sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Afinal, quantas decisões são necessárias para alcançar o sucesso?

[Uma estória baseada em fatos reais:]
Estava jantando com dois velhos amigos, Edgard e Melih – a propósito, é duro quando você percebe que “velhos amigos” não apenas indica a extensão da amizade, mas as nossas respectivas idades –, quando me deparei com uma situação delicada.
O Edgard diz: “Detesto ser obeso. Já tentei de tudo, mas não consigo perder peso. O que você acha?”
Normalmente, eu desviaria o assunto, mas sei que ele quer ouvir o que realmente penso: “Não acho que você queira perder peso”, disse.
Ele levantou uma sobrancelha: “Você acha?”
“Acho”, falei. “Se você quisesse perder peso, perderia. Mas você escolheu que não, e não há nada de errado com essa escolha. O único problema é que você está se martirizando por algo que você optou por não fazer.”
Quer saber por que penso desta maneira? Todos nós sabemos como perder peso: coma menos calorias do que você queima e voilà! Você perde peso! Sem dúvida, a genética, o metabolismo e as desordens glandulares podem fazer com que perder peso seja mais difícil. Mas o fato de que todos os que comem menos calorias do que queimam perdem peso continua válido. Perder peso não tem nada a ver com uma dieta inédita ou com um exercício inovador ou mesmo com apertar um interruptor mágico que queima gordura… mas tem tudo a ver com decidir comer menos calorias do que você queima.
Perder peso é uma escolha. Da mesma forma que ter sobrepeso é uma escolha também. Infelizmente, outras coisas também acontecem por escolha.
“Faz sentido”, o Melih disse. Aí, ele olhou para mim. “Mas, se é assim tão simples, por que você não tem mais sucesso do que atualmente possui?”
Estremeci, porque sabia onde esse papo ia acabar… e porque sabia que ele estava certo.
“Pois é”, o Edgard acrescentou, entrando na conversa avidamente, já que o vento começava a soprar em outra direção. “Você tem escolhido não fazer melhor. Eu já estive em suas palestras: certamente poderia explorar audiências maiores. Você escreveu diversos artigos no seu e em outros blogs: poderia lançar um livro. Já aplicou coaching em importantes empresas e executivos no mercado brasileiro: poderia fazer mais na América Latina. Não me diga que não pode. Claramente, você escolheu não fazer.”
Sabia que ele estava certo. Não porque tenho um talento incrível (longe disso!), mas porque o sucesso, para qualquer um de nós, em praticamente todas as áreas, é uma decisão. Poderia fazer palestras em eventos maiores, mas minhas ações mostram que escolhi não realizá-las. Poderia facilmente fazer coaching executivo e gestão de cultura organizacional em outros países da América Latina, se corresse atrás, mas não tenho feito isso.
Nós – e aqui definitivamente eu me incluo – geralmente gostamos de pensar que a formação, ou a educação, ou as circunstâncias, ou a falta de contatos, ou a maré de azar nos detém.
Pensando dessa forma, nos sentimos melhor, porque podemos transferir a culpa para longe de nós mesmos. Mas a culpa reside dentro de nós: a única coisa que realmente nos segura são as decisões que tomamos.
Se você quer ser promovido, mas ainda não foi, dificilmente o motivo é porque seu chefe é injusto. Em vez disso, você decidiu não trabalhar mais, ou não ter mais iniciativa ou não assumir mais responsabilidades… ou apenas não disputar o jogo corporativo da forma como deve ser disputado na sua organização com o objetivo de “vencer” (você conhece as “regras”, apenas decidiu não segui-las, mas não se sinta mal, também já estive nessa situação).
Se você quer que seu negócio cresça, mas isso ainda não aconteceu, com certeza fatores econômicos estão em jogo, mas provavelmente você também decidiu não mudar sua estratégia de vendas, ou mesmo modernizar sua operação, ou ainda simplesmente tentar novas coisas em resposta às recentes condições do mercado. Em suma, você consegue enxergar o que faz as outras empresas terem êxito, mas decidiu não seguir o exemplo delas.
Felizmente, enquanto a culpa talvez se encontre sólida em nosso interior, o poder também está dentro de nós. O sucesso tem tudo a ver com decisões, nossas decisões. Até com decidir do que devemos abrir mão.
Pense sobre suas metas. Como a maioria das pessoas, elas possivelmente seguem o curso do rio: você quer criar relacionamentos maravilhosos, constituir uma família, desfrutar do sucesso profissional, conquistar algo pessoal… tem um monte de coisas que quer realizar. Ótimo! Mas tem um problema. Não dá para ter tudo isso. E, se você escolher tentar ter tudo, sempre vai estar, até certo ponto, insatisfeito.
Vamos dizer que quer criar uma família feliz. É possível, é só dedicar esforço e atenção. Digamos que quer iniciar um negócio. É possível, é só dar um duro danado. Digamos que quer escrever um livro. É possível, é só escrever, hora após hora, dia após dia, por quanto tempo for necessário. Digamos que quer correr uma maratona. É possível, é só fazer o treinamento adequado.
Mas digamos que você quer fazer tudo isso acima – e tudo ao mesmo tempo. Na real? Não funciona. Em algo você vai ter de ceder. Sua família precisa de você mais que seu tênis de corrida, portanto o treinamento para a maratona vai rapidamente ser postergado. Seu negócio precisa de você mais que o mundo editorial, portanto, depois de seis meses, seu livro vai parecer mais um panfleto do que qualquer outra coisa.
E não há nada errado com isso. Não podemos fazer tudo, mas todos nós podemos fazer algumas coisas realmente bem feitas. Decida o que é mais importante para você, decida concentrar-se nessas coisas… e decida abrir mão das coisas que quer fazer, mas que, na real, não dá (ao menos por enquanto).
E eu? Não posso ser um aclamado palestrante e escrever um livro sobre sucesso profissional e apoiar a gestão da cultura organizacional da próxima empresa que sair na capa da revista Exame. Os segmentos são muito diferentes, e o esforço, a rede de contatos e o posicionamento demandados para alcançar (e permanecer) no topo de cada uma dessas atividades são significativos. Mas sinto-me confiante de que alcançarei com consistência uma dessas metas – se eu me decidir.
E você também pode, qualquer que seja o segmento ou o alvo que você escolher, porque suas decisões podem tanto fazer com que o sucesso seja impossível… quanto INEVITÁVEL.
O mais legal é saber que a decisão cabe a você.
E não se esqueça: para estas e outras habilidades, conte comigo.
Pablo
Cèsar M. Silveira
Fone: 11-7232.6780
cesar_msil@hotmail.com
Blog: www.imperadorcesar.blogspot.com
Twitter: @cesarmsilveira

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