especialistas, Giuliana Hyppolito, embora isso seja mais frequênte com os mais jovens, pode ocorrer com qualquer profissional em qualquer momento da vida.
A principal orientação é constatar o mais rápido possível que não é isso que você quer fazer, assumir o desejo de mudar e elaborar o plano da virada. Isso é importante, pois, segundo Giuliana, muitos profissionais passam anos com dúvidas e, quando decidem tomar a decisão fazem de forma impulsiva, sem estratégia, o que pode gerar muita frustração.
Com isso em mente, observe os 10 sinais que indicam que pode ser a hora de mudar:
1- Quando as metas individuais não são atingidas - para conquistar uma carreira sustentável, é preciso que o profissional passe constantemente por um processo de avaliação das suas metas. Nesse sentido, quando se constata que as metas individuais não estão sendo atingidas e que falta de capacidade não é o problema, é possível que o profissional esteja diante de um sinal que indica que sua carreira não está bem.
Diversos fatores podem explicar por que o profissional não foi capaz de atingir suas metas, no entanto, quando isso se torna frequente e ano após ano não se observa melhora, o problema pode estar na carreira escolhida.
2- Insatisfação frequente em relação ao dia a dia – esta questão está diretamente ligada à motivação individual. Observe os fatores que afetam sua vontade de trabalhar. Se o salário está compatível, se você não vê seu chefe como um problema, se você tem oportunidade na empresa, mas mesmo assim existe uma insatisfação ao ir trabalhar, novamente, isso indica que há algo de errado.
Segundo Giuliana, por conta dessa insatisfação, o profissional começa a perder os prazos, passa a deixar os trabalhos em segundo plano. “Ele não abraça mais a causa da empresa”.
3- Novos interesses – é de se esperar que um profissional da área de finanças tenha muito mais interesse nos assuntos relacionados a essa área do que em qualquer outra. O problema é quando a área de marketing, de vendas ou até de recursos humanos começa a chamar muito a atenção deste profissional.
Observe que se interessar por outras áreas dentro da empresa não é negativo e pode até melhorar a performance do profissional dentro da sua área, por ajudá-lo a desenvolver uma visão holística. O fato é que, quando as demais área passam a ser mais interessantes e o profissional se aprofunda nos outros assuntos que não os referentes à sua área, é um sinal claro de que sua carreira precisa ser repensada.
4- O trabalho do outro é mais interessante – na mesma linha do item anterior, aqui o profissional passa a achar os projetos das outras áreas da empresa mais interessantes e até mesmo mais importantes para a organização. Giuliana alerta para esse tipo de avaliação, sugerindo que deve servir de alerta se o indivíduo achar que seu trabalho não tem tanto valor quanto o dos demais.
5- Esperando que as coisas mudem- Giuliana lembra que, mesmo com dúvidas, os profissionais ficam nas empresas e seguem o plano de carreira na esperança de que surjam oportunidades em que eles possam fazer o que realmente gostam. A sugestão é: se você já sabe que não é aquilo que o motiva, não insista na esperança de “um futuro diferente”, pois, na maioria das vezes, ele não acontece.
6- Perda da autoconfiança – quando a carreira não vai bem, os profissionais usualmente perdem a confiança em suas habilidades e competências. Surge então uma forte desconfiança em relação aos seus próprios conhecimentos. “O profissional começa a se sentir incapaz e consequentemente passa a errar mais”, observa Giuliana.
7- Projetos pessoais se sobressaem – é saudável e estimulante desenvolver projetos pessoas, separadamente daquilo que é feito no seu ambiente de trabalho. No entanto, quando uma atividade que sempre ficou em segundo lugar começa a dominar o pensamento e o interesse do profissional, pode ser um sinal de que a carreira precise de mudança.
8- Gaps comportamentais – mudanças de comportamento também são sinais claros de que talvez haja algo errado e, portanto, devem ser observadas. Giulina explica que um caso clássico de um sinal de que a carreira não anda bem é quando um profissional que nunca teve problema de relacionamento começa a brigar constantemente.
Outro desvio de comportamento é quando o colaborador se afasta da equipe e vai se tornando mais individualista. De forma geral, fique atento, caso apresente desvios de comportamento nunca antes observados.
9- Evita se envolver em assuntos profissionais - as pessoas passam a maior parte de seu tempo no trabalho. Faz sentido, portanto, as conversas que travam com amigos, parentes e colegas de trabalho estarem relacionadas ao trabalho que desenvolvem. O profissional que está passando por um processo de mudança vai tentar sempre fugir desse tipo de assunto.
Tudo que estiver ligado ao contexto corporativo não será mais do seu interesse, podendo até mostrar irritabilidade quando a conversa não toma outro rumo. Fique atento a esse sinal: ele pode estar indicando que é hora de mudar.
10- Feedbacks não fazem mais efeito - o objetivo principal do feedback é desenvolver o profissional. É o momento no qual as questão relacionadas à sua performance são levantadas e um plano corretivo é proposto. O mais interessado nesse momento é o próprio profissional, pois é a oportunidade de se desenvolver e crescer dentro da empresa.
Não se interessar pelo feedback é um claro sinal de que sua carreira não anda bem, já que carreiras em processo de desenvolvimento exigem esse retorno.