domingo, 28 de agosto de 2011

Por que Vivemos o Paradoxo da Farta Informação e Baixa Qualificação?


Alguém se lembra como era o mundo antes da internet? Interessante, parece que ela sempre existiu!
Você, utilizando a rede com assiduidade e intensidade, não é capaz de imaginar que esse extraordinário recurso está ai há tão pouco tempo e ocupou a vida das pessoas definitivamente.
Das pesquisas escolares às cientificas, tudo passa por consultas à rede. Realmente um novo ambiente, um novo mundo, e virtual. Terceira, quarta, quinta, que dimensão é esta?
Há alguns anos, a informação passava pela aquisição de livros, apostilas e as fotocópias, tão combatidas, além das aulas. Hoje a disponibilidade é fácil e farta. Cresceu em escala geométrica.
Quando você se interessa por algum assunto precisa telefonar para alguém, ir às bibliotecas, pedir material emprestado? Talvez algo específico, recomendado. Para uma primeira abordagem e contato com o assunto basta entrar na rede e fazer uma pesquisa. Encontrará não só informações como opiniões.
Paralelo a esse fato, denominado internet, as pessoas tem mais acesso a cursos técnicos e faculdades. Reúna os dois e estará possibilitando, a estas, condições de uma preparação profissional mais adequada, pelo menos no sentido do aculturamento.
Perícia, destreza, habilidade, capacidade de aplicação dependem de exercício.
É importante separar os conceitos de educação e treinamento. Educação engloba ensinar e aprender e treinamento o desenvolvimento de habilidades pela repetição. Posso perfeitamente saber tudo sobre música, sem que tenha habilidade para tocar um instrumento por não praticá-lo.
Os jovens hoje são mais esclarecidos e desinibidos que os de algumas décadas e têm farta informação. A mobilidade também é grande, muitos dirigem e tem seus próprios veículos. Quando não, utilizam os dos pais e de amigos.
A capacidade de se expressar e os meios para se comunicar são bastante desenvolvidos, então por que enfrentam dificuldades para colocação no mercado de trabalho?
Na opinião de muitos jovens não há vagas, em contraposição as notícias: Sobram vagas e não há qualificação!
Há um nó a ser desatado, não há?
Em um fórum poderíamos debater o que precisa de aprimoramento:
– A vaga ou o profissional? – O entrevistado ou o entrevistador?
Qualidade estabelece uma relação direta com valor. Produtos Premium estabelecem valores Premium.
Temos que lembrar que contratamos serviços e não pessoas. Aquelas com maior potencial para oferecer serviços de qualidade estarão nas empresas onde o conjunto – salários mais benefícios – forem recompensadores. É a lei da oferta e da procura.
Isto ainda não responde a questão: Por que temos farta informação e baixa qualificação?
Sobram informações e faltam informados? Sobram entendidos, falta entendimento?
Excedem as leituras, não há leitores?
A pergunta é simples e deve ser feita por gestores e candidatos: Que oportunidades estão disponíveis, quais as carências a serem supridas, como supri-las e em quanto tempo.
O mercado “aposenta” cedo demais profissionais experientes, ao mesmo tempo que procura “estagiários com experiência”.
Essa troca prematura, sem preparar substitutos, leva as empresas à deficiência organizacional que provoca perdas com desperdícios, erros e com oportunidades não observadas e exploradas.
A contratação de profissionais com baixa qualificação, por conta de baixos salários, cria administrações não só precárias como sofríveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário